23 - O QUE FAZER DIANTE DA TENTAÇÃO?

23 - O QUE FAZER DIANTE DA TENTAÇÃO?
 
Repeli-la imediatamente. A tentação nada pode fazer-nos se a repelirmos; se não dialogamos com ela é inócua. Porque desde o momento em que dialogamos com ela, desde o momento em que ponderamos os prós e os contras do que nos diz, desde esse momento em que tomamos em consideração o que nos propõe, desde esse mesmo instante a nossa fortaleza fende-se, a nossa oposição debilita-se. Uma vez iniciado o diálogo, necessitaremos de muito mais força de vontade para a repelir.
Outra coisa que observamos, nós os confessores, é que alguns penitentes muito devotos se angustiam às vezes diante de certas tentações que os levam a cometer grandes pecados. Estas pessoas, devotas e religiosas, não explicam como é que lhes vêm esses pensamentos e, além disso, sentem-se muito culpadas; culpadas e impotentes.
Tendo entendido o que é uma espécie inteligível infundida por um demónio, compreende-se que o melhor modo de agir contra ela é ignorá-la, fazer precisamente o contrário do que nos propõe ou pôr-se a rezar. Desesperar não serve de nada. Mas se não se desespera, quem desespera é o demónio.
O demónio pode introduzir-nos pensamentos, imagens ou recordações, mas não pode introduzir-se na nossa vontade. Podemos ser tentados, mas no final temos o que queremos. Nem todos os poderes do inferno podem forçar alguém a cometer o mais leve pecado que seja.