PERFEITA E INTEIRA CONSAGRAÇÃO DE SI PRÓPRIO À SANTÍSSIMA VIRGEM Cap. 121 a 125

PERFEITA E INTEIRA CONSAGRAÇÃO DE SI PRÓPRIO À SANTÍSSIMA VIRGEM Cap. 121 a 125

ARTIGO 1 

121. Esta devoção consiste em dar-se inteiramente à Santíssima Virgem, para ser todo inteiramente de Jesus Cristo por intermédio da Virgem. Devemos entregar-lhe: 1.º) o nosso corpo, com todos os sentidos e membros; 2.º) a nossa alma, com todas as suas potências; 3.º) os nossos bens exteriores, a que chamamos fortuna, presentes e futuros; 4.º) os nossos bens interiores e espirituais, que são os nossos méritos, virtudes e boas obras passadas, presentes e futuras: em poucas palavras, tudo o que temos na ordem da natureza e da graça ou da glória, e isto sem nenhuma reserva, nem sequer de um ceitil, de um cabelo, da mais pequena boa ação, isto por toda a eternidade, isto sem esperar nenhuma outra recompensa desta oferta e deste serviço senão a de honrar, de pertencer a Jesus Cristo por ela e nela, mesmo que esta amável Senhora não fosse, como é afinal, a mais liberal e a mais reconhecida das criaturas.
122. Deveremos aqui notar que há duas coisas nas boa obras que fazemos: a satisfação e o mérito, por outras palavras, o valor satisfatório e impetratório e o valor meritório. O valor satisfatório de uma boa ação consiste em satisfazer a pena devida ao pecado ou em obter nova graça; o valor meritório, ou o mérito, é o valor da boa ação enquanto merece a graça e glória eterna. Ora, nesta consagração à Santíssima Virgem nós damos-lhe todo o valor satisfatório e impetratório e meritório, quer dizer, as satisfações e méritos de todas as nossas boas obras: damos-lhe os nossos méritos, as nossas graças e virtudes, não para os comunicar aos outros (pois os nossos méritos, graças e virtudes são, falando com rigor, incomunicáveis; só Jesus Cristo, dando-Se como caução a Seu Pai, nos pode comunicar os Seus méritos), mas para os conservar para nós, aumentar e embelezar, como diremos adiante; oferecemos-Lhe as nossas satisfações para as comunicar a quem melhor quiser e para a maior glória de Deus. 
123. Daqui se segue: 1.º) Que por esta devoção damos a Jesus Cristo, da maneira mais perfeita, pois é pelas mãos de Maria, tudo o que Lhe podemos dar e muito mais do que pelas outras devoções, em que Lhe damos uma parte do nosso tempo, ou uma parte das nossas boas obras, uma parte das nossas satisfações e mortificações. Nesta, tudo é cedido e consagrado, até ao direito de dispor dos bens exteriores e das satisfações ganhas pelas boas obras de cada dia: coisa que se não faz mesmo em nenhuma ordem religiosa.
Nas ordens religiosas dão-se a Deus os bens de fortuna pelo voto de pobreza, os bens do corpo pelo voto de castidade, a própria vontade, pelo voto de obediência e, muitas vezes, a liberdade do corpo pela clausura; mas não se dá a liberdade ou o direito de dispor do valor das boas obras, não se despojam, tanto quanto é possível, daquilo que o cristão tem de mais precioso e de mais caro, os seus méritos e satisfações. 
124. 2.º) Disto se conclui que a pessoa que, deste modo, se consagrou e sacrificou voluntariamente a Jesus, por Maria, não pode dispor do valor de nenhuma das suas boas ações; tudo aquilo que sofre, tudo o que pensa, diz e faz de bem pertence a Maria, para que ela disponha de tudo isso segundo a vontade de seu Filho e para a Sua maior glória, sem que entretanto esta dependência prejudique, de qualquer modo, as obrigações de estado em que se vive presentemente ou poderá viver no futuro; por exemplo, as obrigações de um sacerdote que, por dever de ofício e por outros, deva aplicar o valor satisfatório ou impetratório da santa Missa a um particular; pois este oferecimento é sempre condicionado à ordem de Deus e aos deveres do próprio estado. 
125. 3.º) Segue-se que deste modo nos consagramos inteiramente à Santíssima Virgem e a Jesus Cristo; à Santíssima Virgem, como meio mais perfeito para chegar a Jesus, meio por Ele escolhido para Se unir a nós e para nos unir a Ele; e a Nosso Senhor como ao nosso último fim a quem devemos tudo o que somos, como ao nosso Redentor e ao nosso Deus. 
121. Esta devoção consiste em dar-se inteiramente à Santíssima Virgem, para ser todo inteiramente de Jesus Cristo por intermédio da Virgem. Devemos entregar-lhe: 1.º) o nosso corpo, com todos os sentidos e membros; 2.º) a nossa alma, com todas as suas potências; 3.º) os nossos bens exteriores, a que chamamos fortuna, presentes e futuros; 4.º) os nossos bens interiores e espirituais, que são os nossos méritos, virtudes e boas obras passadas, presentes e futuras: em poucas palavras, tudo o que temos na ordem da natureza e da graça ou da glória, e isto sem nenhuma reserva, nem sequer de um ceitil, de um cabelo, da mais pequena boa ação, isto por toda a eternidade, isto sem esperar nenhuma outra recompensa desta oferta e deste serviço senão a de honrar, de pertencer a Jesus Cristo por ela e nela, mesmo que esta amável Senhora não fosse, como é afinal, a mais liberal e a mais reconhecida das criaturas.
 
122. Deveremos aqui notar que há duas coisas nas boa obras que fazemos: a satisfação e o mérito, por outras palavras, o valor satisfatório e impetratório e o valor meritório. O valor satisfatório de uma boa ação consiste em satisfazer a pena devida ao pecado ou em obter nova graça; o valor meritório, ou o mérito, é o valor da boa ação enquanto merece a graça e glória eterna. Ora, nesta consagração à Santíssima Virgem nós damos-lhe todo o valor satisfatório e impetratório e meritório, quer dizer, as satisfações e méritos de todas as nossas boas obras: damos-lhe os nossos méritos, as nossas graças e virtudes, não para os comunicar aos outros (pois os nossos méritos, graças e virtudes são, falando com rigor, incomunicáveis; só Jesus Cristo, dando-Se como caução a Seu Pai, nos pode comunicar os Seus méritos), mas para os conservar para nós, aumentar e embelezar, como diremos adiante; oferecemos-Lhe as nossas satisfações para as comunicar a quem melhor quiser e para a maior glória de Deus. 
 
123. Daqui se segue: 1.º) Que por esta devoção damos a Jesus Cristo, da maneira mais perfeita, pois é pelas mãos de Maria, tudo o que Lhe podemos dar e muito mais do que pelas outras devoções, em que Lhe damos uma parte do nosso tempo, ou uma parte das nossas boas obras, uma parte das nossas satisfações e mortificações. Nesta, tudo é cedido e consagrado, até ao direito de dispor dos bens exteriores e das satisfações ganhas pelas boas obras de cada dia: coisa que se não faz mesmo em nenhuma ordem religiosa.
Nas ordens religiosas dão-se a Deus os bens de fortuna pelo voto de pobreza, os bens do corpo pelo voto de castidade, a própria vontade, pelo voto de obediência e, muitas vezes, a liberdade do corpo pela clausura; mas não se dá a liberdade ou o direito de dispor do valor das boas obras, não se despojam, tanto quanto é possível, daquilo que o cristão tem de mais precioso e de mais caro, os seus méritos e satisfações. 
 
124. 2.º) Disto se conclui que a pessoa que, deste modo, se consagrou e sacrificou voluntariamente a Jesus, por Maria, não pode dispor do valor de nenhuma das suas boas ações; tudo aquilo que sofre, tudo o que pensa, diz e faz de bem pertence a Maria, para que ela disponha de tudo isso segundo a vontade de seu Filho e para a Sua maior glória, sem que entretanto esta dependência prejudique, de qualquer modo, as obrigações de estado em que se vive presentemente ou poderá viver no futuro; por exemplo, as obrigações de um sacerdote que, por dever de ofício e por outros, deva aplicar o valor satisfatório ou impetratório da santa Missa a um particular; pois este oferecimento é sempre condicionado à ordem de Deus e aos deveres do próprio estado. 
 
125. 3.º) Segue-se que deste modo nos consagramos inteiramente à Santíssima Virgem e a Jesus Cristo; à Santíssima Virgem, como meio mais perfeito para chegar a Jesus, meio por Ele escolhido para Se unir a nós e para nos unir a Ele; e a Nosso Senhor como ao nosso último fim a quem devemos tudo o que somos, como ao nosso Redentor e ao nosso Deus.