Sim, o demónio pode provocar estigmas. Resisti a acreditar em tal coisa apesar de o cardeal Bona afirmar que tal facto «se comprovou por alguns exemplos indiscutíveis» (Discret, spir. c7, n11) e de que tinha havido testemunhas disso mesmo no caso das possessas de Loudum. E eu resistia a aceitá-lo porque considerava que os estigmas eram um fenómeno de carácter essencialmente externo que supunham uma espécie de ratificação divina a respeito do sujeito que os exibia. Isto é, outros fenómenos místicos são ocultos e são dados para bem da pessoa que os possui, mas a estigmatização dá-se essencialmente para os outros. Por isso são marcas externas. E são, julgava eu, uma espécie de confirmação divina da santidade de quem traz os estigmas.
E assim, São Paulo afirma: «De agora em diante ninguém mais me moleste, pois trago no meu coração as marcas de Jesus.» (Gl 6,17) Deste versículo há várias interpretações, todas elas igualmente plausíveis. Mas, se fala de estigmatização, então parecia corroborar que esta supõe uma espécie de manifestação do favor divino, impressão espontânea por outro lado entre as pessoas que conhecem tal fenómeno. Mas, embora isto seja assim, o certo é que mais adiante conheci (não em primeira mão, mas por filmagens) um caso de pseudomessias que sangrava por algumas partes do corpo. Não eram propriamente estigmas, mas a pele que sangrava.
Que conclusão tiramos de tudo isto? Talvez o grande ensinamento de que este facto tão anedótico possa acontecer é que o próprio Deus que nos dá os sinais para conhecer a verdade, nos deu a inteligência para discernir tais sinais. Agradou ao Deus da inteligência propor-nos este tipo de estigmas para que os resolvamos.
De qualquer forma, o origem de um caso de estigmatização, como o de qualquer outro fenómeno místico, deduzir-se-á dos frutos que produza na vida dessa pessoa. Pelos seus frutos os conhecereis. Os frutos do Maligno são soberba e desobediência; pecado em definitivo. Os frutos da alma de Deus são a humildade, a obediência, a vida sacrificada e a virtude. Volto a repetir que o facto de os estigmas poderem ser produzidos pelo demónio é algo muito anedótico e acidental, mas o ensinamento que se extrai disso é, no entanto, muito importante para qualquer campo eclesiástico: tudo pode falsificar-se menos a virtude. Os sinais, os raciocínios dos teólogos, as boas razões, as intenções... tudo é susceptível de ser torcido ou manipulado. A única coisa que não pode fingir-se nas 24 horas do dia, nos 365 dias do ano, é a virtude.
Sim, o demónio pode provocar estigmas. Resisti a acreditar em tal coisa apesar de o cardeal Bona afirmar que tal facto «se comprovou por alguns exemplos indiscutíveis» (Discret, spir. c7, n11) e de que tinha havido testemunhas disso mesmo no caso das possessas de Loudum. E eu resistia a aceitá-lo porque considerava que os estigmas eram um fenómeno de carácter essencialmente externo que supunham uma espécie de ratificação divina a respeito do sujeito que os exibia. Isto é, outros fenómenos místicos são ocultos e são dados para bem da pessoa que os possui, mas a estigmatização dá-se essencialmente para os outros. Por isso são marcas externas. E são, julgava eu, uma espécie de confirmação divina da santidade de quem traz os estigmas.
E assim, São Paulo afirma: «De agora em diante ninguém mais me moleste, pois trago no meu coração as marcas de Jesus.» (Gl 6,17) Deste versículo há várias interpretações, todas elas igualmente plausíveis. Mas, se fala de estigmatização, então parecia corroborar que esta supõe uma espécie de manifestação do favor divino, impressão espontânea por outro lado entre as pessoas que conhecem tal fenómeno. Mas, embora isto seja assim, o certo é que mais adiante conheci (não em primeira mão, mas por filmagens) um caso de pseudomessias que sangrava por algumas partes do corpo. Não eram propriamente estigmas, mas a pele que sangrava.
Que conclusão tiramos de tudo isto? Talvez o grande ensinamento de que este facto tão anedótico possa acontecer é que o próprio Deus que nos dá os sinais para conhecer a verdade, nos deu a inteligência para discernir tais sinais. Agradou ao Deus da inteligência propor-nos este tipo de estigmas para que os resolvamos.
De qualquer forma, o origem de um caso de estigmatização, como o de qualquer outro fenómeno místico, deduzir-se-á dos frutos que produza na vida dessa pessoa. Pelos seus frutos os conhecereis. Os frutos do Maligno são soberba e desobediência; pecado em definitivo. Os frutos da alma de Deus são a humildade, a obediência, a vida sacrificada e a virtude. Volto a repetir que o facto de os estigmas poderem ser produzidos pelo demónio é algo muito anedótico e acidental, mas o ensinamento que se extrai disso é, no entanto, muito importante para qualquer campo eclesiástico: tudo pode falsificar-se menos a virtude. Os sinais, os raciocínios dos teólogos, as boas razões, as intenções... tudo é susceptível de ser torcido ou manipulado. A única coisa que não pode fingir-se nas 24 horas do dia, nos 365 dias do ano, é a virtude.