1. JACINTA, VITIMA DE PNEUMÓNICA

1. JACINTA, VITIMA DE PNEUMÓNICA
Passavam assim os dias da Jacinta, quando Nosso Senhor
mandou a pneumónica, que a prostrou em cama, com seu Irmãozinho (20). Nas vésperas de adoecer dizia:
– Dói-me tanto a cabeça e tenho tanta sede! Mas não quero
beber, para sofrer pelos pecadores.
Todo o tempo que me ficava livre da escola e de alguma outra
coisa que me mandassem fazer, ia para junto dos meus companheiros. Quando, um dia, passava para a escola, diz-me a Jacinta:
– Olha, diz a Jesus escondido, que eu gosto muito d’Ele e que
O amo muito.
Outras vezes dizia:
– Diz a Jesus que Lhe mando muitas saudades.
Quando ia primeiro ao quarto dela, dizia:
– Agora vai ver o Francisco; eu faço o sacrifício de ficar aqui
sozinha.
Um dia, sua mãe levou-lhe uma xícara de leite e disse-lhe que
o tomasse.
– Não quero, minha mãe – respondeu, afastando com a mãozinha a xícara.
Minha tia ateimou um pouco e depois retirou-se, dizendo:
(20) Jacinta adoeceu em Outubro de 1918; Francisco pouco depois.
 
– Não sei como Ihe hei-de fazer tomar alguma coisa, com tanto
fastio!
Logo que ficámos sós, perguntei-lhe:
– Como desobedeces assim a tua mãe e não ofereces este
sacrifício a Nosso Senhor?
Ao ouvir isto, deixou cair algumas lágrimas, que eu tive a felicidade de limpar, e disse:
– Agora não me lembrei!
E chama pela mãe, pede-lhe perdão que toma tudo quanto ela
quiser. A mãe traz-lhe a xícara do leite; toma-o sem mostrar a mais
leve repugnância. Depois, diz-me:
– Se tu soubesses quanto me custou a tomar!
Em outra ocasião, disse-me:
– Cada vez me custa mais a tomar o leite e os caldos; mas
não digo nada. Tomo tudo por amor de Nosso Senhor e do
Imaculado Coração de Maria, nossa Mãezinha do Céu.
Perguntei-lhe um dia:
– Estás melhor?
– Já sabes que não melhoro.
E acrescentou:
– Tenho tantas dores no peito! Mas não digo nada; sofro pela
conversão dos pecadores.
Quando, um dia, cheguei junto dela, perguntou-me:
– Já fizeste hoje muitos sacrifícios? Eu fiz muitos. Minha mãe
foi-se embora e eu quis ir muitas vezes visitar o Francisco e não fui.
Passavam assim os dias da Jacinta, quando Nosso Senhor
mandou a pneumónica, que a prostrou em cama, com seu Irmãozinho (20). Nas vésperas de adoecer dizia:
– Dói-me tanto a cabeça e tenho tanta sede! Mas não quero
beber, para sofrer pelos pecadores.
Todo o tempo que me ficava livre da escola e de alguma outra
coisa que me mandassem fazer, ia para junto dos meus companheiros. Quando, um dia, passava para a escola, diz-me a Jacinta:
– Olha, diz a Jesus escondido, que eu gosto muito d’Ele e que
O amo muito.
Outras vezes dizia:
– Diz a Jesus que Lhe mando muitas saudades.
Quando ia primeiro ao quarto dela, dizia:
– Agora vai ver o Francisco; eu faço o sacrifício de ficar aqui
sozinha.
Um dia, sua mãe levou-lhe uma xícara de leite e disse-lhe que
o tomasse.
– Não quero, minha mãe – respondeu, afastando com a mãozinha a xícara.
Minha tia ateimou um pouco e depois retirou-se, dizendo:
 
– Não sei como Ihe hei-de fazer tomar alguma coisa, com tanto
fastio!
Logo que ficámos sós, perguntei-lhe:
– Como desobedeces assim a tua mãe e não ofereces este
sacrifício a Nosso Senhor?
Ao ouvir isto, deixou cair algumas lágrimas, que eu tive a felicidade de limpar, e disse:
– Agora não me lembrei!
E chama pela mãe, pede-lhe perdão que toma tudo quanto ela
quiser. A mãe traz-lhe a xícara do leite; toma-o sem mostrar a mais
leve repugnância. Depois, diz-me:
– Se tu soubesses quanto me custou a tomar!
Em outra ocasião, disse-me:
– Cada vez me custa mais a tomar o leite e os caldos; mas
não digo nada. Tomo tudo por amor de Nosso Senhor e do
Imaculado Coração de Maria, nossa Mãezinha do Céu.
Perguntei-lhe um dia:
– Estás melhor?
– Já sabes que não melhoro.
E acrescentou:
– Tenho tantas dores no peito! Mas não digo nada; sofro pela
conversão dos pecadores.
Quando, um dia, cheguei junto dela, perguntou-me:
– Já fizeste hoje muitos sacrifícios? Eu fiz muitos. Minha mãe
foi-se embora e eu quis ir muitas vezes visitar o Francisco e não fui.
 
(20) Jacinta adoeceu em Outubro de 1918; Francisco pouco depois.