CAPÍTULO 2. O ESCÂNDALO DOS ADÚLTEROS E DOS PECADORES PÚBLICOS

CAPÍTULO 2. O ESCÂNDALO DOS ADÚLTEROS E DOS PECADORES PÚBLICOS

 

Essas pessoas parecem ter levantado essa controvérsia por que veem com pesar a recusa do batismo aos homens e mulheres que, após terem se divorciado, contraíram novo matrimonio. Uma união assim, com efeito, não é um matrimonio, mas um adultério, como declara formalmente Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 19,9).

 

Não podendo assim negar o adultério, tão abertamente reconhecido pela própria Verdade nesses tipos de uniões e querendo, no entanto, admitir ao batismo, pelo peso de seus sufrágios, os pecadores que eles veem tão cegamente presos nas correntes da podridão e que, se lhes fosse recusado o batismo, prefeririam viver e até mesmo morrer sem sacramento algum, do que se livrarem dos laços do adultério, essas pessoas foram levadas por uma compaixão toda humana a se dedicarem à causa desses infelizes e com um zelo tal que pensaram que deveriam admiti-los no batismo e, com esses pecadores, os celerados e os libertinos, sem lhes dar nenhuma advertência, sem corrigi-los com nenhuma reprimenda, sem transformá-los pela penitência. Eles acreditaram que essas pessoas encontrariam a morte eterna sem o batismo, enquanto que, pela graça do batismo, eles se salvariam pelo fogo, apesar de sua obstinação em viver em seus desregramentos.

 

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