CAPÍTULO 1. DEVE-SE ADMITIR TODOS OS PECADORES PÚBLICOS NO BATISMO?

CAPÍTULO 1. DEVE-SE ADMITIR TODOS OS PECADORES PÚBLICOS NO BATISMO?

Segundo a opinião de algumas pessoas, deve-se admitir indiferentemente no banho sagrado que nos regenera em Jesus Cristo, todas as pessoas, mesmo aquelas que não consentiriam em reformar sua vida manchada de crimes e das infâmias mais notórias e que afirmariam a resolução de perseverar em suas desordens.

 

Por exemplo, uma pessoa que viva em adultério. Na opinião daquelas pessoas deve-se conferir o batismo a este adúltero sem solicitar que ele rompa esse relacionamento criminoso. Mesmo que ele persevere nessa situação, que se compraza com isso e até mesmo se vanglorie publicamente de continuar nessa situação, deve-se admiti-lo no batismo e deixar que se torne um membro de Jesus Cristo o homem que quer permanecer se relacionando com uma prostituta (1Cor 6,15). Espera-se que, ao ser batizado, ele entenda a enormidade de seu pecado e os meios de corrigir seus costumes.

 

De acordo com esta opinião, ensinar alguém a viver como cristão antes que ele seja batizado é inverter e confundir a ordem das coisas.

 

Primeiro é preciso conferir o sacramento e depois inculcar as regras da moral cristã.

 

Se elas forem observadas fielmente, agir-se-á segundo seu interesse. Se não for assim, guardando a fé cristã — sem a qual se é condenado à morte eterna — mas se perseverando em todo tipo de infâmia, salva-se como que passando pelo fogo. Salva-se como aquele que ergueu sobre a verdadeira fundação — ou seja, sobre a doutrina de Jesus Cristo — um edifício, não de ouro, de prata ou de pedras preciosas, mas de madeira, feno e palha (1Cor 2, 11-16). Em outros termos, obras não de justiça e de pureza, mas de injustiça e de despudor.

 

IR PARA O INDICE A FÉ E AS OBRAS DE SANTO AGOSTINHO