Estamos, pois, Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo, em o dia 13 de
Outubro. Neste dia, já V. Ex.a
Rev.ma sabe tudo o que se passou
(23). Desta aparição, as palavras que mais se me gravaram no coração foi o pedido da Nossa Santíssima Mãe do Céu:
(23) Temos o precioso relatório do Pároco de Fátima; nos interrogatórios são mencionados os mesmos acontecimentos.
– Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito
ofendido.
Que amorosa queixa e que terno pedido! Quem me dera que
ele ecoasse pelo mundo fora e que todos os filhos da Mãe do Céu
ouvissem o som da Sua voz!
Tinha-se espalhado o boato que as autoridades haviam
decidido fazer explodir uma bomba junto de nós, no momento da
aparição. Não concebi, com isso, medo algum; e falando disto a
meus primos, dissemos:
– Mas que bom, se nos for concedida a graça de subir dali
com Nossa Senhora para o Céu!
No entanto, meus pais assustaram-se e, pela primeira vez,
quiseram acompanhar-me, dizendo:
– Se a minha filha vai morrer, eu quero morrer a seu lado.
Meu pai levou-me, então, pela mão, até ao local das aparições. Mas, desde o momento da aparição, não o voltei mais a ver,
até que me encontrei, à noite, no seio da família.
A tarde deste dia passeia-a com meus primos, como se
fôssemos algum bicho curioso que as multidões procuram ver e
observar! Cheguei à noite verdadeiramente cansada de tantas
perguntas e interrogatórios. Estes nem com a noite acabaram.
Várias pessoas, por não terem podido interrogar-me, ficaram para
o dia seguinte, à espera de vez. Quiseram ainda, algumas, falar-
-me ao serão; mas eu, vencida pelo cansaço, deixei-me cair no
chão a dormir. Graças a Deus, o respeito humano e o amor próprio,
em aquela altura, ainda os não conhecia; e, por isso, estava à
vontade diante de qualquer pessoa, como se estivesse com meus
pais. No dia seguinte, continuaram-se os interrogatórios ou, para
melhor dizer, nos dias seguintes, porque, desde então, quase todos
os dias iam várias pessoas implorar a protecção da Mãe do Céu à
Cova da Iria e todos queriam ver os videntes, fazer-lhes as suas
perguntas e rezar com eles o seu Terço. Às vezes, sentia-me tão
cansada de tanto repetir o mesmo e de rezar, que procurava um
pretexto para me escusar e escapar. Mas essa pobre gente tanto
insistia, que eu tinha de fazer um esforço, por vezes não pequeno,
para os satisfazer. Repetia, então, a minha oração habitual, no fundo
do meu coração: É por Vosso amor, meu Deus, em reparação dos
pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria, pela
conversão dos pecadores e pelo Santo Padre.
Estamos, pois, Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo, em o dia 13 de
Outubro. Neste dia, já V. Ex.a
Rev.ma sabe tudo o que se passou
– Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito
ofendido.
Que amorosa queixa e que terno pedido! Quem me dera que
ele ecoasse pelo mundo fora e que todos os filhos da Mãe do Céu
ouvissem o som da Sua voz!
Tinha-se espalhado o boato que as autoridades haviam
decidido fazer explodir uma bomba junto de nós, no momento da
aparição. Não concebi, com isso, medo algum; e falando disto a
meus primos, dissemos:
– Mas que bom, se nos for concedida a graça de subir dali
com Nossa Senhora para o Céu!
No entanto, meus pais assustaram-se e, pela primeira vez,
quiseram acompanhar-me, dizendo:
– Se a minha filha vai morrer, eu quero morrer a seu lado.
Meu pai levou-me, então, pela mão, até ao local das aparições. Mas, desde o momento da aparição, não o voltei mais a ver,
até que me encontrei, à noite, no seio da família.
A tarde deste dia passeia-a com meus primos, como se
fôssemos algum bicho curioso que as multidões procuram ver e
observar! Cheguei à noite verdadeiramente cansada de tantas
perguntas e interrogatórios. Estes nem com a noite acabaram.
Várias pessoas, por não terem podido interrogar-me, ficaram para
o dia seguinte, à espera de vez. Quiseram ainda, algumas, falar-
-me ao serão; mas eu, vencida pelo cansaço, deixei-me cair no
chão a dormir. Graças a Deus, o respeito humano e o amor próprio,
em aquela altura, ainda os não conhecia; e, por isso, estava à
vontade diante de qualquer pessoa, como se estivesse com meus
pais. No dia seguinte, continuaram-se os interrogatórios ou, para
melhor dizer, nos dias seguintes, porque, desde então, quase todos
os dias iam várias pessoas implorar a protecção da Mãe do Céu à
Cova da Iria e todos queriam ver os videntes, fazer-lhes as suas
perguntas e rezar com eles o seu Terço. Às vezes, sentia-me tão
cansada de tanto repetir o mesmo e de rezar, que procurava um
pretexto para me escusar e escapar. Mas essa pobre gente tanto
insistia, que eu tinha de fazer um esforço, por vezes não pequeno,
para os satisfazer. Repetia, então, a minha oração habitual, no fundo
do meu coração: É por Vosso amor, meu Deus, em reparação dos
pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria, pela
conversão dos pecadores e pelo Santo Padre.
(23). Desta aparição, as palavras que mais se me gravaram no coração foi o pedido da Nossa Santíssima Mãe do Céu:
(23) Temos o precioso relatório do Pároco de Fátima; nos interrogatórios são mencionados os mesmos acontecimentos.