A infância espiritual nasce da pobreza que Teresa cuida dum modo particular e guarda zelosamente. Ela vai vendo que é a pobreza, a debilidade e a pequenez que atraem os olhares de Deus. Ele vai-lhe dando luzes sobrenaturais que a levam a experimentar mais profundamente a sua pobreza e que ela considera como grande graça. Teresa escreve: "O Todo-Poderoso fez grandes coisas na alma da filha da sua divina Mãe, e que a maior foi a de lhe ter mostrado a sua pequenez, a sua impotência" (Ms C, 4rº). Por isso conclue: "Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena" (Ms C, 3rº). Ela também tem as suas fraquezas e misérias, não é nenhuma santa mas escreve: "é tão doce sentir-se débil e pequena" (Últimas conversas, 1 de Julho). "Como sou feliz vendo-me imperfeita e com tanta necessidade da misericórdia de Deus no momento da morte" (Últimas conversas, 29 de Julho). "Ó Jesus! como o teu passarinho está contente por ser débil e pequeno. Que seria dele se fosse grande? (Ms B, 5rº)
Teresa desceu até ao último degrau da pobreza e debilidade e a partir daqui escreve uma das páginas mais belas da literatura espiritual que sintetiza muito bem a sua vida: A águia e o passarinho. Ela não é águia, "dela tenho simplesmente os olhos e o coração, pois, apesar da minha pequenez, ouso fixar o Sol Divino" (Ms B, 4vº). Ela considera-se "débil passarinho, coberto apenas por uma leve penugem" (lb). O que é que ela poderá fazer nestas condições? "Agitar as suas pequenas asas; mas levantar voo, isso não está no seu pequeno poder!" (Ms B 5rº). Então o que é que fará? Cair no desânimo? Morrer de tristeza ao ver-se tão impotente? "Oh não!" o passarinho nem sequer se vai afligir. Com um audicioso abandono, quer fixar o seu divino sol" (lb) . Soprarão os ventos, virá a chuva, "nuvens sombrias chegam a esconder o Astro do Amor"...
"É verdade que ás vezes o coração do passarinho se vê acometido pela tempestade; parece-lhe não acreditar que existe outra coisa, a não ser as nuvens que o envolvem. É então o momento da alegria perfeita para a pobre e débil criaturinha" (lb).
Teresa não fica a olhar para a terra, prostrada na sua pobreza. Ela olha para Jesus e diz-lhe: "Ó Verbo divino! és Tu a Águia adorada que amo e que me atrais!". Ela volta-se também para as Águias suas irmãs e pede-lhes que lhe obtenham "o favor de voar em direção ao Sol do Amor com as próprias asas da Águia Divina". Teresa continua com os olhos fixos em Jesus, "fascinada pelo divino olhar", dizendo-lhe que deseja permanecer naquela situação porquanto tempo Ele quiser, sabendo que "um dia, assim o espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá-lo-ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima..." (Ms B, 5vº).
A infância espiritual nasce da pobreza que Teresa cuida dum modo particular e guarda zelosamente. Ela vai vendo que é a pobreza, a debilidade e a pequenez que atraem os olhares de Deus. Ele vai-lhe dando luzes sobrenaturais que a levam a experimentar mais profundamente a sua pobreza e que ela considera como grande graça. Teresa escreve: "O Todo-Poderoso fez grandes coisas na alma da filha da sua divina Mãe, e que a maior foi a de lhe ter mostrado a sua pequenez, a sua impotência" (Ms C, 4rº). Por isso conclue: "Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena" (Ms C, 3rº). Ela também tem as suas fraquezas e misérias, não é nenhuma santa mas escreve: "é tão doce sentir-se débil e pequena" (Últimas conversas, 1 de Julho). "Como sou feliz vendo-me imperfeita e com tanta necessidade da misericórdia de Deus no momento da morte" (Últimas conversas, 29 de Julho).
"Ó Jesus! como o teu passarinho está contente por ser débil e pequeno. Que seria dele se fosse grande? (Ms B, 5rº)
Teresa desceu até ao último degrau da pobreza e debilidade e a partir daqui escreve uma das páginas mais belas da literatura espiritual que sintetiza muito bem a sua vida: A águia e o passarinho. Ela não é águia, "dela tenho simplesmente os olhos e o coração, pois, apesar da minha pequenez, ouso fixar o Sol Divino" (Ms B, 4vº). Ela considera-se "débil passarinho, coberto apenas por uma leve penugem" (lb). O que é que ela poderá fazer nestas condições? "Agitar as suas pequenas asas; mas levantar voo, isso não está no seu pequeno poder!" (Ms B 5rº). Então o que é que fará? Cair no desânimo? Morrer de tristeza ao ver-se tão impotente? "Oh não!" o passarinho nem sequer se vai afligir. Com um audicioso abandono, quer fixar o seu divino sol" (lb) . Soprarão os ventos, virá a chuva, "nuvens sombrias chegam a esconder o Astro do Amor"...
"É verdade que ás vezes o coração do passarinho se vê acometido pela tempestade; parece-lhe não acreditar que existe outra coisa, a não ser as nuvens que o envolvem. É então o momento da alegria perfeita para a pobre e débil criaturinha" (lb).
Teresa não fica a olhar para a terra, prostrada na sua pobreza. Ela olha para Jesus e diz-lhe: "Ó Verbo divino! és Tu a Águia adorada que amo e que me atrais!". Ela volta-se também para as Águias suas irmãs e pede-lhes que lhe obtenham "o favor de voar em direção ao Sol do Amor com as próprias asas da Águia Divina". Teresa continua com os olhos fixos em Jesus, "fascinada pelo divino olhar", dizendo-lhe que deseja permanecer naquela situação porquanto tempo Ele quiser, sabendo que "um dia, assim o espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá-lo-ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima..." (Ms B, 5vº).