"PARA OS PECADORES"

"PARA OS PECADORES"
21. Caros Amigos da Cruz, sabeis, na verdade, que sois todos pecadores. Não há
ninguém entre vós que não mereça o inferno. Mais ainda do que vós mereço-o eu. E os nossos pecados terão que receber castigo, neste ou no outro mundo. Se receberem o castigo neste mundo, e com o nosso acordo, o castigo será cheio de amor, uma vez que, assim sendo, será a misericórdia — que governa o mundo — a atuar, e não já propriamente o rigor da justiça; assim o castigo será leve e passageiro, será acompanhado de doçuras e de méritos e, por fim, será recompensado neste mundo e na eternidade.
 
22. Se, porém, o castigo devido pelos nossos pecados ficar reservado para o além,
será então executado pela justiça rigorosa de Deus, que fará passar tudo a ferro e fogo. Será um
castigo terrível””*, que não se poderá nem descrever nem compreender: “Quem poderá
compreender a força da vossa ira?” “, Será um castigo sem contemplação: “O julgamento vai ser sem misericórdia para quem não praticou misericórdia;"““ será um castigo sem piedade, sem alívio, sem méritos, sem limites, eterno. Sim, um castigo sem fim por esse pecado mortal que cometeste, num momento; por esse mau pensamento voluntário de que agora não tens plena consciência”; por aquela palavra que o vento já levou consigo. Enquanto Deus for Deus, esta pequena e fugaz ação contra a sua lei será castigada por toda a eternidade, juntamente com os demônios do inferno, e este Deus das vinganças não terá compaixão dos vossos espantosos tormentos, dos vossos soluços e das vossas lágrimas, capazes de fender rochas! Será um sofrimento para sempre, sem mérito, sem misericórdia e sem fim!
 
23. Será que pensamos nisto, amados irmãos e irmãs, quando o sofrimento bate à nossa
porta? Quão afortunados somos por podermos permutar uma pena eterna e sem qualquer mérito
por outra passageira e meritória, e isto carregando com paciência a nossa cruz! Quantas dívidas
temos e que ainda não foram saldadas! Quantos pecados cometidos — ainda que chorados amargamente e confessados com sinceridade — e que teremos de expiar, séculos sem fim, no
purgatório, precisamente porque, neste mundo, contentamo-nos com penitências leves demais!
Coragem! Paguemos neste mundo, de forma amigável, carregando benevolentemente a nossa cruz! No outro, tudo será pago com rigor “até ao último centavo”, até mesmo uma “simples palavra
insensata”“*?, Se pudéssemos arrebatar ao demônio o “diário escrito contra nós” — em que ele tem anotados todos os nossos pecados e respectiva pena que lhes corresponde —, ficaríamos
espantados do nosso grande déficit e seríamos muito felizes se pudéssemos sofrer anos a fio neste mundo, para não sofrer um só dia no outro.
21. Caros Amigos da Cruz, sabeis, na verdade, que sois todos pecadores. Não há
ninguém entre vós que não mereça o inferno. Mais ainda do que vós mereço-o eu. E os nossos pecados terão que receber castigo, neste ou no outro mundo. Se receberem o castigo neste mundo, e com o nosso acordo, o castigo será cheio de amor, uma vez que, assim sendo, será a misericórdia — que governa o mundo — a atuar, e não já propriamente o rigor da justiça; assim o castigo será leve e passageiro, será acompanhado de doçuras e de méritos e, por fim, será recompensado neste mundo e na eternidade.
 
22. Se, porém, o castigo devido pelos nossos pecados ficar reservado para o além,
será então executado pela justiça rigorosa de Deus, que fará passar tudo a ferro e fogo. Será um
castigo terrível””*, que não se poderá nem descrever nem compreender: “Quem poderá
compreender a força da vossa ira?” “, Será um castigo sem contemplação: “O julgamento vai ser sem misericórdia para quem não praticou misericórdia;"““ será um castigo sem piedade, sem alívio, sem méritos, sem limites, eterno. Sim, um castigo sem fim por esse pecado mortal que cometeste, num momento; por esse mau pensamento voluntário de que agora não tens plena consciência”; por aquela palavra que o vento já levou consigo. Enquanto Deus for Deus, esta pequena e fugaz ação contra a sua lei será castigada por toda a eternidade, juntamente com os demônios do inferno, e este Deus das vinganças não terá compaixão dos vossos espantosos tormentos, dos vossos soluços e das vossas lágrimas, capazes de fender rochas! Será um sofrimento para sempre, sem mérito, sem misericórdia e sem fim!
 
23. Será que pensamos nisto, amados irmãos e irmãs, quando o sofrimento bate à nossa
porta? Quão afortunados somos por podermos permutar uma pena eterna e sem qualquer mérito
por outra passageira e meritória, e isto carregando com paciência a nossa cruz! Quantas dívidas
temos e que ainda não foram saldadas! Quantos pecados cometidos — ainda que chorados amargamente e confessados com sinceridade — e que teremos de expiar, séculos sem fim, no
purgatório, precisamente porque, neste mundo, contentamo-nos com penitências leves demais!
Coragem! Paguemos neste mundo, de forma amigável, carregando benevolentemente a nossa cruz! No outro, tudo será pago com rigor “até ao último centavo”, até mesmo uma “simples palavra
insensata”“*?, Se pudéssemos arrebatar ao demônio o “diário escrito contra nós” — em que ele tem anotados todos os nossos pecados e respectiva pena que lhes corresponde —, ficaríamos
espantados do nosso grande déficit e seríamos muito felizes se pudéssemos sofrer anos a fio neste mundo, para não sofrer um só dia no outro.