2. O INCÓMODO DOS INTERROGATÓRIOS

2. O INCÓMODO DOS INTERROGATÓRIOS
Minha mãe, cansada de ver minha irmã perder tempo para ir
continuamente chamar-me e ficar no meu lugar com o rebanho,
resolveu vendê-lo; e, de acordo com minha tia, mandarem-nos à
(16) João Marto, irmão da Jacinta († 28-IV-2000)
(17) A gruta rochosa chama-se «Loca do Cabeço» e a colina onde se encontra
tem o nome de «Cabeço».
escola. A Jacinta gostava de, durante o recreio, ir visitar o Santíssimo; mas, dizia ela:
– Parece que adivinham. Logo que a gente entra na Igreja, é
tanta gente a fazer-nos perguntas! Eu gostava de estar muito tempo sozinha, a falar com Jesus escondido; mas nunca nos deixam!
Na verdade, aquela gentinha simples das aldeias não nos
deixava. Contavam, com toda a simplicidade, todas as suas necessidades e aflições. A Jacinta mostrava pena, em especial quando
se tratava dalgum pecador. E, então, dizia:
– Temos que rezar e oferecer sacrifícios a Nosso Senhor, para
que o converta e não vá para o inferno, coitadinho!
Vem agora aqui a propósito contar uma passagem que mostra
quanto a Jacinta procurava fugir às pessoas que a procuravam.
Íamos um dia (18) a caminho de Fátima, quando, já perto da estrada,
vemos que descem dum automóvel um grupo de senhoras e alguns
cavalheiros. Não duvidámos um momento que nos procuravam.
Fugir, já não podíamos, sem ser notadas. Vamos para diante, na
esperança de passar sem ser conhecidas. Ao chegarem junto de
nós, as senhoras perguntam se conhecemos os pastorinhos a quem
apareceu Nossa Senhora. Respondemos que sim. Se sabíamos
onde moravam. Demos-Ihes todas as indicações precisas para ir
lá ter e corremos a ocultar-nos nuns campos em um silvado. A
Jacinta, contente com o bom resultado da experiência, dizia:
– Havemos de fazer assim sempre que não nos conheçam.
Minha mãe, cansada de ver minha irmã perder tempo para ir
continuamente chamar-me e ficar no meu lugar com o rebanho,
resolveu vendê-lo; e, de acordo com minha tia, mandarem-nos à
 
tem o nome de «Cabeço».
escola. A Jacinta gostava de, durante o recreio, ir visitar o Santíssimo; mas, dizia ela:
– Parece que adivinham. Logo que a gente entra na Igreja, é
tanta gente a fazer-nos perguntas! Eu gostava de estar muito tempo sozinha, a falar com Jesus escondido; mas nunca nos deixam!
Na verdade, aquela gentinha simples das aldeias não nos
deixava. Contavam, com toda a simplicidade, todas as suas necessidades e aflições. A Jacinta mostrava pena, em especial quando
se tratava dalgum pecador. E, então, dizia:
– Temos que rezar e oferecer sacrifícios a Nosso Senhor, para
que o converta e não vá para o inferno, coitadinho!
Vem agora aqui a propósito contar uma passagem que mostra
quanto a Jacinta procurava fugir às pessoas que a procuravam.
Íamos um dia (18) a caminho de Fátima, quando, já perto da estrada,
vemos que descem dum automóvel um grupo de senhoras e alguns
cavalheiros. Não duvidámos um momento que nos procuravam.
Fugir, já não podíamos, sem ser notadas. Vamos para diante, na
esperança de passar sem ser conhecidas. Ao chegarem junto de
nós, as senhoras perguntam se conhecemos os pastorinhos a quem
apareceu Nossa Senhora. Respondemos que sim. Se sabíamos
onde moravam. Demos-Ihes todas as indicações precisas para ir
lá ter e corremos a ocultar-nos nuns campos em um silvado. A
Jacinta, contente com o bom resultado da experiência, dizia:
– Havemos de fazer assim sempre que não nos conheçam.