Não, o resultado é o mesmo usando vísceras de animais ou cabelos da vítima, um boneco de cera ou marcar no chão com um giz em pentagrama rodeado de velas. É indiferente usar uns materiais ou outros, umas esconjurações ou outras. O que realmente faz com que tudo isso tenha efeito é a invocação do demónio. O modo como se invoca é indiferente.
Contudo, ao demónio interessa fazer crer aos seus servidores que tais ritos e materiais têm importância, pois assim as pessoas pensam que eles têm a capacidade de dominar essas forças. Através de ritos, os bruxos crêem manter o domínio da situação.
O que se diz para os malefícios e feitiços vale, mas ao contrário, para os exorcismos. São indiferentes os materiais e os ritos com que exorcizamos o demónio. O importante é a fé em Deus. Pode exorcizar-se o demónio armado só com o nome de Cristo e a fé embora que haja exorcistas que dão uma importância excessiva aos modos e materiais com os quais realizam o exorcismo.
Em qualque caso, embora o sacerdote vá armado apenas com o nome de Cristo, a oração fará com que o demónio revele ao exorcista que há algumas coisas que o atormentam de um modo específico, pois específicos foram os pecados que o levaram à reprovação e que agora atormentam a sua alma.
Não, o resultado é o mesmo usando vísceras de animais ou cabelos da vítima, um boneco de cera ou marcar no chão com um giz em pentagrama rodeado de velas. É indiferente usar uns materiais ou outros, umas esconjurações ou outras. O que realmente faz com que tudo isso tenha efeito é a invocação do demónio. O modo como se invoca é indiferente.
Contudo, ao demónio interessa fazer crer aos seus servidores que tais ritos e materiais têm importância, pois assim as pessoas pensam que eles têm a capacidade de dominar essas forças. Através de ritos, os bruxos crêem manter o domínio da situação.
O que se diz para os malefícios e feitiços vale, mas ao contrário, para os exorcismos. São indiferentes os materiais e os ritos com que exorcizamos o demónio. O importante é a fé em Deus. Pode exorcizar-se o demónio armado só com o nome de Cristo e a fé embora que haja exorcistas que dão uma importância excessiva aos modos e materiais com os quais realizam o exorcismo.
Em qualquer caso, embora o sacerdote vá armado apenas com o nome de Cristo, a oração fará com que o demónio revele ao exorcista que há algumas coisas que o atormentam de um modo específico, pois específicos foram os pecados que o levaram à reprovação e que agora atormentam a sua alma.
ANEXO À QUESTÃO 45
Durante muitos anos mantive a postura descrita na questão acima, postura que me parecia a mais racional, pelo que me aferrei a ela com unhas e dentes. No entanto, a prática exorcística foi desmentindo esta convicção de um modo tão visível que mudei de opinião. Considerava que existia algum tipo de relação desconhecida entre determinados objectos materiais e o espírito. Isto é, que ter ou não ter algum material humano (unhas, cabelo ou menstruação, por exemplo) da pessoa contra a qual se vai fazer o malefício não é indiferente. Como tão-pouco é indiferente que esse objecto maléfico (aquele com que se efectuou o malefício) se queime no caso de se encontrar.
Além disso, pensava, se isto era válido para o mau, também o seria para o bom. Ou seja, reconhecia que, num exorcismo, o mais importante é a fé, mas que não era o mesmo usar uma matéria ou outra para exorcizar. Darei alguns exemplos:
num dado momento, em que Deus nos revelara (através do possesso) que tínhamos de aplicar cinza de Quarta-Feira de Cinzas juntamente com Santo Crisma sobre um possesso fez com que acabasse uma longa possessão que, caso contrário, se teria prolongado vários dias mais.
Noutros casos, fazer sinais da cruz sobre uma parte concreta do corpo do possesso pode encurtar o exorcismo inclusive em horas.
A tese de que a única coisa que importa é a fé, e de que o material e o modo são indiferentes, parecia-me uma tese tão bela como simples e que, além disso, não apresentava problema algum. Considerava que o facto de o material ter certa relevância neste campo tanto para fazer malefícios como para exorcizar não significava que caíssemos no mágico, mas que significava simplesmente reconhecer que entre o material e o espiritual existem relações muito mais complexas do que imaginamos, todas elas regidas, não pela irracionalidade, mas por uma racionalidade que nos supera.
Mantive esta segunda postura durante três anos. Depois houve de novo em mim um progresso na compreensão destas realidades, o que me fez voltar à primeira postura. Hoje em dia creio que a matéria para fazer um malefício e o modo de o fazer é completamente indiferente. São os demónios que tratam de nos fazer crer que tem importância. Os demónios põem maior interesse em atacar uma pessoa se se invocam de um modo determinado, sob uns determinados rituais ou usando determinadas matérias. Em si mesmo os rituais são indiferentes, mas o inferno quer convencer-nos de que não, para assim criar uma espécie de ciência maléfica. O que importa na eficássia de um malefício são unicamente duas coisas: a vontade do que realiza o malefício e que chamam os demónios, e a vontade dos demónios para atacar uma pessoa.
A mesma doutrina é válida para conseguir um milagre ou uma intervenção de Deus. Os materiais de um ritual (um sacrifício do Antigo Testamento, uma liturgia de adoração) são indiferentes, só importa a vontade do que pede e a vontade de Deus. Não existe uma fórmula para fazer o malefício, assim como tão-pouco existe uma fórmula para fazer um milagre. A vontade do que invoca, chama e pede, a vontade do que actua é que realiza todo o acto.
Então, porque é que nos exorcismos determinados elementos parecem ter efeitos concretos para atormentar e fazer sair demónios? Pois unicamente porque são símbolo de realidades espirituais. E o símbolo pode atormentar os demónios ao ponto de os fazer sair.