DIA 23 - CORAÇÃO DE JESUS, OBEDIENTE ATÉ À MORTE

DIA 23  - CORAÇÃO DE JESUS, OBEDIENTE ATÉ À MORTE

 

Caríssimos irmãos e irmãs, esta invocação da Ladainha do Sagrado Coração convida-nos a contemplar o Coração de Jesus obediente. Toda a vida de Jesus desenrola-se sob o sinal de uma perfeita obediência à vontade do Pai, suprema e co-eterna fonte do seu ser: um só é o seu poder e glória, uma só a sabedoria, recíproco é o seu amor infinito. Por esta comunhão de vida e de amor, o Filho adere plenamente ao plano do Pai, que quer a salvação do homem mediante o homem. Na “plenitude dos tempos” Ele nasce da Virgem Maria, com um coração obediente para reparar o dano causado ao género humano pelo coração desobediente dos primeiros pais.

 

Por isso, ao entrar no mundo, Cristo diz: “Eis que venho... para fazer, ó Deus, a tua vontade”. “Obediente” é o nome novo do “amor”!

 

No decurso da sua vida, os Evangelhos mostram-nos Jesus sempre ocupado em fazer a vontade do Pai. A Maria e José, que durante três dias, aflitos, O procuraram, Jesus, que contava doze anos, responde: “Porque Me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar em casa de meu Pai?” Toda a sua existência estava dominada por este Eu devia, que determina as suas opções e orienta a sua actividade. Um dia, dirá aos discípulos: “O meu alimento é fazer a vontade d´Aquele que Me enviou e realizar a sua obra”; e ensinar-lhes-á a rezar assim: “Pai nosso.... faça-se a vossa vontade, assim na terra como no Céu”.

 

Jesus obedece até à morte, ainda que nada Lhe seja tão radicalmente oposto quanto a morte visto que Ele é a mesma fonte da vida.

 

Naquelas horas trágicas sobrevêm inquietantes o abatimento e a angústia, o medo e a perturbação, o suor e as lágrimas. Na Cruz, depois, a dor tortura o seu corpo trespassado. A amargura – da rejeição, da traição, da ingratidão – enche o seu Coração. Sobre tudo, porém, domina a paz da obediência. “Não se faça, a minha vontade, mas a tua.” Jesus recolhe as suas últimas forças e, sintetizando a sua vida, pronuncia a palavra final: “Tudo está consumado”.

 

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