5. VIGÍLIA DE ESPERANÇA

5. VIGÍLIA DE ESPERANÇA
Minhas irmãs ficaram essa noite trabalhando para me fazer o
vestido branco e a grinalda de flores. Eu, com a alegria, não podia
dormir; e as horas não havia maneira de passarem. Levantava-
-me, pois, constantemente, para ir junto delas perguntar-Ihes se
ainda não era dia, se me queriam provar o vestido, a grinalda, etc.
Amanheceu, por fim, o feliz dia, mas as nove horas, quanto
tardaram! Já vestida com o meu vestido branco, minha irmã Maria
levou-me à cozinha para eu pedir perdão a meus pais, beijar-lhes
a mão e pedir-lhes a bênção. Terminada a cerimónia, minha mãe
fez-me as últimas recomendações. Disse-me o que queria que eu
pedisse a Nosso Senhor quando O tivesse em meu peito e despediu-me com estas palavras: – Sobretudo, pede a Nosso Senhor
que te faça uma santa – palavras que se me gravaram tão indeléveis, no coração, que foram as primeiras que disse a Nosso Senhor logo que O recebi. E ainda hoje me parece ouvir o eco da voz
de minha mãe a repetir-mas.
Lá fui, caminho da Igreja, com minhas irmãs; e para não me
manchar com o pó do caminho, levou-me ao colo meu irmão. Logo
que cheguei à Igreja, corri aos pés do altar de Nossa Senhora a
renovar o meu pedido. Aí me fiquei, na contemplação do sorriso de
ontem, até que minhas irmãs me foram buscar para me colocar no
lugar que me estava destinado. As crianças eram muitas. Formavam quatro filas desde o fundo da Igreja até à balaustrada, 2 de
meninos e 2 de meninas. Como eu era a mais pequenina, calhou-
-me ficar junto dos anjos, no degrau da balaustrada.
( 6 ) Esta linda imagem encontra-se ainda hoje na Igreja Paroquial.
Minhas irmãs ficaram essa noite trabalhando para me fazer o
vestido branco e a grinalda de flores. Eu, com a alegria, não podia
dormir; e as horas não havia maneira de passarem. Levantava-
-me, pois, constantemente, para ir junto delas perguntar-Ihes se
ainda não era dia, se me queriam provar o vestido, a grinalda, etc.
Amanheceu, por fim, o feliz dia, mas as nove horas, quanto
tardaram! Já vestida com o meu vestido branco, minha irmã Maria
levou-me à cozinha para eu pedir perdão a meus pais, beijar-lhes
a mão e pedir-lhes a bênção. Terminada a cerimónia, minha mãe
fez-me as últimas recomendações. Disse-me o que queria que eu
pedisse a Nosso Senhor quando O tivesse em meu peito e despediu-me com estas palavras: – Sobretudo, pede a Nosso Senhor
que te faça uma santa – palavras que se me gravaram tão indeléveis, no coração, que foram as primeiras que disse a Nosso Senhor logo que O recebi. E ainda hoje me parece ouvir o eco da voz
de minha mãe a repetir-mas.
Lá fui, caminho da Igreja, com minhas irmãs; e para não me
manchar com o pó do caminho, levou-me ao colo meu irmão. Logo
que cheguei à Igreja, corri aos pés do altar de Nossa Senhora a
renovar o meu pedido. Aí me fiquei, na contemplação do sorriso de
ontem, até que minhas irmãs me foram buscar para me colocar no
lugar que me estava destinado. As crianças eram muitas. Formavam quatro filas desde o fundo da Igreja até à balaustrada, 2 de
meninos e 2 de meninas. Como eu era a mais pequenina, calhou-
-me ficar junto dos anjos, no degrau da balaustrada.