REBECA E JACOB Cap. 184 a 185

REBECA E JACOB Cap. 184 a 185
| História de Jacob
184. Tendo Esaú vendido a Jacob os seus direitos de primogenitura, Rebeca, mãe deles, que amava ternamente Jacob, assegurou-lhe esta vantagem, alguns anos depois, por uma habilidade santa e cheia de mistérios. Isaac, sentindo-se velho, queria abençoar os seus filhos antes de morrer; chamou então seu filho Esaú, de quem gostava, pediu-lhe para ir à caça e para lhe preparar uma refeição, pois queria-o abençoar depois de comer a caça que trouxesse.
Rebeca avisou rapidamente Jacob do que se passava e ordenou-lhe que fosse buscar dois cabritos ao rebanho. Logo que lhos entregou, ela preparou-os da maneira que sabia que Isaac gostava; vestiu Jacob com as roupas de Esaú, cobrindo-lhe as mãos e o pescoço com as peles de cabrito, para que seu pai, que era cego, ouvindo Jacob, acreditasse que era Esaú, sentindo os pelos das mãos. Isaac, realmente ficou surpreendido pela voz que lhe pareceu a de Jacob e por isso mandou-o aproximar-se e, tendo tocado os pelos das peles de que estavam cobertas as mãos, declarou que, na verdade, a voz era de Jacob, mas as mãos eram de Esaú. Depois de ter comido e de ter sentido, quando o beijava, o perfume de Esaú, que emanava das suas roupas, abençoou-o e pediu para ele o orvalho do Céu e a fecundidade da Terra; constituiu-o senhor de todos os seus irmãos, terminando a sua bênção por estas palavras: «Que aquele que te amaldiçoar seja maldito, que aquele que te abençoar seja cumulado de bênçãos».
Mal Isaac tinha acabado de pronunciar estas palavras, entrou Esaú com a caça para seu pai comer e para receber a sua bênção. O santo patriarca ficou extraordinariamente surpreendido com o que acabava de se passar; mas, longe de retratar o que tinha feito, confirmou-o, porque viu claramente, em tudo o que se passara, o dedo de Deus. Esaú reagiu de dor como nota a Sagrada Escritura, acusando o seu irmão de ter enganado o pai; perguntou então ao pai se ele só tinha uma bênção: sendo Esaú, nestas circunstâncias, como observam os Santos Padres, a imagem daqueles que procuram aliar Deus com os bens do mundo e querem gozar as consolações da Terra e do Céu; Isaac, comovido com a dor de Esaú, abençoou-o mas com uma bênção terrena, sujeitanto-o a seu irmão: este concedeu um ódio tão entranhado por Jacob que só esperava a morte do pai para o matar; Jacob não teria evitado a morte se não tivesse seguido os concelhos da sua querida mãe. 
||. Interpretação da história de Jacob
185. Antes de explicar esta história tão bela, devemos notar que, segundo todos os Santos Padres e intérpretes da Sagrada Escritura, Jacob é a figura de Jesus Cristo e dos predestinados e Esaú dos reprovados. Basta-nos examinar as ações e o procedimento de um e do outro, para o compreendermos. 
| História de Jacob
 
184. Tendo Esaú vendido a Jacob os seus direitos de primogenitura, Rebeca, mãe deles, que amava ternamente Jacob, assegurou-lhe esta vantagem, alguns anos depois, por uma habilidade santa e cheia de mistérios. Isaac, sentindo-se velho, queria abençoar os seus filhos antes de morrer; chamou então seu filho Esaú, de quem gostava, pediu-lhe para ir à caça e para lhe preparar uma refeição, pois queria-o abençoar depois de comer a caça que trouxesse.
 
Rebeca avisou rapidamente Jacob do que se passava e ordenou-lhe que fosse buscar dois cabritos ao rebanho. Logo que lhos entregou, ela preparou-os da maneira que sabia que Isaac gostava; vestiu Jacob com as roupas de Esaú, cobrindo-lhe as mãos e o pescoço com as peles de cabrito, para que seu pai, que era cego, ouvindo Jacob, acreditasse que era Esaú, sentindo os pelos das mãos. Isaac, realmente ficou surpreendido pela voz que lhe pareceu a de Jacob e por isso mandou-o aproximar-se e, tendo tocado os pelos das peles de que estavam cobertas as mãos, declarou que, na verdade, a voz era de Jacob, mas as mãos eram de Esaú. Depois de ter comido e de ter sentido, quando o beijava, o perfume de Esaú, que emanava das suas roupas, abençoou-o e pediu para ele o orvalho do Céu e a fecundidade da Terra; constituiu-o senhor de todos os seus irmãos, terminando a sua bênção por estas palavras: «Que aquele que te amaldiçoar seja maldito, que aquele que te abençoar seja cumulado de bênçãos».
 
Mal Isaac tinha acabado de pronunciar estas palavras, entrou Esaú com a caça para seu pai comer e para receber a sua bênção. O santo patriarca ficou extraordinariamente surpreendido com o que acabava de se passar; mas, longe de retratar o que tinha feito, confirmou-o, porque viu claramente, em tudo o que se passara, o dedo de Deus. Esaú reagiu de dor como nota a Sagrada Escritura, acusando o seu irmão de ter enganado o pai; perguntou então ao pai se ele só tinha uma bênção: sendo Esaú, nestas circunstâncias, como observam os Santos Padres, a imagem daqueles que procuram aliar Deus com os bens do mundo e querem gozar as consolações da Terra e do Céu; Isaac, comovido com a dor de Esaú, abençoou-o mas com uma bênção terrena, sujeitanto-o a seu irmão: este concedeu um ódio tão entranhado por Jacob que só esperava a morte do pai para o matar; Jacob não teria evitado a morte se não tivesse seguido os concelhos da sua querida mãe. 
 
||. Interpretação da história de Jacob
 
185. Antes de explicar esta história tão bela, devemos notar que, segundo todos os Santos Padres e intérpretes da Sagrada Escritura, Jacob é a figura de Jesus Cristo e dos predestinados e Esaú dos reprovados. Basta-nos examinar as ações e o procedimento de um e do outro, para o compreendermos.