4. SORRISO DA MÃE DE DEUS

4. SORRISO DA MÃE DE DEUS
E quando chegou a minha vez, lá fui ajoelhar aos pés do nosso bom Deus, ali representado pelo Seu ministro, a implorar o perdão dos meus pecados. Quando terminei, vi que toda a gente se
ria. Minha mãe chama-me e diz:
– Minha filha, não sabes que a confissão se faz baixinho, que
é um segredo? Toda a gente te ouviu! Só no fim disseste uma
coisa que ninguém soube o que foi.
No caminho para casa, minha mãe fez várias tentativas para
ver se descobria o que ela chamava o segredo da minha confissão; mas não obteve mais que um profundo silêncio. Vou, pois,
descobrir agora o segredo da minha primeira confissão. O bom
(5) Mais tarde foi identificado como o «santo» Padre Cruz († 1948).
Sacerdote, depois de me ter ouvido, disse-me estas breves palavras:
– Minha filha, a sua alma é o templo do Espírito Santo. Guarde-a para sempre pura, para que Ele possa continuar nela a Sua
acção divina.
Ao ouvir estas palavras, senti-me penetrada de respeito pelo
meu íntimo e perguntei ao bom confessor como devia fazer.
– De joelhos, aí, aos pés de Nossa Senhora, peça-Lhe, com
muita confiança, que tome conta do seu coração, que o prepare
para receber amanhã dignamente o Seu querido Filho e que o guarde para Ele só.
Havia na Igreja mais que uma imagem de Nossa Senhora.
Mas, como minhas irmãs arranjavam o altar de Nossa Senhora do
Rosário (6), estava por isso habituada a rezar diante dessa e por
isso lá fui também dessa vez. Pedi-Lhe, pois, com todo o ardor de
que fui capaz, que guardasse, para Deus só, o meu pobre coração. Ao repetir várias vezes esta humilde súplica, com os olhos
fitos na imagem, pareceu-me que ela se sorria e que, com um olhar
e gesto de bondade, me dizia que sim. Fiquei tão inundada de
gozo, que a custo conseguia articular palavra.
E quando chegou a minha vez, lá fui ajoelhar aos pés do nosso bom Deus, ali representado pelo Seu ministro, a implorar o perdão dos meus pecados. Quando terminei, vi que toda a gente se
ria. Minha mãe chama-me e diz:
– Minha filha, não sabes que a confissão se faz baixinho, que
é um segredo? Toda a gente te ouviu! Só no fim disseste uma
coisa que ninguém soube o que foi.
No caminho para casa, minha mãe fez várias tentativas para
ver se descobria o que ela chamava o segredo da minha confissão; mas não obteve mais que um profundo silêncio. Vou, pois,
descobrir agora o segredo da minha primeira confissão. O bom
(5) Mais tarde foi identificado como o «santo» Padre Cruz († 1948).
Sacerdote, depois de me ter ouvido, disse-me estas breves palavras:
– Minha filha, a sua alma é o templo do Espírito Santo. Guarde-a para sempre pura, para que Ele possa continuar nela a Sua
acção divina.
Ao ouvir estas palavras, senti-me penetrada de respeito pelo
meu íntimo e perguntei ao bom confessor como devia fazer.
– De joelhos, aí, aos pés de Nossa Senhora, peça-Lhe, com
muita confiança, que tome conta do seu coração, que o prepare
para receber amanhã dignamente o Seu querido Filho e que o guarde para Ele só.
Havia na Igreja mais que uma imagem de Nossa Senhora.
Mas, como minhas irmãs arranjavam o altar de Nossa Senhora do
Rosário (6), estava por isso habituada a rezar diante dessa e por
isso lá fui também dessa vez. Pedi-Lhe, pois, com todo o ardor de
que fui capaz, que guardasse, para Deus só, o meu pobre coração. Ao repetir várias vezes esta humilde súplica, com os olhos
fitos na imagem, pareceu-me que ela se sorria e que, com um olhar
e gesto de bondade, me dizia que sim. Fiquei tão inundada de
gozo, que a custo conseguia articular palavra.
 
( 6 ) Esta linda imagem encontra-se ainda hoje na Igreja Paroquial.