10 CONSELHOS DE UMA MONJA DE CLAUSURA PARA VIVER NA "CELA" DA SUA CASA
1. Atitude de liberdade
Temos que ter a consciência que não se trata de uma derrota. É uma oportunidade para descobrir a maior e mais genuína liberdade: a liberdade interior, ninguém nos pode tirar. “Obrigados” a permanecer em casa, a liberdade consiste na adesão voluntária, sabendo que é por um bem superior. Não estaremos encerrados em casa. Optámos por nela permanecer “livremente”.
- Paz onde a alma se amplia
Olhe para dentro de si próprio. Não são necessários espaços exteriores, mas andar folgadamente no próprio mundo. Dar asas à criatividade, escutar as próprias inspirações.
- Não se descuide, a paz requer trabalho
Exercite virtudes que requerem concentração e autoconhecimento, por norma descuidadas quando andamos a mil. Observe-se e domine-se. Exerça disciplina sobre o seu coração: quando algum pensamento não lhe fizer bem, rejeite-o. Procure inclinar-se para tudo aquilo que note que lhe dá paz e alegria... a harmonia tem de trabalhar-se.
- Ame
Convivência, paciência e senso comum. Aceite e respeite as opiniões e sentimentos dos outros. Procure não controlar tudo em casa. Não dê importância às diferenças, potencie os que os une. Não controle, controle-se. Respeite, acolha a fragilidade, desdramatize, viva e deixe viver.
- Não mate o tempo
Passar o tempo inutilmente transmite uma sensação de vazio. É um inimigo. Faça um plano para estes dias, e tente vivê-lo com disciplina. Descanse realizando atividades. Dê tempo nas coisas simples. Empenhe-se nas coisas que faz, por simples que sejam, tenham valor e uma finalidade. Nada de perder tempo sem sentido, “matar o tempo” é matar a vida.
- Alargue as suas fronteiras
Quantas vezes deixou de fazer o que se devia por falta de tempo. É tempo de ler o livro que lhe ofereceram há três anos, de procurar novos artistas, de viajar para outros países, sem sair de casa, com a internet. Abra-se a novidades que lhe acrescentem sabedoria e a encham de alegria.
- Para as mais sensíveis
A uns custará mais que outros este confinamento. As emoções não só provêm do interior; também aquilo que se vê, escuta, toca, etc. influencia. Seja seletivo do que recebe do exterior. Evite conversas pessimistas, discussões, excesso de informação, desordem dentro de casa. Dormir bem, mas não em excesso. Ponha boa música (um remédio) e divirta-se a dançar. Ria e divirta-se.
- Não está isolado/a
Esta é uma oportunidade para viver a comunicação a um nível mais profundo, mais íntimo. Falar com quem está em casa com tranquilidade, sem pressas, deixar que o diálogo faça crescer a confiança e as confidências construam cumplicidade. Fale de tudo e de nada. Responda àquele “e-mail” de uma velha amizade. Fale com o coração e crie laços muito mais profundos com os seus. Descobrirá que a distância não é ausência.
- Dia de reflexão
Procure momentos de silêncio e solidão. Espaços de “oxigenação” individual. “Como gostaria de me retirar alguns dias para um mosteiro”. A ocasião está aqui, em casa. Esperamos mudanças substanciais na sociedade, “isto não pode continuar assim”. Temos esta oportunidade. Reflita, pense, medite… Que posso mudar em mim para ser melhor depois destes dias?... A separação das coisas que normalmente temos entre mãos ajudará a ver se realmente se está a pôr o acento naquelas que importam, em vez daquelas que podem ser secundarizadas, quais são as insubstituíveis, etc.
- Reze
Só a oração (que é o vínculo de amizade com Deus) pode sustentar a vida em todas as situações, especialmente nas adversas. Orar é a experiência mais universal do amor. Ore, fale com Deus, as horas passarão sem que se dê conta: fale-lhe de tudo.