2. Porque é que no homem existe o desejo de Deus?
27-30
44-45
Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus inscreveu no coração humano o desejo de O ver. Mesmo que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não cessa de atrair o homem a Si, para que viva e encontre n’Ele aquela plenitude de verdade e de felicidade, que ele procura sem descanso. Por natureza e por vocação, o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus que confere ao homem a sua dignidade fundamental.
3. Como é que se pode conhecer Deus apenas com a luz da razão?
31-36
46-47
A partir da criação, isto é, do mundo e da pessoa humana, o homem pode, só pela razão, conhecer com certeza a Deus como origem e fim do universo e como sumo bem, verdade e beleza infinita.
4. Basta porém a exclusiva luz da razão para conhecer Deus?
37-38
Ao conhecer Deus só com a luz da razão, o homem experimenta muitas dificuldades. Além disso, não pode entrar só pelas suas próprias forças na intimidade do mistério divino. Por isso é que Deus o quis iluminar com a sua Revelação não apenas sobre verdades que excedem o seu entendimento, mas também sobre verdades religiosas e morais que, apesar de serem por si acessíveis à razão, podem deste modo ser conhecidas por todos, sem dificuldade, com firme certeza e sem mistura de erro.
5. Como se pode falar de Deus?
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48-49
É possível falar de Deus a todos e com todos, a partir das perfeições do homem e das outras criaturas, que são um reflexo, embora limitado, da infinita perfeição de Deus. É, porém, necessário purificar continuamente a nossa linguagem de tudo o que ela contém de imaginário e imperfeito, na consciência de que nunca será possível exprimir plenamente o infinito mistério de Deus.