DESEJOS DE SANTIDADE

DESEJOS DE SANTIDADE
Teresa, desde pequena, alimentou desejos de santidade. Quando a sua irmã Paulina ingressa no Carmelo ela teve de voltar ao colégio. "Tive que ir, apesar da minha tristeza..." (Ms A, 27r.º). Neste tempo acontece algo importante na sua vida. Aqui descobre Joana d´Arc pois é muito afeiçoada à leitura. "Gostava muito da leitura e nela passaria a minha vida" (Ms A, 31vº). Aos seus nove anos fica totalmente entusiasmada com as "ações patrióticas das heroínas francesas, em particular da Venerável JOANA D´ARC" (Ms A, 32rº). O seu coração fervia de entusiasmo com grandes desejos de as imitar. "Parecia-me sentir em mim o mesmo ardor que as animara, a mesma inspiração celeste" (lb.). Ela tem ânsias de glória e de fama. Algo de inédito se abre no seu horizonte: "Pensei que tinha nascido para a glória" (lb.). "Parecia-me que o Senhor me destinava também a mim para grandes coisas" (carta 224). 
Teresa, por outro lado, vê-se chamada ao Carmelo e então surge a dificuldade: como realizar esses desejos de fazer obras deslumbrantes entre quatro paredes dum convento de clausura? Física  e psicamente fica abalada por esta dificuldade. Sente-se impotente para competir com as heroínas francesas sem capacidade para fezer proezas de tanta envergadura mas pensa que os seus desejos se realizarão sendo uma grande santa no Carmelo. Aos quinze anos escreverá, desde o Carmelo, a seu pai dizendo: "Procurarei dar-te glória, tornando-me uma grande santa" (carta 58). 
A santidade a que Teresa aspira é ainda, uma santidade elitista, uma perfeição sem imperfeição alguma. Santidade que coloca o acento nas obras. Esta mentalidade era fruto do que lia e escutava nos retiros e nas conferências de formação religiosa. Com fina ironia escreverá mais tarde: "Quando leio certos tratados espirituais onde a perfeição é mostrada através de mil obstáculos, rodeada de uma multidão de ilusões, a minha pobre inteligênciazita cansa-se bem depressa, fecho o sábio livro que me quebra a cabeça e me torna insensível o coração e pego na Sagrada Escritura" (carta 226). 
Teresa quer ser uma grande santa como as gloriosas heroínas francesas mas Jesus, que é o seu Director e cuida da sua vida, no momento oportuno corrigirá tais aspirações e marcará o verdadeiro caminho: "Depressa Deus me fazia sentir que a verdadeira glória é a que há-de durar eternamente, e que para lá chegar não é preciso fazer actos heróicos, mas esconder-se e praticar a virtude, de tal maneira, que a mão esquerda ignore o que faz a direita" (Ms A, 32rº).
Teresa, desde pequena, alimentou desejos de santidade. Quando a sua irmã Paulina ingressa no Carmelo ela teve de voltar ao colégio. "Tive que ir, apesar da minha tristeza..." (Ms A, 27r.º). Neste tempo acontece algo importante na sua vida. Aqui descobre Joana d´Arc pois é muito afeiçoada à leitura. "Gostava muito da leitura e nela passaria a minha vida" (Ms A, 31vº). Aos seus nove anos fica totalmente entusiasmada com as "ações patrióticas das heroínas francesas, em particular da Venerável JOANA D´ARC" (Ms A, 32rº). O seu coração fervia de entusiasmo com grandes desejos de as imitar. "Parecia-me sentir em mim o mesmo ardor que as animara, a mesma inspiração celeste" (lb.). Ela tem ânsias de glória e de fama. Algo de inédito se abre no seu horizonte: "Pensei que tinha nascido para a glória" (lb.). "Parecia-me que o Senhor me destinava também a mim para grandes coisas" (carta 224). 
 
Teresa, por outro lado, vê-se chamada ao Carmelo e então surge a dificuldade: como realizar esses desejos de fazer obras deslumbrantes entre quatro paredes dum convento de clausura? Física  e psicamente fica abalada por esta dificuldade. Sente-se impotente para competir com as heroínas francesas sem capacidade para fezer proezas de tanta envergadura mas pensa que os seus desejos se realizarão sendo uma grande santa no Carmelo. Aos quinze anos escreverá, desde o Carmelo, a seu pai dizendo: "Procurarei dar-te glória, tornando-me uma grande santa" (carta 58). 
 
A santidade a que Teresa aspira é ainda, uma santidade elitista, uma perfeição sem imperfeição alguma. Santidade que coloca o acento nas obras. Esta mentalidade era fruto do que lia e escutava nos retiros e nas conferências de formação religiosa. Com fina ironia escreverá mais tarde: "Quando leio certos tratados espirituais onde a perfeição é mostrada através de mil obstáculos, rodeada de uma multidão de ilusões, a minha pobre inteligênciazita cansa-se bem depressa, fecho o sábio livro que me quebra a cabeça e me torna insensível o coração e pego na Sagrada Escritura" (carta 226). 
 
Teresa quer ser uma grande santa como as gloriosas heroínas francesas mas Jesus, que é o seu Director e cuida da sua vida, no momento oportuno corrigirá tais aspirações e marcará o verdadeiro caminho: "Depressa Deus me fazia sentir que a verdadeira glória é a que há-de durar eternamente, e que para lá chegar não é preciso fazer actos heróicos, mas esconder-se e praticar a virtude, de tal maneira, que a mão esquerda ignore o que faz a direita" (Ms A, 32rº).