5. A MÃE DE LÚCIA ADOECE GRAVEMENTE

5. A MÃE DE LÚCIA ADOECE GRAVEMENTE
O Senhor devia comprazer-se em ver-me sofrer, pois me preparava agora um cálix bem mais amargo, que dentro em pouco me
dará a beber. Minha mãe cai gravemente enferma e a tal ponto
que, um dia, a julgámos agonizante. Foram, então, todos os seus
filhos junto da sua cama, para receber a sua última bênção e beijar-lhe a mão moribunda. Por ser a mais nova, fui a última. Minha
pobre mãe, ao ver-me, reanimou-se um pouco, lançou-me os braços ao pescoço e, suspirando, exclamou:
– Minha pobre filha! Que será de ti sem mãe? Morro contigo
atravessada no coração.
E, prorrompendo em amargos soluços, apertava-me cada vez
mais. Minha irmã mais velha arrancou-me de seus braços, à força; e, levando-me à cozinha, proibiu-me voltar mais ao quarto da
doente e concluiu, dizendo:
– A mãe morre amargurada com os desgostos que tu Ihe tens
dado.
Ajoelhei-me, inclinei a cabeça sobre um banco e, numa profunda amargura, qual ainda não tinha experimentado, oferecia a
nosso bom Deus o meu sacrifício. Poucos momentos depois, as
minhas duas irmãs mais velhas, vendo o caso perdido, voltam junto de mim e dizem-me:
– Lúcia, se é certo que tu viste Nossa Senhora, vai agora à
Cova da Iria, pede-lhe que cure a nossa mãe. Promete-Lhe o que
quiseres, que o faremos; e então acreditaremos.
Sem me deter nem um momento, pus-me a caminho. Para
não ser vista, fui por uns atalhos que havia entre campos, rezando
até lá o Rosário. Fiz à Santíssima Virgem o meu pedido; desafoguei aí a minha dor, derramando copiosas lágrimas e voltei para
casa, confortada com a esperança de que a minha querida Mãe do
Céu me daria a saúde da da terra.
Ao entrar em casa, minha querida mãe já sentia algumas melhoras; e, passados três dias, podia já desempenhar os seus trabalhos domésticos.
Eu tinha prometido à Santíssima Virgem, se Ela me concedesse o que eu Ihe pedia, ir aí, durante nove dias seguidos, acompanhada de minhas irmãs, rezar o Rosário e ir, de joelhos, desde o
cimo da estrada até ao pé da carrasqueira; e, no último dia, levar 9
crianças pobres e dar-lhes, no fim, um jantar. Fomos, pois, cumprir
a minha promessa, acompanhadas de minha mãe que dizia:
– Que coisa! Nossa Senhora curou-me e eu parece que ainda
não acredito! Não sei como isto é!
O Senhor devia comprazer-se em ver-me sofrer, pois me preparava agora um cálix bem mais amargo, que dentro em pouco me
dará a beber. Minha mãe cai gravemente enferma e a tal ponto
que, um dia, a julgámos agonizante. Foram, então, todos os seus
filhos junto da sua cama, para receber a sua última bênção e beijar-lhe a mão moribunda. Por ser a mais nova, fui a última. Minha
pobre mãe, ao ver-me, reanimou-se um pouco, lançou-me os braços ao pescoço e, suspirando, exclamou:
– Minha pobre filha! Que será de ti sem mãe? Morro contigo
atravessada no coração.
E, prorrompendo em amargos soluços, apertava-me cada vez
mais. Minha irmã mais velha arrancou-me de seus braços, à força; e, levando-me à cozinha, proibiu-me voltar mais ao quarto da
doente e concluiu, dizendo:
– A mãe morre amargurada com os desgostos que tu Ihe tens
dado.
Ajoelhei-me, inclinei a cabeça sobre um banco e, numa profunda amargura, qual ainda não tinha experimentado, oferecia a
nosso bom Deus o meu sacrifício. Poucos momentos depois, as
minhas duas irmãs mais velhas, vendo o caso perdido, voltam junto de mim e dizem-me:
– Lúcia, se é certo que tu viste Nossa Senhora, vai agora à
Cova da Iria, pede-lhe que cure a nossa mãe. Promete-Lhe o que
quiseres, que o faremos; e então acreditaremos.
Sem me deter nem um momento, pus-me a caminho. Para
não ser vista, fui por uns atalhos que havia entre campos, rezando
até lá o Rosário. Fiz à Santíssima Virgem o meu pedido; desafoguei aí a minha dor, derramando copiosas lágrimas e voltei para
casa, confortada com a esperança de que a minha querida Mãe do
Céu me daria a saúde da da terra.
Ao entrar em casa, minha querida mãe já sentia algumas melhoras; e, passados três dias, podia já desempenhar os seus trabalhos domésticos.
Eu tinha prometido à Santíssima Virgem, se Ela me concedesse o que eu Ihe pedia, ir aí, durante nove dias seguidos, acompanhada de minhas irmãs, rezar o Rosário e ir, de joelhos, desde o
cimo da estrada até ao pé da carrasqueira; e, no último dia, levar 9
crianças pobres e dar-lhes, no fim, um jantar. Fomos, pois, cumprir
a minha promessa, acompanhadas de minha mãe que dizia:
– Que coisa! Nossa Senhora curou-me e eu parece que ainda
não acredito! Não sei como isto é!