NÃO FICAREI INACTIVA NO CÉU

NÃO FICAREI INACTIVA NO CÉU
Teresa tem uma maneira genial de entender a vida eterna. Na teologia da época via-se o céu como lugar de descanso eterno. Ela corrige este modo de pensar e, nos últimos anos da sua vida, é consciente que a sua missão não terminará com a morte. Dois meses antes da sua morte escreve ao P. Roulland, missionário na China dizendo: "Ah! meu irmão, sinto-o bem, ser-lhe-ei mais útil no céu do que na terra e é com contentamento que lhe venho anunciar a minha próxima entrada nessa cidade bem-aventurada, certa de que há-de compartilhar da minha alegria e agredecerá ao Senhor o Ele ter-me dado o meio de o ajudar mais eficazmente nas suas obras apostólicas".
Conto bem com não ficar inativa no Céu, o meu desejo é trabalhar ainda pela Igreja e pelas almas, peço isto a Deus e estou certa que Ele mo concederá...
Meu irmão, já vê que deixo já o campo de batalha, não é com o desejo egoísta de descansar...
O que me impele para a Pátria dos Céus, é o apelo do Senhor, é a esperança de o amar enfim como tanto desejei e o pensamento de que O poderei fazer amar por uma multidão de almas que o abençoarão eternamente" (Carta 254)
Teresa rejeita um céu que não corresponda à experiência que ela tem do amor: "Eu não posso pensar muito tempo na felicidade que me espera no céu; uma única expectativa faz bater o meu coração, é o amor que receberei e que poderei dar. E, depois penso em todo o bem que gostaria de fazer após a minha morte: fazer batizar os meninos, ajudar os sacerdotes, os missionários, toda a Igreja..." (Últimas conversas, 13 de Julho). "Como serei infeliz, no céu, se não puder dar pequenos gostos na terra àqueles que amo". (Últimas conversas, 29 de Julho).
Teresa, partindo da sua experiência pessoal, descobre novamente a antiga ideia patrística, que também é, em parte a da idade média. Trata-se de um estado de espera por parte dos santos do céu, antes do último juízo. Podemos dizer, a partir da experiência teresiana que, enquanto o último irmão esperado não entre no céu, o céu não poderá deixar de se inclinar para a terra. Para ela, o céu antes do juízo final é verdadeiro e definitivo mas, o gozo resulta insuportável enquanto houver uma alma que sofra. Dois meses antes da sua morte confidenciou à Madre Inês: "Sinto que a minha missão vai começar... Eu passarei o meu céu sobre a terra até ao fim do mundo. Sim, quero passar o meu céu fazendo o bem sobre a terra..." Não, eu não poderei ter descanso até ao fim do mundo, enquanto houver almas para salvar. Quando o anjo tinha dito: «Já não haverá mais tempo» (Ap 10,6), então, sim, descansarei e poderei gozar, porque o número dos eleitos estará completo e todos terão entrado na glória e no descanso" (Últimas conversas, 17 de Julho).
Jeremias Carlos Vechina, ocd
Teresa tem uma maneira genial de entender a vida eterna. Na teologia da época via-se o céu como lugar de descanso eterno. Ela corrige este modo de pensar e, nos últimos anos da sua vida, é consciente que a sua missão não terminará com a morte. Dois meses antes da sua morte escreve ao P. Roulland, missionário na China dizendo: "Ah! meu irmão, sinto-o bem, ser-lhe-ei mais útil no céu do que na terra e é com contentamento que lhe venho anunciar a minha próxima entrada nessa cidade bem-aventurada, certa de que há-de compartilhar da minha alegria e agredecerá ao Senhor o Ele ter-me dado o meio de o ajudar mais eficazmente nas suas obras apostólicas".
Conto bem com não ficar inativa no Céu, o meu desejo é trabalhar ainda pela Igreja e pelas almas, peço isto a Deus e estou certa que Ele mo concederá...
 
Meu irmão, já vê que deixo já o campo de batalha, não é com o desejo egoísta de descansar...
O que me impele para a Pátria dos Céus, é o apelo do Senhor, é a esperança de o amar enfim como tanto desejei e o pensamento de que O poderei fazer amar por uma multidão de almas que o abençoarão eternamente" (Carta 254)
 
Teresa rejeita um céu que não corresponda à experiência que ela tem do amor: "Eu não posso pensar muito tempo na felicidade que me espera no céu; uma única expectativa faz bater o meu coração, é o amor que receberei e que poderei dar. E, depois penso em todo o bem que gostaria de fazer após a minha morte: fazer batizar os meninos, ajudar os sacerdotes, os missionários, toda a Igreja..." (Últimas conversas, 13 de Julho). "Como serei infeliz, no céu, se não puder dar pequenos gostos na terra àqueles que amo". (Últimas conversas, 29 de Julho).
Teresa, partindo da sua experiência pessoal, descobre novamente a antiga ideia patrística, que também é, em parte a da idade média. Trata-se de um estado de espera por parte dos santos do céu, antes do último juízo. Podemos dizer, a partir da experiência teresiana que, enquanto o último irmão esperado não entre no céu, o céu não poderá deixar de se inclinar para a terra. Para ela, o céu antes do juízo final é verdadeiro e definitivo mas, o gozo resulta insuportável enquanto houver uma alma que sofra. Dois meses antes da sua morte confidenciou à Madre Inês: "Sinto que a minha missão vai começar... Eu passarei o meu céu sobre a terra até ao fim do mundo. Sim, quero passar o meu céu fazendo o bem sobre a terra..." Não, eu não poderei ter descanso até ao fim do mundo, enquanto houver almas para salvar. Quando o anjo tinha dito: «Já não haverá mais tempo» (Ap 10,6), então, sim, descansarei e poderei gozar, porque o número dos eleitos estará completo e todos terão entrado na glória e no descanso" (Últimas conversas, 17 de Julho).
 
Jeremias Carlos Vechina, ocd