Aproximava-se, pois, o dia em que o Senhor Prior tinha
destinado fizessem a sua primeira comunhão solene as crianças
da freguesia. Minha mãe pensou, pois, que em vistas da sua filhinha
saber a doutrina e de ter já completado os 6 anos, poderia talvez
fazer já a sua primeira comunhão. Com este intento, mandou-me,
com minha irmã Carolina, assistir à explicação da doutrina que,
como preparação para esse dia, fazia o Senhor Prior às crianças.
Lá ia, pois, radiante de alegria, na esperança de em breve receber,
pela primeira vez, o meu Deus. Sua Rev.cia fazia as suas explicações
sentado em uma cadeira que estava sobre um estrado. Chamava-
-me para junto de si e quando alguma criança não sabia responder
às suas perguntas, para as envergonhar, mandava-me dizer a mim.
Chegou, pois, a véspera do grande dia e Sua Rev.cia mandou ir
à Igreja todas as crianças, da parte da manhã, para dizer definitivamente quais as que comungavam. Qual não foi o meu desgosto,
quando Sua Rev.cia me chama para junto de si e, acariciando-me,
me diz que tinha de esperar pelos 7 anos! Comecei logo a chorar;
e, como se estivesse junto de minha mãe, reclinei a cabeça, soluçando, nos seus joelhos. Estava em esta atitude, quando entra na
Igreja um Sacerdote que Sua Rev.cia havia mandado vir de fora,
para o ajudar nas confissões (5). Sua Rev.cia perguntou o motivo das
minhas lágrimas e, ao ser informado, levou-me para a sacristia, examinou-me a respeito da doutrina e do mistério da Eucaristia e depois
trouxe-me pela mão junto do Senhor Prior e diz:
– Padre Pena, V. Rev.cia pode deixar esta pequena comungar.
Ela entende melhor o que faz que muitos desses.
– Mas só tem 6 anos! – retorquiu o bom Pároco.
– Não importa! Essa responsabilidade, se V. Rev.cia quer, tomo-
-a eu.
– Pois bem – me disse o bom Pároco –, vai dizer a tua mãe
que sim, que fazes amanhã a tua primeira comunhão.
A minha alegria não tem explicação. Lá fui, batendo as palmas
de contente, correndo todo o caminho, dar a boa nova a minha
mãe que começou logo a preparar-me para, de tarde, me levar a
confessar-me. Ao chegar à Igreja, disse a minha mãe que me queria
confessar a esse sacerdote de fora. Sua Rev.cia estava confessando
na sacristia, sentado em uma cadeira. Minha mãe ajoelhou-se, pois,
ao pé da porta, no altar-mor, junto das outras mulheres que estavam
esperando a vez dos seus filhinhos. Aí, diante do Santíssimo, foi-
-me fazendo as suas últimas recomendações.
Aproximava-se, pois, o dia em que o Senhor Prior tinha
destinado fizessem a sua primeira comunhão solene as crianças
da freguesia. Minha mãe pensou, pois, que em vistas da sua filhinha
saber a doutrina e de ter já completado os 6 anos, poderia talvez
fazer já a sua primeira comunhão. Com este intento, mandou-me,
com minha irmã Carolina, assistir à explicação da doutrina que,
como preparação para esse dia, fazia o Senhor Prior às crianças.
Lá ia, pois, radiante de alegria, na esperança de em breve receber,
pela primeira vez, o meu Deus. Sua Rev.cia fazia as suas explicações
sentado em uma cadeira que estava sobre um estrado. Chamava-
-me para junto de si e quando alguma criança não sabia responder
às suas perguntas, para as envergonhar, mandava-me dizer a mim.
Chegou, pois, a véspera do grande dia e Sua Rev.cia mandou ir
à Igreja todas as crianças, da parte da manhã, para dizer definitivamente quais as que comungavam. Qual não foi o meu desgosto,
quando Sua Rev.cia me chama para junto de si e, acariciando-me,
me diz que tinha de esperar pelos 7 anos! Comecei logo a chorar;
e, como se estivesse junto de minha mãe, reclinei a cabeça, soluçando, nos seus joelhos. Estava em esta atitude, quando entra na
Igreja um Sacerdote que Sua Rev.cia havia mandado vir de fora,
para o ajudar nas confissões (5). Sua Rev.cia perguntou o motivo das
minhas lágrimas e, ao ser informado, levou-me para a sacristia, examinou-me a respeito da doutrina e do mistério da Eucaristia e depois
trouxe-me pela mão junto do Senhor Prior e diz:
– Padre Pena, V. Rev.cia pode deixar esta pequena comungar.
Ela entende melhor o que faz que muitos desses.
– Mas só tem 6 anos! – retorquiu o bom Pároco.
– Não importa! Essa responsabilidade, se V. Rev.cia quer, tomo-
-a eu.
– Pois bem – me disse o bom Pároco –, vai dizer a tua mãe
que sim, que fazes amanhã a tua primeira comunhão.
A minha alegria não tem explicação. Lá fui, batendo as palmas
de contente, correndo todo o caminho, dar a boa nova a minha
mãe que começou logo a preparar-me para, de tarde, me levar a
confessar-me. Ao chegar à Igreja, disse a minha mãe que me queria
confessar a esse sacerdote de fora. Sua Rev.cia estava confessando
na sacristia, sentado em uma cadeira. Minha mãe ajoelhou-se, pois,
ao pé da porta, no altar-mor, junto das outras mulheres que estavam
esperando a vez dos seus filhinhos. Aí, diante do Santíssimo, foi-
-me fazendo as suas últimas recomendações.