CAPÍTULO 46. O SANTO MANDAMENTO. QUE PENA AGUARDA OS QUE, CONHECENDO-O, O QUEBRAM?

CAPÍTULO 46. O SANTO MANDAMENTO. QUE PENA AGUARDA OS QUE, CONHECENDO-O, O QUEBRAM?

 

Sob a expressão lei santa, não se deve entender aqui a obrigação de acreditar em Deus, embora este preceito inclua tudo de forma abreviada, se não for separada a fé da caridade.

 

Os termos do Apóstolo são decisivos; ele entende por lei santa a obrigação de renunciar à corrupção do mundo e de levar uma vida pura:

 

“Se, após terem conhecido Jesus Cristo nosso Senhor e nosso Salvador e se retirado da corrupção do mundo, eles se deixam novamente enlaçar e vencer, seu último estado se torna pior do que o primeiro”.

 

Não se trata de acreditar em Deus e nem de renunciar à incredulidade do mundo, mas de sair da corrupção; palavra que compreende todas as torpezas.

 

Foram esses pecadores que o Apóstolo descreveu um pouco antes: Homens pervertidos e imundos, sentem prazer em enganar, enquanto se banqueteiam convosco. Têm, os olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar (2Pd 2, 13-14).

 

Ele os chama de fontes sem água; fontes, por que foram iniciados na doutrina de Jesus Cristo; sem água, por que seus atos não correspondem à sua crença.

 

O apóstolo São Judas os caracteriza quase nos mesmos termos: Banqueteiam-se convosco despudoradamente e se saciam a si mesmos.

 

São nuvens sem água, que os ventos levam! (Jd 1,12) A ideia é a mesma nas duas passagens. Segundo São Pedro, Homens pervertidos e imundos, sentem prazer em enganar, enquanto se banqueteiam convosco. Têm, os olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar. Segundo São Judas, Banqueteiam-se convosco despudoradamente e se saciam a si mesmos.

 

Os maus, de fato, se misturam aos bons no banquete dos sacramentos e nas efusões da caridade. A fonte seca de São Pedro e a nuvem sem água de São Judas são a fé morta de São Tiago (Tg 2,17).

 

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