6. JACINTA VÊ O SANTO PADRE

6. JACINTA VÊ O SANTO PADRE
Um dia, fomos passar as horas da sesta para junto do poço de
meus pais. A Jacinta sentou-se nas lajes do poço; o Francisco,
comigo, foi procurar o mel silvestre nas silvas dum silvado duma
ribanceira que aí havia. Passado um pouco de tempo, a Jacinta
chama por mim:
– Não viste o Santo Padre?
– Não!
– Não sei como foi! Eu vi o Santo Padre em uma casa muito
grande, de joelhos, diante de uma mesa, com as mãos na cara, a
chorar. Fora da casa estava muita gente e uns atiravam-Ihe pedras,
outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias (15).
Coitadinho do Santo Padre! Temos que pedir muito por Ele.
Já disse como, um dia, dois Sacerdotes nos recomendaram a
oração pelo Santo Padre e nos explicaram quem era o Papa. A
Jacinta, depois, perguntou-me:
– É o mesmo que eu vi a chorar e de quem aquela Senhora
nos falou no segredo?
– É – Ihe respondi.
– Decerto aquela Senhora também o mostrou a estes Senhores
Padres! Vês? Eu não me enganei. É preciso rezar muito por Ele.
Em outra ocasião, fomos para a Lapa do Cabeço. Chegados
aí, prostrámo-nos por terra, a rezar as orações do Anjo. Passado
algum tempo, a Jacinta ergue-se e chama por mim:
– Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de
gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo
Padre em uma Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a
rezar? E tanta gente a rezar com Ele?
Passados alguns dias, perguntou-me:
– Posso dizer que vi o Santo Padre e toda aquela gente?
– Não. Não vês que isso faz parte do segredo? que por aí logo
se descobria?
– Está bem; então não digo nada.
(15) Com a revelação da 3ª parte do «segredo» compreende-se melhor porque
reconheceu a Jacinta, nas suas visões, o Santo Padre. Em 27.IV.2000, Lúcia
respondendo à pergunta de Mons. Bertone se a personagem principal da vi-
Um dia, fomos passar as horas da sesta para junto do poço de
meus pais. A Jacinta sentou-se nas lajes do poço; o Francisco,
comigo, foi procurar o mel silvestre nas silvas dum silvado duma
ribanceira que aí havia. Passado um pouco de tempo, a Jacinta
chama por mim:
– Não viste o Santo Padre?
– Não!
– Não sei como foi! Eu vi o Santo Padre em uma casa muito
grande, de joelhos, diante de uma mesa, com as mãos na cara, a
chorar. Fora da casa estava muita gente e uns atiravam-Ihe pedras,
outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias (15).
Coitadinho do Santo Padre! Temos que pedir muito por Ele.
Já disse como, um dia, dois Sacerdotes nos recomendaram a
oração pelo Santo Padre e nos explicaram quem era o Papa. A
Jacinta, depois, perguntou-me:
– É o mesmo que eu vi a chorar e de quem aquela Senhora
nos falou no segredo?
– É – Ihe respondi.
– Decerto aquela Senhora também o mostrou a estes Senhores
Padres! Vês? Eu não me enganei. É preciso rezar muito por Ele.
Em outra ocasião, fomos para a Lapa do Cabeço. Chegados
aí, prostrámo-nos por terra, a rezar as orações do Anjo. Passado
algum tempo, a Jacinta ergue-se e chama por mim:
– Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de
gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo
Padre em uma Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a
rezar? E tanta gente a rezar com Ele?
Passados alguns dias, perguntou-me:
– Posso dizer que vi o Santo Padre e toda aquela gente?
– Não. Não vês que isso faz parte do segredo? que por aí logo
se descobria?
– Está bem; então não digo nada.
 
(15) Com a revelação da 3ª parte do «segredo» compreende-se melhor porque
reconheceu a Jacinta, nas suas visões, o Santo Padre. Em 27.IV.2000, Lúcia
respondendo à pergunta de Mons. Bertone se a personagem principal da visão era o Papa, disse:«Não sabíamos o nome do Papa; Nossa Senhora não nos disse o nome do Papa. Não sabíamos se era Bento XV, Pio XII, Paulo VI ou João Paulo II, mas era o Papa que sofria e isso fazia-nos sofrer a nós também». (Apêndice III, pág. 216 e 217.)