A Primeira Memória tinha descoberto aos Superiores de Lúcia que
esta guardava, cuidadosamente, ainda muitas coisas que só revelaria
por obediência. Em Abril de 1937, 0 P.e
Fonseca, escrevendo ao Sr. Bispo, dizia-lhe: «A carta da Irmã Dores (Lúcia) sobre a Jacinta faz supor
que há ainda particulares interessantes relativos à história das aparições
(palavras, ou comunicações de N. Senhora, actos de virtude das crianças em obediência das indicações de N. Senhora...) que estão ainda
inéditos. Não seria possível, ou haveria inconveniente, em fazer que a
irmã Lúcia, com simplicidade religiosa e evangélica, para honra de Nossa Senhora, escrevesse miudamente quanto se lembrasse?».
Com efeito, o Sr. Bispo, posto de acordo com a Madre Provincial
das Doroteias, Madre Maria do Carmo Corte Real, dão ordem à Lúcia.
Esta, com data de 7 de Novembro de 1937, pode responder ao Sr. D.
José: «Aqui estou, com a pena na mão, para fazer a vontade do meu
Deus.» Este escrito, iniciado no dia 7 de Novembro, está terminado no
dia 21, isto é, catorze dias para redigir um longo escrito, e sempre no
meio das ocupações caseiras que não a deixam repousar. Trata-se de
um trabalho de 38 folhas escritas de ambos os lados, com letra fechada
e corrida e sem correcções. Isto manifesta, uma vez mais, a lucidez de
espírito, a serenidade de alma, o equilíbrio das faculdades da Irmã Lúcia.
Nesta Memória, os temas são surpreendentes: as aparições do Anjo,
graças extraordinárias na sua primeira comunhão, aparições do Coração
Imaculado de Maria em Junho de 1917 e muitas circunstâncias
absolutamente inéditas até então. A intenção da Irmã Lúcia neste escrito,
assinala-a deste modo: «...deixar ver a história de Fátima tal qual ela é.»
Não se trata, portanto, – como na Memória anterior – de umas recordações
«biográficas», em que as Aparições permanecem na penumbra, mas das
próprias Aparições, em primeiro plano.
O «espírito» com que Lúcia escreve é patenteado nas seguintes
palavras: «Não terei mais o gosto de saborear só contigo os segredos do
Teu amor; mas, para o futuro, outros cantarão comigo as grandezas da
Tua misericórdia!... Eis aqui a escrava do Senhor! Que Ele continue a
servir-se dela como Lhe aprouver. »
A Primeira Memória tinha descoberto aos Superiores de Lúcia que
esta guardava, cuidadosamente, ainda muitas coisas que só revelaria
por obediência. Em Abril de 1937, 0 P.e
Fonseca, escrevendo ao Sr. Bispo, dizia-lhe: «A carta da Irmã Dores (Lúcia) sobre a Jacinta faz supor
que há ainda particulares interessantes relativos à história das aparições
(palavras, ou comunicações de N. Senhora, actos de virtude das crianças em obediência das indicações de N. Senhora...) que estão ainda
inéditos. Não seria possível, ou haveria inconveniente, em fazer que a
irmã Lúcia, com simplicidade religiosa e evangélica, para honra de Nossa Senhora, escrevesse miudamente quanto se lembrasse?».
Com efeito, o Sr. Bispo, posto de acordo com a Madre Provincial
das Doroteias, Madre Maria do Carmo Corte Real, dão ordem à Lúcia.
Esta, com data de 7 de Novembro de 1937, pode responder ao Sr. D.
José: «Aqui estou, com a pena na mão, para fazer a vontade do meu
Deus.» Este escrito, iniciado no dia 7 de Novembro, está terminado no
dia 21, isto é, catorze dias para redigir um longo escrito, e sempre no
meio das ocupações caseiras que não a deixam repousar. Trata-se de
um trabalho de 38 folhas escritas de ambos os lados, com letra fechada
e corrida e sem correcções. Isto manifesta, uma vez mais, a lucidez de
espírito, a serenidade de alma, o equilíbrio das faculdades da Irmã Lúcia.
Nesta Memória, os temas são surpreendentes: as aparições do Anjo,
graças extraordinárias na sua primeira comunhão, aparições do Coração
Imaculado de Maria em Junho de 1917 e muitas circunstâncias
absolutamente inéditas até então. A intenção da Irmã Lúcia neste escrito,
assinala-a deste modo: «...deixar ver a história de Fátima tal qual ela é.»
Não se trata, portanto, – como na Memória anterior – de umas recordações
«biográficas», em que as Aparições permanecem na penumbra, mas das
próprias Aparições, em primeiro plano.
O «espírito» com que Lúcia escreve é patenteado nas seguintes
palavras: «Não terei mais o gosto de saborear só contigo os segredos do
Teu amor; mas, para o futuro, outros cantarão comigo as grandezas da
Tua misericórdia!... Eis aqui a escrava do Senhor! Que Ele continue a
servir-se dela como Lhe aprouver. »