Coração Santíssimo de Jesus, fonte viva e vivificante da vida eterna, fornalha ardente do divino amor, que tanto amais os homens, e a nada Vos poupastes para lhes testemunhardes o vosso amor e que da maior parte, em reconhecimento, só recebeis ingratidões, desprezos, indiferenças, irreverências, sacrilégios, no Sacramento do vosso amor!...
Coração amabilíssimo! Eu sou um desses ingratos, que até aqui mais não tem feito senão amargurar-Vos, afligir-Vos, e ultrajar-Vos! Eis-me aqui, Coração amantíssimo, prostrado diante de Vós; pedindo-Vos por mim, e por todos os pecadores, perdão e misericórdia. Misericórdia, ó Coração Sacratíssimo de Jesus! Misericórdia, Coração do meu Deus e do meu Salvador! Misericórdia e perdão! Humilhado na vossa presença, desejo ardentemente, reparar a minha ingratidão. Mas como fazê-lo, meu Jesus?!... Na minha insuficiência e indignidade, eu Vos ofereço, ó Coração adorabilíssimo, em reparação das nossas irreverências, as adorações e homenagens do Imaculado Coração de Maria, no momento da vossa Incarnação e as que no presépio Vos prestaram a vossa Mãe Santíssima, S. José, os santos Anjos, Pastores e Reis.
Ofereço-Vos em reparação das nossas comunhões indignas ou tíbias, a humildade, amor e reverência, com que Vos recebia Sacramentado a Virgem puríssima, os Santos Apóstolos e Discípulos, e Vos têm recebido, e receberão todas as almas vossas amantes. Ofereço-Vos o amor do Coração de Maria, de S. José e de todos os Santos em reparação da frieza e indiferença, que temos para convosco no Sacramento do vosso amor. Mas sobretudo, ó Coração Divino, Vos ofereço as satisfações, que destes ao vosso Eterno Pai sobre a cruz, as adorações que no Santíssimo Sacramento lhe dais, o vosso mesmo amor, em satisfação de tudo o que Vos devemos...
Porém Vós não estais ainda contente! Achais uma falta ainda neste acto de reparação, que não satisfarei se Vos não der o meu coração também, - Dá-me, filho, o teu coração, dá-me esse teu coração! me dizeis Vós!... E querei-lo assim tão pobre e miserável como ele é, Senhor?! Oh! bondade infinita!... Pois bem... eis aqui, Coração de amor, eis, este coração que Vos tem negado o seu amor para o dar às criaturas; este coração ingrato, que por tantos títulos Vos pertence!... Purificai-o, santificai-o, abrasai-o, nas chamas em que ardeis; imprimi nele e bem fundo, os vossos afectos, adornai-o com as vossas virtudes e dai-me a graça de as praticar fielmente até à morte, particularmente a humildade, a doçura, a castidade, a mortificação e a caridade, uma caridade ardente, que me leve a amar-Vos sobre todas as coisas, e ao próximo como a mim mesmo por amor de Vós, para que mereça amar-Vos depois eternamente também no Céu. Amen.
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