Em 1907 era o Reverendo Pe. Matéo enviado pelos seus superiores, da América à Europa, por motivos de saúde. Atingido por uma doença grave, dirigiu-se a Paray-le-Monial, não para impetrar o milagre da sua cura, mas unicamente para obter a graça de amar mais e mais o Sagrado Coração de Jesus e de morrer como bom Padre.
Uma tarde entrou na Capela das aparições, ajoelhou-se e mal tinha ainda formulado a sua súplica quando sentiu que alguma coisa de estranho passava por todo o seu corpo... Estava curado! O que ele sentiu naquela hora não o pode descrever. Mas adivinha-se que naquele instante uma nova ferida se lhe abriu no peito, ferida de amor, golpe pela mão directa do Senhor, porque na mesma tarde, enquanto fazia a Hora Santa, recebia do Coração de Jesus, com o nobre projecto de lhe conquistar o mundo, família por família, todo o plano da obra da Entronização, tal como hoje ela se pratica por toda a parte.
Religioso de uma Congregação cujo fim é propagar a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, em espírito de amor, de reparação e de apostolado, sempre o Pe. Matéo teve como única ventura pregar o Sagrado Coração: pregar o Amor, como ele diz, tão sugestivamente. Dirigiu-se então a Roma a fim de solicitar ao Papa Pio X, que ao tempo governava a Santa Igreja, permissão para começar o seu apostolado.
«Não, meu filho, respondeu-lhe o Santo Padre, depois de ouvir o seu pedido; não, não lho permito!»
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Mas, Santo Padre...
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Não, não lho permito, insistiu Pio X, com aquele sorriso misturado com uma pontinha de certa ironia, que era tanto dele; e, abrindo para o Pe. Matéo os seus grandes braços, acrescentou, apertando-o contra o coração:
«Mando-lhe que o faça. Mando-lho, ouviu bem? Não só lhe permito mas ordeno-lhe que gaste a sua vida nesta obra de salvação social. É uma obra admirável, dê-se, sacrifique-se todo a ela.»
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