Já de noite, despedi-me dele.
– Francisco, adeus! Se fores para o Céu esta noite, não te
esqueças lá de mim, ouviste?
– Não te esqueço, não; fica descansada.
E agarrando-me a mão direita, apertou-ma com força, por um
bom bocado, olhando para mim com as lágrimas nos olhos.
– Queres mais alguma coisa? – lhe perguntei, com as lágrimas
a correr-me também já pelas faces.
– Não – me respondeu com voz sumida.
Como a cena se estava a tornar demasiado comovedora, minha tia mandou-me sair do quarto.
– Então adeus, Francisco! Até ao Céu!
– Adeus, até ao Céu!...
E o Céu aproximava-se. Para lá voou no dia seguinte (11), nos
braços da Mãe celeste.
(11) Este «dia seguinte», foi 4 de Abril de 1919.
A saudade não se descreve; é um espinho triste a pungir o
coração pelos anos além! é a lembrança do passado ecoando sempre na eternidade.
Era de noite... e eu, plácida, sonhava
Que em tão festivo, suspirado dia,
Celestial enlace, em grã porfia,
Entre nós com os Anjos se agitava!
Que áurea coroa – ninguém ideava
Das florinhas que a terra produzia!
Que igualasse a que o Céu lhe oferecia
No angélico primor que a saudade deixava!
De lábios maternos... gozo, sorriso!
No celeste paraíso... vive em Deus!
D’amor encantado, de gozos sob’ranos,
Passou estes anos... tão breves... Adeus!!!
Já de noite, despedi-me dele.
– Francisco, adeus! Se fores para o Céu esta noite, não te
esqueças lá de mim, ouviste?
– Não te esqueço, não; fica descansada.
E agarrando-me a mão direita, apertou-ma com força, por um
bom bocado, olhando para mim com as lágrimas nos olhos.
– Queres mais alguma coisa? – lhe perguntei, com as lágrimas
a correr-me também já pelas faces.
– Não – me respondeu com voz sumida.
Como a cena se estava a tornar demasiado comovedora, minha tia mandou-me sair do quarto.
– Então adeus, Francisco! Até ao Céu!
– Adeus, até ao Céu!...
E o Céu aproximava-se. Para lá voou no dia seguinte (11), nos
braços da Mãe celeste.
A saudade não se descreve; é um espinho triste a pungir o
coração pelos anos além! é a lembrança do passado ecoando sempre na eternidade.
Era de noite... e eu, plácida, sonhava
Que em tão festivo, suspirado dia,
Celestial enlace, em grã porfia,
Entre nós com os Anjos se agitava!
Que áurea coroa – ninguém ideava
Das florinhas que a terra produzia!
Que igualasse a que o Céu lhe oferecia
No angélico primor que a saudade deixava!
De lábios maternos... gozo, sorriso!
No celeste paraíso... vive em Deus!
D’amor encantado, de gozos sob’ranos,
Passou estes anos... tão breves... Adeus!!!
(11) Este «dia seguinte», foi 4 de Abril de 1919.