Assim se aproximou o dia 13 de Setembro. Em este dia, a
Santíssima Virgem, depois do que já tenho narrado, disse-nos:
– Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer
que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia.
Escusado será dizer que obedecemos pontualmente às Suas
ordens. Como, em o mês passado, Nosso Senhor, segundo parece,
tinha querido manifestar alguma coisa de extraordinário, minha mãe
animava a esperança de que, agora, em este dia, esses factos
seriam mais claros e evidentes. Mas como nosso bom Deus, talvez
para dar-nos ocasião de Lhe oferecer algum sacrifício mais, permitiu
que em este dia não transparecesse nenhum raio da Sua glória,
minha mãe desanimou de novo e a perseguição em casa recomeçou de novo. Eram muitos os motivos por que se afligia. À perda
total da Cova de Iria, que era uma bela pastagem para o nosso
rebanho, e dos comestíveis que aí se recolhiam, vinha juntar-se a
convicção, quase certa, como ela dizia, que os acontecimentos
não passavam de simples quimeras e fantasias da imaginação de
crianças. Uma de minhas irmãs não fazia quase outra coisa mais
que ir-me chamar e ficar em meu lugar, pastoreando o nosso
rebanho, para eu vir falar às pessoas que pediam para me ver e
falar. Esta perca de tempo, para uma família rica, não seria nada;
mas, para nós, que tínhamos de viver do nosso trabalho, era alguma
coisa. Minha mãe viu-se, por este motivo, obrigada, passado não
muito tempo, a vender o nosso rebanho que fez, ao sustento da
família, não pouca falta. De tudo isto eu era a culpada e tudo me
deitavam em rosto nos momentos críticos. Espero que o nosso
bom Deus me terá aceitado tudo, pois Lho ofereci, sempre contente
por poder sacrificar-me por Ele e pelos pecadores. Por sua vez,
minha mãe sofria tudo com uma paciência e resignação heróica; e
se me repreendia e castigava, era porque me julgava mentirosa.
Por vezes, completamente conforme com os desgostos que Nosso
Senhor Ihe enviava, dizia:
– Será tudo isto o castigo que Deus me manda pelos meus
pecados? Se assim é, bendito seja Deus!
Assim se aproximou o dia 13 de Setembro. Em este dia, a
Santíssima Virgem, depois do que já tenho narrado, disse-nos:
– Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer
que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia.
Escusado será dizer que obedecemos pontualmente às Suas
ordens. Como, em o mês passado, Nosso Senhor, segundo parece,
tinha querido manifestar alguma coisa de extraordinário, minha mãe
animava a esperança de que, agora, em este dia, esses factos
seriam mais claros e evidentes. Mas como nosso bom Deus, talvez
para dar-nos ocasião de Lhe oferecer algum sacrifício mais, permitiu
que em este dia não transparecesse nenhum raio da Sua glória,
minha mãe desanimou de novo e a perseguição em casa recomeçou de novo. Eram muitos os motivos por que se afligia. À perda
total da Cova de Iria, que era uma bela pastagem para o nosso
rebanho, e dos comestíveis que aí se recolhiam, vinha juntar-se a
convicção, quase certa, como ela dizia, que os acontecimentos
não passavam de simples quimeras e fantasias da imaginação de
crianças. Uma de minhas irmãs não fazia quase outra coisa mais
que ir-me chamar e ficar em meu lugar, pastoreando o nosso
rebanho, para eu vir falar às pessoas que pediam para me ver e
falar. Esta perca de tempo, para uma família rica, não seria nada;
mas, para nós, que tínhamos de viver do nosso trabalho, era alguma
coisa. Minha mãe viu-se, por este motivo, obrigada, passado não
muito tempo, a vender o nosso rebanho que fez, ao sustento da
família, não pouca falta. De tudo isto eu era a culpada e tudo me
deitavam em rosto nos momentos críticos. Espero que o nosso
bom Deus me terá aceitado tudo, pois Lho ofereci, sempre contente
por poder sacrificar-me por Ele e pelos pecadores. Por sua vez,
minha mãe sofria tudo com uma paciência e resignação heróica; e
se me repreendia e castigava, era porque me julgava mentirosa.
Por vezes, completamente conforme com os desgostos que Nosso
Senhor Ihe enviava, dizia:
– Será tudo isto o castigo que Deus me manda pelos meus
pecados? Se assim é, bendito seja Deus!