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A morte faz parte da condição humana; é o momento terminal da fase histórica da vida. Na concepção cristã, a morte é uma passagem: da luz criada para a luz incriada, da vida temporal para a vida eterna.
Ora, se o Coração de Cristo é a fonte da qual o cristão recebe luz e energia, para viver como filho de Deus, a que outra fonte há-de ir para buscar a força de morrer de modo coerente com a sua fé? Assim como “vive em Cristo”, de igual modo não poderá senão “morrer em Cristo”.
A invocação da Ladainha sintetiza a experiência cristã diante do acontecimento da morte: o Coração de Cristo, o seu amor e a sua misericórdia são esperança e segurança para quem morre n´Ele.
Mas convém parar um momento e interrogar-se: que significa “morrer em Cristo”? Significa antes de tudo, caríssimos irmãos e irmãs, ler o acontecimento torturante e misterioso da morte, à luz do ensinamento do Filho de Deus, e vê-lo, por isso, como o momento da partida para a casa do Pai, para onde Jesus, passando também Ele através da morte, foi preparar um lugar para nós isto é, significa crer que, não obstante a destruição do nosso corpo, a morte é preâmbulo de vida e de fruto abundante.
“Morrer em Cristo” significa, além disso, ter confiança em Cristo e abandonar-se totalmente a Ele, entregando nas suas mãos – de irmão, de amigo, de bom pastor – o próprio destino, tal como Ele, ao morrer, entregou o seu espírito nas mãos do Pai. Significa fechar os olhos à luz deste mundo na paz, na amizade e na comunhão com Jesus, porque nada, “nem a morte, nem a vida... poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Naquela hora suprema, o cristão sabe que, embora o coração lhe censure algumas culpas, o Coração de Cristo é maior do que o seu e pode apagar todos os seus pecados, se estiver arrependido.
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