A Comunhão, necessária para a devoção das seis primeiras quintas-feiras só pode ser recebida quando se está na graça de Deus, pois esta se perde quando se cometem pecados mortais.
O pecado mortal é como uma flecha envenenada que o homem faz e atira contra o coração de Deus, e que tem duas pontas: uma atinge Deus, enquanto a outra é enterrada no coração do homem, ferindo-o mortalmente dado interromper a sua relação vital com Deus.
Assim, se caíres em pecado mortal, não guardes a culpa na tua alma por muito tempo, mas recorre o quanto antes ao sacramento da Reconciliação, como irias ao médico em caso de uma grave enfermidade do corpo. Como disse o Papa Francisco: «O Sacramento da Reconciliação é um Sacramento de cura. Quando me confesso é para me curar, para curar a minha alma, o meu coração e algo de mal que cometi.»
PREPARAÇÃO PARA A CONFISSÃO
Para uma boa confissão é necessário seguir cinco «passos»: exame de consciência, contrição pelos pecados cometidos, propósito de não voltar a cometer o pecado, acusação dos pecados, e, penitência.
1. Exame de consciência
O confessor não conhece os nossos pecados, somos nós quem lhos deve revelar. Por isso, antes de nos confessarmos, deveremos examinarmo-nos para nos recordarmos dos pecados cometidos. O exame de consciência é uma busca diligente dos pecados cometidos em pensamentos, palavras e omissões. Pede ao Senhor que te ilumine pela sua Palavra e revê todo o tempo decorrido desde a tua última Confissão, reconhecendo o mal cometido e o bem omitido: para com Deus, para com os irmãos e para contigo mesmo. Pelo exame de consciência reconheces os pecados dos quais tens culpa, assumes a tua responsabilidade por eles e, assim, abres-te novamente a Deus e à comunhão com a Igreja.
2. Contrição pelos pecados
A contrição pelos pecados consiste no profundo e real arrependimento pelos pecados cometidos. O arrependimento é «perfeito» se nasce do amor a Deus que ofendestes e que te ama infinitamente, se se baseia noutros motivos, como o medo dos castigos e do Inferno, o arrependimento é definido como «imperfeito». A contrição pelos pecados é uma parte essencial, quer dos pecados mortais (assim designados porque provocam a morte da alma), quer dos pecados veniais (menos graves).
3. Propósito de não cometer mais nenhum pecado
O propósito consiste na vontade firme de não voltar a fazer mais estes pecados. Não basta que tenhas a vontade genérica de te corrigires, deves estar disposto a usar de todos os meios para evitar os pecados e próximas ocasiões de pecado. São Domingos Sávio dizia: «Prefiro morrer a cometer um único pecado!» Então, além do arrependimento, é preciso ter a firme vontade de não voltar a cair no erro.
4. Acusação ou confissão dos pecados
A acusação dos pecados consiste na declaração ao sacerdote dos pecados mortais cometidos desde o Batismo e que ainda não foram ditos de forma a obter a respetiva absolvição. Aproxima-te com fé do confessor que, naquele momento, representa Jesus Cristo, e diz-lhe com sinceridade todos os pecados cometidos. Se tens medo de os esquecer ou não sabes como dizê-los, pede ao sacerdote que te faça perguntas. Lembra-te de que o confessor não revelará a ninguém os pecados que lhe disseres, porque ele está vinculado pelo «sigilo sacramental».
Ouve bem os seus conselhos e faz um esforço para os colocar em prática. Procura entender bem e aceita a penitência (reparação da culpa) que o padre te impuser. Por fim dizes o ato de contrição, mais do que com palavras, com sentimentos, e recebe com devoção a absolvição que te é dada pelo confessor. Também se recomenda a confissão frequente dos pecados veniais, porque ajuda a formar uma consciência reta, a lutar contra as más inclinações, a progredir na vida espiritual.
5. Penitência
Depois de perdoado o pecado, ainda precisas de recuperar a saúde espiritual de forma completa. Por isso tens de fazer algo para expiar os danos causados pelos próprios pecados. Esta reparação é designada «expiação» ou «penitência» e pode consistir numa oração, numa oferenda, na prática de obras de misericórdia, no serviço ao próximo, em privações voluntárias e em pequenos sacrifícios. Por exemplo, muitos dos pecados cometidos são uma ofensa aos outros. Neste caso, é necessário fazer todo o possível para reparar, devolvendo coisas roubadas, restaurando a reputação de quem foi caluniado, etc, etc.