CAPÍTULO 44. DEVE-SE ENTENDER QUE SÓ OS CRENTES MAUS IRÃO À RESSURREIÇÃO DO JUÍZO, PARA QUE O JUÍZO NÃO SEJA A CONDENAÇÃO ETERNA

CAPÍTULO 44. DEVE-SE ENTENDER QUE SÓ OS CRENTES MAUS IRÃO À RESSURREIÇÃO DO JUÍZO, PARA QUE O JUÍZO NÃO SEJA A CONDENAÇÃO ETERNA

 

De fato, apoiando-se nesta passagem: Todos os que sem a lei pecaram, sem aplicação da lei perecerão e quantos pecaram sob o regime da lei, pela lei serão julgados (Rm 2,12), para manter em seus fiéis, presos a uma vida desregrada, a esperança de salvação através das chamas, como se esse fosse o caso, invés da condenação à purificação pelo fogo, esquecem um ponto: é que o Apóstolo, ao falar ao mesmo tempo aos judeus e aos gentios, tinha em vista os pecadores submetidos à lei ou estranhos às suas prescrições. Ele queria provar a ambos que a graça de Jesus Cristo era a condição indispensável de sua salvação; verdade capital que é o fundamento da carta aos romanos.

 

Que não se hesite então em prometer aos judeus prevaricadores que vivem sob o império da lei e que pela lei serão julgados, que o fogo os purificará sem a graça de Jesus Cristo, por que eles pela lei serão julgados. Não se ouse ir além, com o risco de se contradizer e de negar, após ter reconhecido, a acusação esmagadora de incredulidade que pesa sobre os judeus.

 

Por que então aplicar aos fiéis e aos incrédulos e remeter a uma questão de fé em Jesus Cristo uma passagem relativa àqueles que pecaram sem a Lei ou com a Lei e inspirada, com relação aos judeus e aos gentios, com o único objetivo de atraí-los para a graça de Jesus Cristo?

 

Não foi dito, com efeito: aqueles que pecaram, não estando sob o império da fé, serão condenados em nome da fé. Não, trata-se apenas da Lei e daí ressalta, evidentemente, que toda a questão gira em torno da discussão que se debatia então entre os judeus e os gentios e que não tinha nenhuma relação com os bons e os maus cristãos.

 

IR PARA O INDICE A FÉ E AS OBRAS DE SANTO AGOSTINHO