68 QUE DIFERENÇA HÁ ENTRE O TEMOR DE DEUS E O TEMOR DO DEMÓNIO?

68 QUE DIFERENÇA HÁ ENTRE O TEMOR DE DEUS E O TEMOR DO DEMÓNIO?
Não tenhais medo daqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma. Pelo contrário tende medo d´Aquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno! Mt 10,28
Este versículo, apesar da sua simplicidade, é de uma complexidade extraordinária. A grande pergunta que está subjacente é: a quem há que temer?
Numa primeira leitura parece que o que afirma é que haveria que temer o demónio. A mensagem do versículo seria: não temais os homens, não temais o que vos pode fazer mal nesta vida; temei o demónio, isto é, temei o que vos pode fazer mal na outra vida. O ensinamento seria que não devemos preocupar-nos pelos males desta vida, mas pelos da futura e perpétua. 
Estou seguro de que esta leitura foi a mais frequente e popular ao longo da História. E não é errónea. O ensinamento que transmite é claro e simples: se é certo que nos preocupamos com os que nos provoca males neste mundo, muito mais nos deveríamos preocupar com o que procura o nosso mal eterno. 
Contudo, creio que há um sentido muito mais profundo no versículo. E a mensagem mais subtil é a de que nada nos pode arrastar para o inferno para o inferno senão Deus. Nem homens, nem demónios, só Deus é juiz, só Ele pode enviar-nos para ali. Daí que o que nos diz o versículo é que se vivemos neste mundo para a eternidade, não há razão para temer ninguém. Só o Juíz eterno. O versículo, portanto, seria uma incitação ao santo temor de Deus. 
O temor do demónio deve-se aos males que nos possa causar na vida material (doenças, desgraças) ou na vida espirtitual (fazer-nos pecar ou condenar-nos). Mas tais males não estão na sua mão. As desgraças e doenças só nos acontecerão se Deus o permite, e o pecado e a condenação só se nós queremos. Portanto o temos do demónio não tem sentido, pois tudo está nas mãos de Deus. O temor do demónio é, portanto, teologicamente infundado, não tem sentido. Com Deus não há razão para temer o demónio. Portanto, ser crente e temer o demónio supõe uma contradição.
O temor do demónio indica uma certa falta de fé na omnipotência de Deus, uma certa desconfinaça no seu cuidado amoroso, e uma certa ofensa à sua santidade, pois um Deus que permite sem razão alguma o sofrimento dos Seus filhos seria um Deus injusto. O temor do demónio, portanto, é negativo. Falo, certamente, do temor consentido, no do sentimento. O sentimento de medo para  com esse ser é para algumas pessoas inevitável e está acima das suas forças, como para outras o é o temor das alturas ou das serpentes.
Se o temor do demónio é mau, o santo temor de Deus é um dom do Espírito Santo. É o temor de ofendê-lo, o temor de perdê-lo e, sobretudo, o temor que nos causa o comparecer diante da santidade da Sua presença, sabendo como sabemos que somos nada e indignidade. 
Chegará um dia no Reino dos Céus em que já não temeremos perdê-lo nem ofendê-lo, pois será impossível, mas ainda manteremos, por toda a eternidade, o santo temor de Deus. Nem contemplando-o cada dia, nem contemplando-o como Pai, perderemos esse santo dom. Pelo contrário, seremos mais conscientes da infinita distância entre a sua altura e a nossa pequenez. 
Este dom de Deus leva-nos a estar mais agradecidos por nos permitir estar diante d' Ele sem o merecermos. É um temor bom que não é contrário ao amor, antes o aperfeiçoa.
Certamente, existe um temor mau de Deus que leva ao desespero, e desse modo fala São João na sua epístola. Esse medo é incitado o demónio, enquanto o temor de Deus, como já referi, é um dom do Espírito Santo. 
Daí que esse maravilhoso e profundo versículo do capítulo 10 de Mateus nos diga o seguinte: não deveríeis temer nada nem ninguém, mas se temeis (porque sois fracos), temei o que provoca males eternos e não os males deste mundo. Mas as mesma palavras, exactamente as mesmas que nos dizem isto que acabo de mencionar, dizem-nos ao mesmo tempo: mas, na realidade, temei só a Deus, que é Juiz da eternidade.
Lendo, com atenção, observaremos que é um versículo com duas partes internas que parecem contraditórias, mas que formam um quebra-cabeças que encaixa do modo mais inteligente possível.
Não tenhais medo daqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma. Pelo contrário tende medo d´Aquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno! Mt 10,28
 
Este versículo, apesar da sua simplicidade, é de uma complexidade extraordinária. A grande pergunta que está subjacente é: a quem há que temer?
 
Numa primeira leitura parece que o que afirma é que haveria que temer o demónio. A mensagem do versículo seria: não temais os homens, não temais o que vos pode fazer mal nesta vida; temei o demónio, isto é, temei o que vos pode fazer mal na outra vida. O ensinamento seria que não devemos preocupar-nos pelos males desta vida, mas pelos da futura e perpétua. 
 
Estou seguro de que esta leitura foi a mais frequente e popular ao longo da História. E não é errónea. O ensinamento que transmite é claro e simples: se é certo que nos preocupamos com os que nos provoca males neste mundo, muito mais nos deveríamos preocupar com o que procura o nosso mal eterno. 
 
Contudo, creio que há um sentido muito mais profundo no versículo. E a mensagem mais subtil é a de que nada nos pode arrastar para o inferno para o inferno senão Deus. Nem homens, nem demónios, só Deus é juiz, só Ele pode enviar-nos para ali. Daí que o que nos diz o versículo é que se vivemos neste mundo para a eternidade, não há razão para temer ninguém. Só o Juíz eterno. O versículo, portanto, seria uma incitação ao santo temor de Deus. 
 
O temor do demónio deve-se aos males que nos possa causar na vida material (doenças, desgraças) ou na vida espirtitual (fazer-nos pecar ou condenar-nos). Mas tais males não estão na sua mão. As desgraças e doenças só nos acontecerão se Deus o permite, e o pecado e a condenação só se nós queremos. Portanto o temos do demónio não tem sentido, pois tudo está nas mãos de Deus. O temor do demónio é, portanto, teologicamente infundado, não tem sentido. Com Deus não há razão para temer o demónio. Portanto, ser crente e temer o demónio supõe uma contradição.
 
O temor do demónio indica uma certa falta de fé na omnipotência de Deus, uma certa desconfinaça no seu cuidado amoroso, e uma certa ofensa à sua santidade, pois um Deus que permite sem razão alguma o sofrimento dos Seus filhos seria um Deus injusto. O temor do demónio, portanto, é negativo. Falo, certamente, do temor consentido, no do sentimento. O sentimento de medo para  com esse ser é para algumas pessoas inevitável e está acima das suas forças, como para outras o é o temor das alturas ou das serpentes.
 
Se o temor do demónio é mau, o santo temor de Deus é um dom do Espírito Santo. É o temor de ofendê-lo, o temor de perdê-lo e, sobretudo, o temor que nos causa o comparecer diante da santidade da Sua presença, sabendo como sabemos que somos nada e indignidade. 
 
Chegará um dia no Reino dos Céus em que já não temeremos perdê-lo nem ofendê-lo, pois será impossível, mas ainda manteremos, por toda a eternidade, o santo temor de Deus. Nem contemplando-o cada dia, nem contemplando-o como Pai, perderemos esse santo dom. Pelo contrário, seremos mais conscientes da infinita distância entre a sua altura e a nossa pequenez. 
 
Este dom de Deus leva-nos a estar mais agradecidos por nos permitir estar diante d' Ele sem o merecermos. É um temor bom que não é contrário ao amor, antes o aperfeiçoa.
 
Certamente, existe um temor mau de Deus que leva ao desespero, e desse modo fala São João na sua epístola. Esse medo é incitado o demónio, enquanto o temor de Deus, como já referi, é um dom do Espírito Santo. 
 
Daí que esse maravilhoso e profundo versículo do capítulo 10 de Mateus nos diga o seguinte: não deveríeis temer nada nem ninguém, mas se temeis (porque sois fracos), temei o que provoca males eternos e não os males deste mundo. Mas as mesma palavras, exactamente as mesmas que nos dizem isto que acabo de mencionar, dizem-nos ao mesmo tempo: mas, na realidade, temei só a Deus, que é Juiz da eternidade.
 
Lendo, com atenção, observaremos que é um versículo com duas partes internas que parecem contraditórias, mas que formam um quebra-cabeças que encaixa do modo mais inteligente possível.