1. Cristo – Assim como Eu me ofereci, voluntariamente, a Deus, pelos teus pecados, no altar da cruz, tendo os braços estendidos e o corpo nu, de sorte que em Mim nada ficou que não servisse a este sacrifício que devia reconciliar o Céu com a Terra, tu deves, também e do mesmo modo, oferecer-te voluntariamente, cada dia, no sacrifício da Missa, constituindo-te em oferta pura e santa a Deus, com todas as forças e afectos do teu espírito.
Que desejo Eu de ti, com mais empenho, senão que te dês a Mim, sem reservas? De tudo o que Me deres, não faço caso, não entrando tu na mesma dávida. Eu procuro a ti e não os teus presentes.
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Do mesmo modo que tu, possuindo tudo, nada possuis na realidade, não me possuindo a Mim, assim também nada de quanto Me deres pode ser-Me agradável, se juntamente não Me fizeres o sacrifício de ti mesmo.
Oferece-te e dá-te a Mim, todo inteiro, e a tua oblação Me será aceita. Considera que Eu Me sacrifiquei, todo inteiro, a Deus, meu Pai, por amor de ti; que dei todo o meu Corpo e todo o meu Sangue para nutrir a tua alma, a fim de que, fazendo-Me todo teu, tu te fizesses também todo meu.
Se permaneceres em ti mesmo e não te ofereceres voluntariamente para tudo o que Eu quiser de ti, a tua oblação não é inteira e a união que houver entre nós será imperfeita.
Essa voluntária oferta de ti mesmo nas mãos de Deus deve preceder todas as tuas obras, se queres adquirir a verdadeira liberdade e o dom da minha graça.
A razão pela qual há tão poucos que sejam verdadeiramente livres e esclarecidos, é porque não sabem renunciar inteiramente a si mesmos. Por esse motivo sempre será actual a palavra que pronunciei, dizendo: Ninguém pode ser meu discípulo sem renunciar a quanto possui (Lc 14,33).
Se queres, portanto, ser, na realidade, meu discípulo, oferece-te a Mim, com todos os teus afectos.
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