Daí, a origem do debate que nos ocupa. Alguns, só considerando os preceitos rigorosos que nos mandam reprimir os perturbadores, não dar aos cães as coisas santas, ter como pagão o crítico da Igreja, afastar do corpo dos fiéis o membro que escandaliza e que perturba a paz da Igreja; essas pessoas vão tão longe que se esforçam para arrancar o joio antes da colheita, cegos pelo seu pré-julgamento e sem sentir que elas próprias se separam da unidade de Jesus Cristo.
Foi o que sustentamos contra os donatistas. E não contra aqueles que sabem que Ceciliano foi exposto a acusações tão falsas quanto caluniosas e que só um sentimento fatal de respeito humano impede de renunciar à sua opinião perniciosa. Mas contra aqueles aos quais dirijo estas palavras: mesmo que aqueles que deram pretexto ao seu cisma, tivessem sido maus, vocês deviam permanecer fiéis à Igreja, suportando os pecadores que vocês não tinham o poder de corrigir ou de excomungar.
Outros caíram em um erro totalmente oposto e só se sensibilizam pelas passagens onde a mistura dos bons com os maus na Igreja é assinalada e prevista. Eles só aprenderam os preceitos que nos recomendam a paciência, sem pensar que esses preceitos são destinados a nos dar a fé e a guardar a fé e a caridade, apesar do joio que vemos na Igreja e de nos impedir de deixá-la, sob o pretexto de que só observamos nela o joio. Assim afastados, eles pensam que se deva abolir a disciplina da Igreja. Eles querem inspirar àqueles que a governam uma falsa segurança e reduzem sua função a pregar o que é preciso fazer ou o que é preciso evitar, deixando tranquilamente cada um seguir seus instintos.