O que eu sentia era o que, de ordinário, se sente junto duma
pessoa santa que em tudo parece comunicar a Deus.
A Jacinta tinha um porte sempre sério, modesto e amável, que
parecia traduzir a presença de Deus em todos os seus actos, próprio de pessoas já avançadas em idade e de grande virtude. Não
Ihe vi nunca aquela demasiada leviandade ou entusiasmo próprio
das crianças, pelos enfeites e brincadeiras. (Isto, depois das aparições, que, antes, era o número um de entusiasmo e capricho).
Não posso dizer que as outras crianças corressem para junto
dela, como o faziam para junto de mim. E isto, talvez, porque ela
não sabia tanta cantiga e historieta para Ihes ensinar e as entreter;
ou, então, porque a seriedade do seu porte era demasiado superior à sua idade. Se, na sua presença, alguma criança ou mesmo
pessoas grandes diziam alguma coisa ou faziam qualquer acção
menos conveniente, repreendia-as, dizendo:
– Não façam isso, que ofendem a Deus Nosso Senhor; e Ele
já está tão ofendido!
Se a pessoa ou criança retorquia, chamando-lhe beata falsa
ou santinha de pau carunchento, ou coisa semelhante, o que acontecia várias vezes, ela olhava-as com uma certa severidade e, sem
dizer palavra, afastava-se. Talvez fosse este um dos motivos pelo
qual não gozava de mais simpatia. Se eu estava junto dela, depressa aí se juntavam dezenas de crianças; mas, se me ia embora, depressa ficava só. No entanto, quando estavam junto dela,
parecia gostarem da sua companhia. Abraçavam-na com os abraços próprios do carinho inocente; gostavam de cantar e jogar com
ela. Por vezes pediam-me para a ir buscar, quando não estava; e
se eu lhes dizia que ela não queria ir, por elas serem más, prometiam ser boas, se ela fosse.
– Vai buscá-la e diz-lhe que vamos a ser boas, se ela vier.
Na doença, quando, às vezes, a ia visitar, encontrava, fora da
porta, um bom grupo, esperando por mim para entrar a vê-la. Parecia que um certo respeito as detinha. Antes de me vir embora, às
vezes, perguntava-lhe:
– Jacinta, queres que diga a algumas que fiquem aqui ao pé
de ti, a fazer-te companhia?
– Pois sim. Mas dessas mais pequeninas que eu.
Então, todas porfiavam, dizendo:
– Fico eu! Fico eu!
Depois, entretinha-se com elas, ensinando-lhes o Padre-Nosso,
a Ave-Maria, a benzer-se, a cantar e, sobre a cama dela ou sentadas no chão, no meio da casa, se estava levantada, jogavam as
pedrinhas, servindo-se, para isso, das pequeninas maçãs, castanhas, bolota doce, figos secos, etc., com que minha tia não lhes
faltava, para que fizessem companhia a sua filhinha.
Rezava com elas o terço, aconselhava-as a não fazerem pecados, para não ofenderem a Deus Nosso Senhor e não irem para
o inferno.
Algumas passavam aí manhãs e tardes quase inteiras, parecendo sentirem-se felizes junto dela. Mas, depois de se terem ido
embora, não se atreviam a voltar com aquela confiança que parecia ser natural entre crianças. Umas vezes, iam procurar-me e
pedir-me para entrar com elas; outras, esperavam-me junto da casa
ou, então, esperavam, fora da porta, que minha tia ou a própria
Jacinta as chamasse e convidasse a entrar e a ir para junto dela.
Parecia gostarem dela e da sua companhia, mas sentirem-se retidas
por um certo acanhamento ou respeito que as mantinha a uma
certa distância.
O que eu sentia era o que, de ordinário, se sente junto duma
pessoa santa que em tudo parece comunicar a Deus.
A Jacinta tinha um porte sempre sério, modesto e amável, que
parecia traduzir a presença de Deus em todos os seus actos, próprio de pessoas já avançadas em idade e de grande virtude. Não
Ihe vi nunca aquela demasiada leviandade ou entusiasmo próprio
das crianças, pelos enfeites e brincadeiras. (Isto, depois das aparições, que, antes, era o número um de entusiasmo e capricho).
Não posso dizer que as outras crianças corressem para junto
dela, como o faziam para junto de mim. E isto, talvez, porque ela
não sabia tanta cantiga e historieta para Ihes ensinar e as entreter;
ou, então, porque a seriedade do seu porte era demasiado superior à sua idade. Se, na sua presença, alguma criança ou mesmo
pessoas grandes diziam alguma coisa ou faziam qualquer acção
menos conveniente, repreendia-as, dizendo:
– Não façam isso, que ofendem a Deus Nosso Senhor; e Ele
já está tão ofendido!
Se a pessoa ou criança retorquia, chamando-lhe beata falsa
ou santinha de pau carunchento, ou coisa semelhante, o que acontecia várias vezes, ela olhava-as com uma certa severidade e, sem
dizer palavra, afastava-se. Talvez fosse este um dos motivos pelo
qual não gozava de mais simpatia. Se eu estava junto dela, depressa aí se juntavam dezenas de crianças; mas, se me ia embora, depressa ficava só. No entanto, quando estavam junto dela,
parecia gostarem da sua companhia. Abraçavam-na com os abraços próprios do carinho inocente; gostavam de cantar e jogar com
ela. Por vezes pediam-me para a ir buscar, quando não estava; e
se eu lhes dizia que ela não queria ir, por elas serem más, prometiam ser boas, se ela fosse.
– Vai buscá-la e diz-lhe que vamos a ser boas, se ela vier.
Na doença, quando, às vezes, a ia visitar, encontrava, fora da
porta, um bom grupo, esperando por mim para entrar a vê-la. Parecia que um certo respeito as detinha. Antes de me vir embora, às
vezes, perguntava-lhe:
– Jacinta, queres que diga a algumas que fiquem aqui ao pé
de ti, a fazer-te companhia?
– Pois sim. Mas dessas mais pequeninas que eu.
Então, todas porfiavam, dizendo:
– Fico eu! Fico eu!
Depois, entretinha-se com elas, ensinando-lhes o Padre-Nosso,
a Ave-Maria, a benzer-se, a cantar e, sobre a cama dela ou sentadas no chão, no meio da casa, se estava levantada, jogavam as
pedrinhas, servindo-se, para isso, das pequeninas maçãs, castanhas, bolota doce, figos secos, etc., com que minha tia não lhes
faltava, para que fizessem companhia a sua filhinha.
Rezava com elas o terço, aconselhava-as a não fazerem pecados, para não ofenderem a Deus Nosso Senhor e não irem para
o inferno.
Algumas passavam aí manhãs e tardes quase inteiras, parecendo sentirem-se felizes junto dela. Mas, depois de se terem ido
embora, não se atreviam a voltar com aquela confiança que parecia ser natural entre crianças. Umas vezes, iam procurar-me e
pedir-me para entrar com elas; outras, esperavam-me junto da casa
ou, então, esperavam, fora da porta, que minha tia ou a própria
Jacinta as chamasse e convidasse a entrar e a ir para junto dela.
Parecia gostarem dela e da sua companhia, mas sentirem-se retidas
por um certo acanhamento ou respeito que as mantinha a uma
certa distância.
O que eu sentia era o que, de ordinário, se sente junto duma
pessoa santa que em tudo parece comunicar a Deus.
A Jacinta tinha um porte sempre sério, modesto e amável, que
parecia traduzir a presença de Deus em todos os seus actos, próprio de pessoas já avançadas em idade e de grande virtude. Não
Ihe vi nunca aquela demasiada leviandade ou entusiasmo próprio
das crianças, pelos enfeites e brincadeiras. (Isto, depois das aparições, que, antes, era o número um de entusiasmo e capricho).
Não posso dizer que as outras crianças corressem para junto
dela, como o faziam para junto de mim. E isto, talvez, porque ela
não sabia tanta cantiga e historieta para Ihes ensinar e as entreter;
ou, então, porque a seriedade do seu porte era demasiado superior à sua idade. Se, na sua presença, alguma criança ou mesmo
pessoas grandes diziam alguma coisa ou faziam qualquer acção
menos conveniente, repreendia-as, dizendo:
– Não façam isso, que ofendem a Deus Nosso Senhor; e Ele
já está tão ofendido!
Se a pessoa ou criança retorquia, chamando-lhe beata falsa
ou santinha de pau carunchento, ou coisa semelhante, o que acontecia várias vezes, ela olhava-as com uma certa severidade e, sem
dizer palavra, afastava-se. Talvez fosse este um dos motivos pelo
qual não gozava de mais simpatia. Se eu estava junto dela, depressa aí se juntavam dezenas de crianças; mas, se me ia embora, depressa ficava só. No entanto, quando estavam junto dela,
parecia gostarem da sua companhia. Abraçavam-na com os abraços próprios do carinho inocente; gostavam de cantar e jogar com
ela. Por vezes pediam-me para a ir buscar, quando não estava; e
se eu lhes dizia que ela não queria ir, por elas serem más, prometiam ser boas, se ela fosse.
– Vai buscá-la e diz-lhe que vamos a ser boas, se ela vier.
Na doença, quando, às vezes, a ia visitar, encontrava, fora da
porta, um bom grupo, esperando por mim para entrar a vê-la. Parecia que um certo respeito as detinha. Antes de me vir embora, às
vezes, perguntava-lhe:
– Jacinta, queres que diga a algumas que fiquem aqui ao pé
de ti, a fazer-te companhia?
– Pois sim. Mas dessas mais pequeninas que eu.
Então, todas porfiavam, dizendo:
– Fico eu! Fico eu!
Depois, entretinha-se com elas, ensinando-lhes o Padre-Nosso,
a Ave-Maria, a benzer-se, a cantar e, sobre a cama dela ou sentadas no chão, no meio da casa, se estava levantada, jogavam as
pedrinhas, servindo-se, para isso, das pequeninas maçãs, castanhas, bolota doce, figos secos, etc., com que minha tia não lhes
faltava, para que fizessem companhia a sua filhinha.
Rezava com elas o terço, aconselhava-as a não fazerem pecados, para não ofenderem a Deus Nosso Senhor e não irem para
o inferno.
Algumas passavam aí manhãs e tardes quase inteiras, parecendo sentirem-se felizes junto dela. Mas, depois de se terem ido
embora, não se atreviam a voltar com aquela confiança que parecia ser natural entre crianças. Umas vezes, iam procurar-me e
pedir-me para entrar com elas; outras, esperavam-me junto da casa
ou, então, esperavam, fora da porta, que minha tia ou a própria
Jacinta as chamasse e convidasse a entrar e a ir para junto dela.
Parecia gostarem dela e da sua companhia, mas sentirem-se retidas
por um certo acanhamento ou respeito que as mantinha a uma
certa distância.