62 QUAL É O DEMÓNIO MERIDIANUS?

62 QUAL É O DEMÓNIO MERIDIANUS?
A aridez é o contínuo e intenso fastio pelas coisas espirituais que sofrem os ascetas em determinado momento da evolução da sua vida interior. O demónio que tenta os ascetas com a aridez é chamado pela tradição de demónio meridianus. Este nome vem-lhe de uma má tradução do versículo do Salmo 91,6 por São Jerónimo. O Salmo dizia em hebraico: «Não temerás [...] nem a peste que devasta ao meio-dia.» Mas São Jerónimo traduziu-o por: «Não temerás o demónio meridianus.» Meridianus em latim significa tanto "do sul" como "do meio-dia".
Desde que o vercículo ficou assim na Vulgata, foram muitos os comentadores que construíram as suas exegeses sob a segunda acepção da palavra latina. E assim se criando toda uma literatura que falava do demónio que vinha tentar os eremitas ao meio-dia. Porquê ao meio-dia? Porque era a hora em que descansavam do trabalho da manhã após o almoço. Nesse tempo de descanso, em solidão, sem nenhuma oração determinada para esse momento, era quando sentiam o peso da vida ascética que tinham abraçado, pelo que se torna lógico que fosse nesse momento do dia que sentiam as pungências da tentação.
E daí que o demónio meridianus, na leitura ascética, seja representado, não como um demónio, mas como um tipo de tentação. Isto é, uma sensação contínua e prolongada de desinteresse que sofrem os erimitas ao sentir a dureza da vida que abraçaram unida a uma despreocupação pelas coisas espirituais.
Isto que disse é o que a tradição espiritual entende por demónio meridianus. Sendo assim, é além disso o nome de algum demónio concreto? Se é algum demónio concreto é algo de que nunca poderemos estar plenamente seguros, embora eu já tenha comentado que num caso de possessão um demónio que dissera que meridianus era o quinto demónio em importância na hierarquia demoníaca. Mas, posto que a Bíblia não o diz, não podemos estar seguros. 
À pergunta de se a tentação de aridez tem sempre origem no demónio, a resposta é, não necessariamente. Uma pessoa que se encontra numa situação de renúncia total aos prazeres do mundo pode ter essas tentações sem necessidade de que o demónio intervenha. 
A aridez é o contínuo e intenso fastio pelas coisas espirituais que sofrem os ascetas em determinado momento da evolução da sua vida interior. O demónio que tenta os ascetas com a aridez é chamado pela tradição de demónio meridianus. Este nome vem-lhe de uma má tradução do versículo do Salmo 91,6 por São Jerónimo. O Salmo dizia em hebraico: «Não temerás [...] nem a peste que devasta ao meio-dia.» Mas São Jerónimo traduziu-o por: «Não temerás o demónio meridianus.» Meridianus em latim significa tanto "do sul" como "do meio-dia".
 
Desde que o vercículo ficou assim na Vulgata, foram muitos os comentadores que construíram as suas exegeses sob a segunda acepção da palavra latina. E assim se criando toda uma literatura que falava do demónio que vinha tentar os eremitas ao meio-dia. Porquê ao meio-dia? 
 
Porque era a hora em que descansavam do trabalho da manhã após o almoço. Nesse tempo de descanso, em solidão, sem nenhuma oração determinada para esse momento, era quando sentiam o peso da vida ascética que tinham abraçado, pelo que se torna lógico que fosse nesse momento do dia que sentiam as pungências da tentação.
 
E daí que o demónio meridianus, na leitura ascética, seja representado, não como um demónio, mas como um tipo de tentação. Isto é, uma sensação contínua e prolongada de desinteresse que sofrem os erimitas ao sentir a dureza da vida que abraçaram unida a uma despreocupação pelas coisas espirituais.
 
Isto que disse é o que a tradição espiritual entende por demónio meridianus. Sendo assim, é além disso o nome de algum demónio concreto? 
 
Se é algum demónio concreto é algo de que nunca poderemos estar plenamente seguros, embora eu já tenha comentado que num caso de possessão um demónio que dissera que meridianus era o quinto demónio em importância na hierarquia demoníaca. Mas, posto que a Bíblia não o diz, não podemos estar seguros. 
 
À pergunta de se a tentação de aridez tem sempre origem no demónio, a resposta é, não necessariamente. Uma pessoa que se encontra numa situação de renúncia total aos prazeres do mundo pode ter essas tentações sem necessidade de que o demónio intervenha.