9. PREJUÍZOS NA FAMÍLIA

9. PREJUÍZOS NA FAMÍLIA
No seio da minha família havia ainda outro desgosto, de que
eu era a culpada, como diziam. A Cova de Iria era uma propriedade
pertencente a meus pais. No fundo, tinha um pouco de terreno
bastante fértil, no qual se cultivava bastante milho, legumes,
hortaliças, etc. Nas encostas, havia algumas oliveiras, azinheiras
e carvalhos. Ora, desde que o povo aí começou a ir, não mais aí
pudemos cultivar coisa alguma. As gentes tudo pisavam; grande
parte ia a cavalo e os animais acabavam de comer e estragar tudo.
Minha mãe, lamentando esta perda, dizia-me:
– Tu, agora, quando quiseres comer, vais pedi-lo a essa Senhora!
Minhas irmãs acrescentavam:
– Tu, agora, só havias de comer o que se cultiva na Cova de
Iria!
Estas coisas custavam-me tanto que eu não me atrevia a pegar
em um bocado de pão para comer. Minha mãe, para obrigar-me a
dizer a verdade, como ela dizia, chegou, não poucas vezes, a fazer-
-me sentir o peso de algum pau, destinado ao lume, que encontrasse
no canto da lenha, ou do cabo da vassoura. Mas, como ao mesmo
tempo era mãe, procurava depois levantar-me as forças decaídas
e afligia-se ao ver-me definhar, com uma cara amarela, temendo
que fosse adoecer. Pobre mãe! Agora, sim, que compreendo
verdadeiramente a situação em que se encontrava e que tenho
pena dela! Na verdade, ela tinha razão para me julgar indigna dum
tal favor e por isso de me julgar mentirosa.
Por uma graça especial de Nosso Senhor, nunca tive o menor
pensamento nem movimento contra o seu modo de proceder a
meu respeito. Como o Anjo me tinha anunciado que Deus me mandaria sofrimentos, vi sempre em tudo isto Deus que assim queria.
O amor, a estima e o respeito que Ihe devia continuou sempre
aumentando, como se fosse muito acariciada. E agora estou-lhe
mais reconhecida por me ter tratado assim, do que se me tivesse
continuado a criar entre mimos e carícias.
20) O Dr. Manuel Nunes Formigão Júnior, grande apóstolo de Fátima, não veio
em Agosto, mas em 13 de Setembro, pela primeira vez, à Cova da Iria.
No seio da minha família havia ainda outro desgosto, de que
eu era a culpada, como diziam. A Cova de Iria era uma propriedade
pertencente a meus pais. No fundo, tinha um pouco de terreno
bastante fértil, no qual se cultivava bastante milho, legumes,
hortaliças, etc. Nas encostas, havia algumas oliveiras, azinheiras
e carvalhos. Ora, desde que o povo aí começou a ir, não mais aí
pudemos cultivar coisa alguma. As gentes tudo pisavam; grande
parte ia a cavalo e os animais acabavam de comer e estragar tudo.
Minha mãe, lamentando esta perda, dizia-me:
– Tu, agora, quando quiseres comer, vais pedi-lo a essa Senhora!
Minhas irmãs acrescentavam:
– Tu, agora, só havias de comer o que se cultiva na Cova de
Iria!
Estas coisas custavam-me tanto que eu não me atrevia a pegar
em um bocado de pão para comer. Minha mãe, para obrigar-me a
dizer a verdade, como ela dizia, chegou, não poucas vezes, a fazer-
-me sentir o peso de algum pau, destinado ao lume, que encontrasse
no canto da lenha, ou do cabo da vassoura. Mas, como ao mesmo
tempo era mãe, procurava depois levantar-me as forças decaídas
e afligia-se ao ver-me definhar, com uma cara amarela, temendo
que fosse adoecer. Pobre mãe! Agora, sim, que compreendo
verdadeiramente a situação em que se encontrava e que tenho
pena dela! Na verdade, ela tinha razão para me julgar indigna dum
tal favor e por isso de me julgar mentirosa.
Por uma graça especial de Nosso Senhor, nunca tive o menor
pensamento nem movimento contra o seu modo de proceder a
meu respeito. Como o Anjo me tinha anunciado que Deus me mandaria sofrimentos, vi sempre em tudo isto Deus que assim queria.
O amor, a estima e o respeito que Ihe devia continuou sempre
aumentando, como se fosse muito acariciada. E agora estou-lhe
mais reconhecida por me ter tratado assim, do que se me tivesse
continuado a criar entre mimos e carícias.
20) O Dr. Manuel Nunes Formigão Júnior, grande apóstolo de Fátima, não veio
em Agosto, mas em 13 de Setembro, pela primeira vez, à Cova da Iria.
 

No seio da minha família havia ainda outro desgosto, de que

eu era a culpada, como diziam. A Cova de Iria era uma propriedade

pertencente a meus pais. No fundo, tinha um pouco de terreno

bastante fértil, no qual se cultivava bastante milho, legumes,

hortaliças, etc. Nas encostas, havia algumas oliveiras, azinheiras

e carvalhos. Ora, desde que o povo aí começou a ir, não mais aí

pudemos cultivar coisa alguma. As gentes tudo pisavam; grande

parte ia a cavalo e os animais acabavam de comer e estragar tudo.

Minha mãe, lamentando esta perda, dizia-me:

– Tu, agora, quando quiseres comer, vais pedi-lo a essa Senhora!

Minhas irmãs acrescentavam:

– Tu, agora, só havias de comer o que se cultiva na Cova de

Iria!

Estas coisas custavam-me tanto que eu não me atrevia a pegar

em um bocado de pão para comer. Minha mãe, para obrigar-me a

dizer a verdade, como ela dizia, chegou, não poucas vezes, a fazer-

-me sentir o peso de algum pau, destinado ao lume, que encontrasse

no canto da lenha, ou do cabo da vassoura. Mas, como ao mesmo

tempo era mãe, procurava depois levantar-me as forças decaídas

e afligia-se ao ver-me definhar, com uma cara amarela, temendo

que fosse adoecer. Pobre mãe! Agora, sim, que compreendo

verdadeiramente a situação em que se encontrava e que tenho

pena dela! Na verdade, ela tinha razão para me julgar indigna dum

tal favor e por isso de me julgar mentirosa.

Por uma graça especial de Nosso Senhor, nunca tive o menor

pensamento nem movimento contra o seu modo de proceder a

meu respeito. Como o Anjo me tinha anunciado que Deus me mandaria sofrimentos, vi sempre em tudo isto Deus que assim queria.

O amor, a estima e o respeito que Ihe devia continuou sempre

aumentando, como se fosse muito acariciada. E agora estou-lhe

mais reconhecida por me ter tratado assim, do que se me tivesse

continuado a criar entre mimos e carícias.

20) O Dr. Manuel Nunes Formigão Júnior, grande apóstolo de Fátima, não veio

em Agosto, mas em 13 de Setembro, pela primeira vez, à Cova da Iria.