O Espírito plasmou a santa humanidade de Cristo: o seu corpo e a sua alma com toda a inteligência, a vontade, a capacidade de amar. Numa palavra, plasmou o seu Coração. A vida de Cristo foi posta inteiramente sob o sinal do Espírito. É do Espírito que Lhe vem a sabedoria que enche de admiração os doutores da Lei e os seus concidadãos, o amor com que acolhe e perdoa aos pecadores, a misericórdia com que se inclina sobre as misérias do homem, a ternura com que abençoa e abraça as crianças, a compreensão com que alivia a dor dos aflitos. É o Espírito que dirige os passos de Jesus, O sustenta nas provas, que sobretudo O guia no seu caminho para Jerusalém, onde oferecerá o sacrifício da Nova Aliança, graças ao qual se ateará o fogo por Ele trazido à terra.
Por outro lado, a humanidade de Cristo é também obra da Virgem. O Espírito plasmou o Coração no seio de Maria, que colaborou activamente com Ele como mãe e como educadora.
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Como mãe, Ela aderiu consciente e livremente ao desígnio salvífico de Deus Pai, seguindo ansiosa, em silêncio de adoração, o mistério da Vida que nela tinha germinado e se desenvolvia;
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Como educadora, Ela plasmou o Coração do próprio Filho, introduzindo-O, juntamente com São José, nas tradições do Povo eleito, inspirando-Lhe o amor à Lei do Senhor, comunicando-Lhe a espiritualidade dos “pobres do Senhor”. Ajudou-O a desenvolver a sua inteligência e exerceu uma segura influência na formação do seu temperamento. Embora sabendo que o seu Menino a transcendia, porque “Filho do Altíssimo”, nem por este facto a Virgem foi menos solícita na sua educação humana.
Podemos portanto afirmar com verdade: no Coração de Cristo resplandece a obra admirável do Espírito Santo; nele existem também os reflexos do Coração da Mãe. Seja o coração de cada cristão como o Coração de Cristo: dócil à acção do Espírito Santo, dócil à voz da Mãe.
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