8. MEDITAÇÃO SOBRE O INFERNO

8. MEDITAÇÃO SOBRE O INFERNO
Quando, nesse dia, chegámos à pastagem, a Jacinta sentou-
-se pensativa, em uma pedra.
– Jacinta! Anda brincar!
– Hoje não quero brincar.
– Por que não queres brincar?
– Porque estou a pensar. Aquela Senhora disse-nos para
rezarmos o Terço e fazermos sacrifícios pela conversão dos
pecadores. Agora, quando rezarmos o Terço, temos que rezar a
Ave Maria e o Padre Nosso inteiro. E os sacrifícios como os
havemos de fazer?
O Francisco discorreu em breve um bom sacrifício:
– Demos a nossa merenda às ovelhas e fazemos o sacrifício
de não merendar!
Em poucos minutos, estava todo o nosso farnel distribuído pelo
rebanho. E assim passámos um dia de jejum, que nem o do mais
austero cartuxo! A Jacinta continuava sentada na sua pedra, com
ar de pensativa e perguntou:
– Aquela Senhora disse também que iam muitas almas para o
inferno. E o que é o inferno?
– É uma cova de bichos e uma fogueira muito grande (assim
mo explicava minha mãe) e vai para lá quem faz pecados e não se
confessa e fica lá sempre a arder.
– E nunca mais de lá sai?
– Não.
– E depois de muitos, muitos anos?!
– Não; o inferno nunca acaba. E o Céu também não. Quem vai
para o Céu nunca mais de lá sai. E quem vai para o inferno também não. Não vês que são eternos, que nunca acabam?
Fizemos, então, pela primeira vez, a meditação do inferno e
da eternidade. O que mais impressionou a Jacinta foi a eternidade.
Mesmo brincando, de vez em quando, perguntava:
– Mas, olha. Então, depois de muitos, muitos anos, o inferno
ainda não acaba?
Outras vezes:
– E aquela gente que lá está a arder não morre? E não se faz
em cinza? E se a gente rezar muito por os pecadores, Nosso Senhor livra-os de lá? E com os sacrifícios também? Coitadinhos!
Havemos de rezar e fazer muitos sacrifícios por eles!
Depois, acrescentava:
– Que boa é aquela Senhora! Já nos prometeu levar para o
Céu!
Quando, nesse dia, chegámos à pastagem, a Jacinta sentou-
-se pensativa, em uma pedra.
– Jacinta! Anda brincar!
– Hoje não quero brincar.
– Por que não queres brincar?
– Porque estou a pensar. Aquela Senhora disse-nos para
rezarmos o Terço e fazermos sacrifícios pela conversão dos
pecadores. Agora, quando rezarmos o Terço, temos que rezar a
Ave Maria e o Padre Nosso inteiro. E os sacrifícios como os
havemos de fazer?
O Francisco discorreu em breve um bom sacrifício:
– Demos a nossa merenda às ovelhas e fazemos o sacrifício
de não merendar!
Em poucos minutos, estava todo o nosso farnel distribuído pelo
rebanho. E assim passámos um dia de jejum, que nem o do mais
austero cartuxo! A Jacinta continuava sentada na sua pedra, com
ar de pensativa e perguntou:
– Aquela Senhora disse também que iam muitas almas para o
inferno. E o que é o inferno?
– É uma cova de bichos e uma fogueira muito grande (assim
mo explicava minha mãe) e vai para lá quem faz pecados e não se
confessa e fica lá sempre a arder.
– E nunca mais de lá sai?
– Não.
– E depois de muitos, muitos anos?!
– Não; o inferno nunca acaba. E o Céu também não. Quem vai
para o Céu nunca mais de lá sai. E quem vai para o inferno também não. Não vês que são eternos, que nunca acabam?
Fizemos, então, pela primeira vez, a meditação do inferno e
da eternidade. O que mais impressionou a Jacinta foi a eternidade.
Mesmo brincando, de vez em quando, perguntava:
– Mas, olha. Então, depois de muitos, muitos anos, o inferno
ainda não acaba?
Outras vezes:
– E aquela gente que lá está a arder não morre? E não se faz
em cinza? E se a gente rezar muito por os pecadores, Nosso Senhor livra-os de lá? E com os sacrifícios também? Coitadinhos!
Havemos de rezar e fazer muitos sacrifícios por eles!
Depois, acrescentava:
– Que boa é aquela Senhora! Já nos prometeu levar para o
Céu!