14. AFEIÇÃOZINHA PELO BAILE

14. AFEIÇÃOZINHA PELO BAILE
Havia entre os presos um que tocava harmónio (harmónica).
Começaram, então, para distrair-nos, a tocar e a cantar.
Perguntaram-nos se não sabíamos bailar. Dissemos que sabíamos o fandango e o vira. A Jacinta foi então o par dum pobre
ladrão que, vendo-a tão pequenina, terminou por bailar com ela ao
colo! Oxalá Nossa Senhora tenha tido compaixão da sua alma e o
tenha convertido.
Agora dirá V. Ex.cia: Que belas disposições para o martírio!... É
verdade! Mas éramos crianças; não pensávamos mais. A Jacinta
tinha para o baile uma afeiçãozinha especial e muita arte. Lembro-
-me que chorava, um dia, por um seu irmão que andava na guerra
e que julgavam morto no campo da batalha. Para a distrair, com
dois seus irmãos, arranjei um baile; e a pobre criança andava a
bailar e a limpar as lágrimas que Ihe corriam pelas faces. Não
obstante esta afeiçãozinha que tinha pelo baile, que bastava às
vezes ouvir qualquer instrumento que tocavam os pastores para
começar a bailar, mesmo sozinha, quando se aproximou o S. João
e o Carnaval, disse-me:
– Eu, agora, já não bailo mais.
– E porquê?
– Porque quero oferecer este sacrifício a Nosso Senhor. E como
éramos as cabeças, na brincadeira, entre as crianças, acabaram
os bailes que se costumavam fazer nestas ocasiões.
Havia entre os presos um que tocava harmónio (harmónica).
Começaram, então, para distrair-nos, a tocar e a cantar.
Perguntaram-nos se não sabíamos bailar. Dissemos que sabíamos o fandango e o vira. A Jacinta foi então o par dum pobre
ladrão que, vendo-a tão pequenina, terminou por bailar com ela ao
colo! Oxalá Nossa Senhora tenha tido compaixão da sua alma e o
tenha convertido.
Agora dirá V. Ex.cia: Que belas disposições para o martírio!... É
verdade! Mas éramos crianças; não pensávamos mais. A Jacinta
tinha para o baile uma afeiçãozinha especial e muita arte. Lembro-
-me que chorava, um dia, por um seu irmão que andava na guerra
e que julgavam morto no campo da batalha. Para a distrair, com
dois seus irmãos, arranjei um baile; e a pobre criança andava a
bailar e a limpar as lágrimas que Ihe corriam pelas faces. Não
obstante esta afeiçãozinha que tinha pelo baile, que bastava às
vezes ouvir qualquer instrumento que tocavam os pastores para
começar a bailar, mesmo sozinha, quando se aproximou o S. João
e o Carnaval, disse-me:
– Eu, agora, já não bailo mais.
– E porquê?
– Porque quero oferecer este sacrifício a Nosso Senhor. E como
éramos as cabeças, na brincadeira, entre as crianças, acabaram
os bailes que se costumavam fazer nestas ocasiões.