SEGUNDO UMA REVELAÇÃO PARTICULAR

SEGUNDO UMA REVELAÇÃO PARTICULAR
SEGUNDO UMA REVELAÇÃO PARTICULAR
Em Novembro de  1980, uma mãe de família, Amparo Cuevas, com 49 anos, a viver em S. Lourenço do Escorial (Madrid), começou a sentir dores terríveis no seu corpo, ao mesmo tempo que via Jesus na Cruz.  Face a este quadro ela exclamou: "Mas o que é isto?", ao que o Senhor respondeu: "É a Paixão de Cristo, tens de a suportar toda". "Mas eu não resisto" respondeu ela.  "Se tu não consegues resistir apenas uns segundos, quanto não sofria Eu, horas inteiras na Cruz, a morrer pelos próprios algozes que estavam a crucificar-Me? Podes salvar muitas almas com as tuas dores".
A partir desse momento, e mediante a sua plena aceitação, passou a sofrer a Paixão do Senhor com muita frequência. Transcreve-se a seguir alguns excertos do que lhe foi dado a ver. 
18 de Dezembro de 1981
Vejo o Senhor no Horto das Oliveiras. O Senhor está muito triste, de joelhos, todo nervoso; levanta-Se uma vez, outra vez, outra, até três vezes. Está a olhar para o céu, a implorar ao seu Pai Celestial. Há três discípulos ao lado d´Ele. Vê-se pela cara deles que também sofrem ao verem o Senhor tão nervoso e a sofrer tanto. O Senhor pôs-Se de joelhos com as mãos juntas e ora ao Céu. O sol começa a desaparecer. O Senhor continua a rezar e vê-se cair sangue da testa e do rosto. Tem uma túnica branca até aos pés. Vê-se que Lhe cai sangue até por baixo da túnica. 
Há vários soldados, agarram-n´O, ameaçando-n´O  com uma espada. O Senhor olha para eles com dor e, entre os soldados, está Judas. O Senhor volta a fixa-lo com um olhar de pena. Judas coloca-se  na frente de todos os soldados [...]. São Pedro está do lado de Jesus e com a espada corta a orelha de um soldado. O Senhor diz-lhe: "Que fizestes? Eu roguei a Deus, e é por eles. Mete a espada na tua bainha. Não sabes que quem com ferros mata, com ferros morre?". São Pedro diz-Lhe: "Rabi, então se Te ameaçaram e Te deram com uma espada...".
- Kefas, põe-te de joelhos; sê pedra. 
Há muitos soldados com Jesus. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze... [...] dezasseis, dezassete, dezoito, dezanove, vinte. Depois vêm atrás d´Ele muitos mais, com umas túnicas muito pouco comuns, com faixas muito brilhantes. As faixas servem para tornar as túnicas mais longas e são muito brilhantes. Também neste momento há quatro verdugos; estão a atar o Senhor a uma trave. Já estão a tirar-Lhe a roupa toda...
Descreve a cena da flagelação
É horrível! Ai! É horrível! No corpo, nas pernas, no peito, está todo ensanguentado. Está no chão, maltratado, ensanguentado. Põem-Lhe um ferro... em brasa sobre as suas partes. Dão-Lhe pontapés, estão a cuspir-Lhe na boca. Urinam em cima d´Ele. É horrível! Isto é horrível! Que dor tão grande que eu tenho! Ai que dor!
 
25 de Dezembro de 1981
Jesus segue por um caminho cheio de pedras, com a Cruz ao ombro. Ai, está todo cheio de sangue! Ai, ai, ai, Ai! Os verdugos voltam a agredi-l´O e empurram-n´O outra vez com a Cruz; o Senhor já não pode mais! Vai andando, mas tropeça e dão-Lhe chicotadas! Ai, como pesa! Ai, que não consegue levá-la! Tem o ombro direito todo ensanguentado. Puxaram-n´O pela roupa, rasgando-Lhe a túnica; caem-Lhe jorros de suor com sangue por todo o rosto. Como sofre o Senhor! Olha para todos, mas ninguém se compadece d´Ele. Faz um esgar de dor, mas ninguém tem compaixão do seu sofrimento. Ai, como O olham com raiva! Está muito fatigado. Cai, cai debaixo do madeiro; uns homens fortes levantam-n´O; com puxões rasgam-Lhe a roupa , vendo-se-Lhe as costas cheias de sangue e com falta de pedaços de carne. Dão-Lhe pontapés para que Se levante. Os vestidos estão colados às feridas! Agarram-n´O pelo pescoço, puxam-Lhe pelo cabelo, dão-Lhe com um chicote sobre o corpo e murros na cara com os punhos cerrados; voltam a dar-Lhe pontapés e a Cruz volta a cair em cima d´Ele. Começa outra vez a sangrar a jorros e cai com o rosto sobre a terra e as pedras. Ai, como sangra, como tem a cara cheia de pó e de lama. Nem parece Jesus! 
Entretanto, chega a Virgem Maria que O vê neste estado. A Virgem agarra-Se-Lhe ao peito; desfalece a Santíssima Virgem. É amparada entre duas mulheres; está a sofrer muito. Também a empurram  e cai sobre uma das mulheres. O Senhor olha para Ela e diz-Lhe: "Minha Mãe, não sofras". Que dor tão grande! Ai, que dor! Ai, a Virgem fixa-O com os olhos muito abertos, mas o Senhor não a pode ver, pois não consegue abrir os olhos por estarem cobertos de sangue. Como Ele tem o rosto! Ai, Senhor! Que dor tão grande que eu sinto! O Senhor continua a caminhar com a Cruz, a Mãe segue atrás d´Ele. "Não pode mais" dizem os verdugos; "este homem vai morrer antes de chegar ao Calvário". Então chamam um homem que sai do meio de todos os que ali estão e dizem-lhe: "Quanto nos cobras por levar a Cruz, por ajudares o Nazareno a levar a Cruz?". Ai, Senhor! Chama-se Simão e pegou na Cruz do Senhor que, entretanto, voltou a cair. Cospem-Lhe outra vez, dão-Lhe murros. O Senhor olha uma vez mais para a sua Mãe, que continua a chorar agarrada às duas mulheres. Ai, tem o ombro destroçado! Olha para todos, mas todos se riem d´Ele. Meu Deus, que suplício tão grande estão a dar-Lhe! Dizem-Lhe: "Olha, que Rei que nem sequer pode com um madeiro". Ai, ai, que eu não posso ver mais isto! Não posso vê-l´O mais! Não posso Senhor. 
8 de Janeiro de 1982
Vejo o Senhor que já não leva a Cruz. Está no meio de muita gente, há muitíssima gente, vai tropeçando, vão-n´O empurrando. Vejo uma mulher que sai do meio da multidão, pega num pano, dá-o ao Senhor, que tem o rosto todo ensanguentado. O Senhor limpa todo o seu rosto com esse pano. Enxugou o rosto e devolve-o a essa senhora; ela pega no pano e guarda-o. 
Lançam-Lhe todos muitos gritos: "Olha, um rei cobarde! Pede ao teu Pai que Te salve". Insultam-n´O e dizem-Lhe palavras muito feias. Há muitas mulheres que levam as crianças para onde o Senhor vai passar. O Senhor põe as mãos sobre a cabeça das crianças. Aperta algumas contra Si, assim... contra um lado. As pessoas põem-se no meio do caminho, impedindo a passagem do Senhor. Então, os verdugos empurram as pessoas e começam outra vez a dar encontrões ao Senhor. O Senhor passa o seu olhar por todos e, com a mão, faz-lhes o sinal da cruz. Então, um bate-Lhe na mão com um pau.
Empurram outra vez o Senhor, puxam-n´O e  voltam a dar-Lhe pontapés, uns por um lado e outros por outro. Ouço-os dizer umas palavras que não entendo. Senhor, faz com que eu entenda. Ai, não entendo o que estão a dizer!
O Senhor está agora sentado numa grande rocha, uma pedra. Olha para cima, para o céu, e implora a seu Pai dizendo:"Meu Pai, Meu Pai!" Olha depois para toda a gente que está ali, olha para todos com um olhar de pena. Volta a olhar para o céu e diz: "Ajuda-Me!". 
Começam então a rir-se d´Ele e dizem-Lhe: "Olhem para Ele, o dos milagres, a pedir ajuda. Faz um milagre e deixar-Te-emos ir em liberdade"
Seguem quatro soldados; os mesmos verdugos que O foram chicoteando. Puxam-Lhe a roupa, açoitam-n´O ... a carne é arrancada. Faltam-Lhe pedaços nas costas. 
Agora tiram-Lhe a coroa de espinhos com um esticão. Voltam a pôr-Lhe outra vez uma roupa branca, põem-Lhe a coroa e empurram-na para baixo com força. Começa novamente a correr-Lhe sangue por toda a cara. Ai, Meu Deus. Ai! Tem mais uma vez a roupa ensopada em sangue. Empurraram-n´O outra vez, outra vez. O Senhor está cansado e não pode mais. Vai pela encosta acima, tropeçando nas pedras. Chegam acima, ao monte. Ali tem a Cruz estendida no chão. Não é uma cruz como a que nós vemos, tem os paus para cima, dois paus. Mandam ao Senhor que Se estenda sobre a Cruz. O Senhor olha para o céu, caem-Lhe lágrimas dos olhos com sangue. Atam-n´O com umas cordas à madeira. Agora cravam-Lhe a mão direita. Começam a esticar o braço esquerdo, mas o pau é mais cumprido que o braço e não chega  onde está o furo. Um dos verdugos põe-se em cima do Senhor, aperta-O, aperta-O e puxa o braço com força. O Senhor contorce-Se de dores; o do lado esquerdo começa outra vez a puxar o braço. Ai, Meu Deus! Quando estão a pregá-l´o ouvem-se as marteladas e brota sangue das mãos. Ai, o Senhor contorce-Se de dores. O Senhor dobra as pernas; contorce-Se para um lado e para o outro. Esticam-Lhe as pernas outra vez com cordas, atam-Lhe a cintura e apertam-na. Atam os pés à madeira com uma corda. 
Começo de novo a sentir as marteladas nos pés. O Senhor olha para cima, para o céu. Tem o rosto todo ensanguentado. O Senhor está a falar, olha para o céu e pede ao Pai que O socorra.
Ai, meu Deus, isto é horrível, isto é horrível! Ai, Senhor!
5 de Fevereiro de 1982
Jesus está na Cruz a contorcer-Se. Há muitos soldados montados a cavalo. Um deles tem um papel, estende-o e toca uma trombeta para que se calem e escutem. As pessoas calam-se e o home lê-o. O papel diz: "Jesus Nazareno, Rei dos Judeus". E ele diz; "Este letreiro vai ser posto sobre a Cruz do Nazareno".
Começam todos a gritar. Que gritos! Estão a dizer: "Nós não temos outro rei senão o imperador de Roma". "Não ponhas esse letreiro". Todos gritam; estão a gritar. Quanto grita esta gente! E dizem: "Pilatos, nós não queremos esse Rei. Esse não é rei do judeus. Escreve antes: "Este homem blasfemou dizendo que é Rei dos judeus." Escreve nesse letreiro que Ele disse que é Rei dos judeus". Pilatos diz-lhes muito aborrecido: "O escrito, escrito está". 
Há muitos soldados com espadas. Há dois homens com Jesus. Vão crucificá-los com Ele. Estão amarrados. As pessoas olham para Jesus. Zombam d´Ele, zombam d´Ele, deitam a língua de fora, cospem-Lhe, riem-se d´Ele. O Senhor olha-os. Já não pode abrir os olhos. Inclina a cabeça para baixo, está a morrer. Meu Deus, está a morrer! Que dores horríveis eu sinto! Ai, que dores em todo o corpo! 
O Senhor levanta a cabeça outra vez. Uns que têm umas túnicas brancas e verdes até aos joelhos estão a insultá-l´O. Riem-se. Estão a rir-se: "Olha o milagreiro, o que cura os doentes, o que destrói o Templo e o constrói em três dias. Desce da Cruz, salva-Te. Farsante." Estão a chamar-Lhe hipócrita. Olham para Ele novamente e riem-se mais uma vez. Estão a dizer-Lhe: "Olhai, é o vosso Salvador, mas não se salva a Ele mesmo. Com que então, um rei de Israel! Salva-Te, salva-Te a Ti mesmo e acreditaremos em Ti. E se não conseguires, que Te salve o teu Pai, que é tão poderoso e que tanto Te ama! Hipócrita farsante!". Os dois que foram crucificados com Ele também estão a insultá-l´O e a dizer-Lhe: "Porque não Te salvas a Ti e a nós também?" Não dizem que és o Cristo? Então salva-Te. Não nos salvas porque és um malfeitor". 
O Senhor olha para o céu e diz: "Meu Pai, meu Pai, não os condenes, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão a fazer". Um dos dois que estavão crucificados diz ao Senhor: "Tu és o verdadeiro Filho de Deus, Jesus Nazareno. Lembra-Te de mim quando estiveres diante do teu Pai. Peço-te perdão de todos os meus pecados". 
O Senhor diz-lhe, olha-o com um rosto muito triste, não pode abrir os olhos. Não entende o que lhe diz, está a olhar para ele. Olha-o outra vez e diz-lhe: "Os teus pecados são-te perdoados, hoje virás comigo ao Paraíso". 
Ai, meu Deus, como o Senhor está! Ai, como está, ai! Ai, como sofre, meu Deus! Como Se contorce! Ai, como Ele tem um rosto tão arroxeado! Ai, meu Deus!
12 de Fevereiro de 1982
Jesus está a contorcer-Se na Cruz. Como está! Está todo ensanguentado, pois tiraram-Lhe a roupa aos esticões. Estão a reparti-la. Há quatro homens. Os quatro querem a túnica, estão a debater-se por ela. 
Um pega numa moeda e diz-lhes: "A ver se adivinhais que face sai". Um adivinhou, o mais gordo. Tocou-lhe a túnica e ficou com ela. Os outros também a querem, mas um, rindo-se, diz-lhe: "Fica com ela, veste-te de rei". Ele veste-a e os outros riem-se. "Olha - diz um - parece-se com o Nazareno Também fazes milagres?". E riem-se os quatro. Ai, como Jesus está! Meu Deus está a morrer, ai, ai, meu Deus, que dores tão grandes eu sinto! Ai, que dores, minha Mãe! Que negro está o corpo do Senhor! Que dores tão horríveis que eu sinto! Ai, ai, ai, que dor! Ai, que dor! Ai, como queima o sol, que dor tão horrível!... As nuvens estão a tapar o sol! Parece que vai chover. Que escuro está a ficar, que trovões! Não se vê nada, há muita névoa! As pessoas correm; como elas correm! Há muitos trovões; o Senhor está a ficar só, ninguém Lhe faz caso. Oh, meu Deus! O Senhor diz: "Todos Me abandonaram". A Santíssima Virgem agarra-Se à Cruz e chora amargamente. Ai, que dor! Está a chorar!
O Senhor olha para Ela. Há mais duas mulheres. Abraçam-se à Cruz. Há também um homem com o cabelo muito comprido. Não sei quem é. Agarra a Santíssima Virgem pelos ombros e abraça-a. Dizem que é João! O Senhor diz à Santíssima Virgem: "Mulher, eis aí os teus filhos". E diz logo a seguir: "Filhos, aí está a vossa Mãe, cuidai d´Ela".
O Senhor está a morrer. Agora está mesmo a morrer. Que dor! Sinto muita sede. Ele também tem muita sede. Por isso diz: "Tenho sede". Com o pau do chicote molham um trapo num vaso que tem um líquido que parece vinho. Molham-no e põem-no na boca. Ai, como está mal! Como está mal! Mas, por que Lhe dão isto? Como são maus! Por que Lhe dão isso? O gordo, que mau que ele é! Nem Lhe dá sequer um pouquinho de água! ... Ai, meu Deus, que pena! O Senhor abre a boca, está muito cansado, está a morrer! Ai que cansado! O Senhor diz: "Tudo está consumado. Meu Pai, meu Pai, porque Me abandonastes? Nas tuas mãos entrego o meu espírito."
Jesus a Luz Amparo:
Sim, minha filha, todos Me abandonaram, todos, até os meus discípulos Me deixaram só nesse momento. Eu gritava, mas, apesar dos meus gritos, ninguém Me ouvia nesses momentos tão terríveis. Riam-se de Mim, zombavam, chamavam-Me farsante, não tinham compaixão de Mim. Os meus ossos estavam desconjuntados, o meu coração derretia-se no meu peito por causa do fogo do sol, a minha garganta estava seca, a língua prendia-se, a morte chegava. Mas ninguém sentia compaixão. Perfuraram-Me os pés e as mãos. Olhavam-Me zombando, riam-se da minha dor. Até onde chegou a ingratidão dos homens! Não tiveram compaixão, foram cruéis. Viram-Me em agonia e continuaram a zombar [...] Não esqueças que a dor é o dom da salvação. Ajuda-Me, minha filha, dá-Me provas de amor com a tua dor, com o teu sofrimento, com a tua humildade [...] Lembra-te sempre: que vale ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?
5  de Fevereiro de 1994
Jesus:
Minha filha, olha a minha imagem, vê o que a crueldade dos homens faz a Jesus.
Luz Amparo:
Vejo Jesus suspenso no ar com os braços em forma de Y. Das suas Cinco Chagas saem grandes raios de luz... Ai, Ai que potência!
Nossa Senhora:
Esses cinco raios caem sobre os homens de boa vontade; são graças que o Senhor derrama neste lugar. 
Luz Amparo:
Ai, Senhor, que exército de anjos! Ai, ai, a tua Mãe! Ai, que beleza, minha Mãe!
Jesus: 
Minha filha, olha: nem o tormento da Cruz, nem os espinhos na minha fronte, nem o ferimento do meu peito, nem os cravos nas minhas mãos, nem o caminho do Calvário Me doeu tanto como o escárnio e a troça que os homens faziam e continuam a fazer da minha divina Paixão. Os homens escarnecem da minha Paixão. A dor mais imensa que senti na minha alma foi provocada pelos homens de má vontade que iriam troçar do Divino Sangue do Cordeiro Divino. Nem a negação dos sacerdotes, nem o desprezo dos ímpios, nem a dissimulação de Pilatos e de Caifás, nem a negação de Pedro, nem a traição de Judas fariam uma marca tão profunda e tanta dor no mais íntimo do meu ser, como não o fez a perversão nem a corrupção que vi antes e depois, mas tão só o escárnio feito à Divina Majestade de Deus. Essa é a dor que sentiu a minha alma, a irreverência para com a Divina Majestade de Deus da parte dos homens e o Sangue espezinhado do Verbo humanado; e nem por esse Sangue os homens quereriam salvar-se.  Que crueldade a dos homens! Foi essa a maior dor que sentiu a alma do Filho de Deus que Se tornou homem para redimir o homem, e o homem escarnecia e troçava da Redenção. Nem sequer o meu Pai teve compaixão de Mim, para que se cumprisse a obra da Redenção. A Divina Majestade de Deus fechou os Céus e não teve compaixão do seu próprio Filho. Deus quis que o Verbo Encarnado descesse à terra e fosse gerado no seio de uma donzela humilde e virgem, para o bem da Humanidade. Nem perante tudo isso, minha filha, os homens tiveram compaixão do Filho de Deus, só a humildade de Maria e a virgindade de Maria fizeram que Deus enviasse o seu Filho e fosse gerado no seu seio por obra e graça do Espírito Santo. Deus já tinha na sua mente o pensamento de Maria para Mãe do Redentor. Porque é que os homens ingratos e cruéis querem fazer desaparecer o nome da minha santa e pura Mãe? Quero que a minha Mãe seja venerada e quero que a imagem de minha Mãe saia em procissão e que todos os homens cantem hinos de louvor a Maria. Ela foi Corredentora do género humano, e como os seres humanos são ingratos para com Ela! Quero que seja venerada em todos os lugares, que seja levada a todos os povos crentes e não crentes - maometanos, budistas, jovens, crianças, adultos - e que venerem a imagem de minha Mãe. Quero que todos vejam o seu rosto doloroso e as lágrimas que derrama  por toda a Humanidade; quero que a minha Mãe seja honrada como Lhe é devido. Quantas vezes já te disse que nos tempos do meu nascimento e da minha vida oculta a minha Mãe escondeu-Se pela sua humildade; agora é o tempo de Maria e quero que em todas as igrejas e em todos os lares haja um trono do Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria. 
 
SEGUNDO UMA REVELAÇÃO PARTICULAR
Em Novembro de  1980, uma mãe de família, Amparo Cuevas, com 49 anos, a viver em S. Lourenço do Escorial (Madrid), começou a sentir dores terríveis no seu corpo, ao mesmo tempo que via Jesus na Cruz.  Face a este quadro ela exclamou: "Mas o que é isto?", ao que o Senhor respondeu: "É a Paixão de Cristo, tens de a suportar toda". "Mas eu não resisto" respondeu ela.  "Se tu não consegues resistir apenas uns segundos, quanto não sofria Eu, horas inteiras na Cruz, a morrer pelos próprios algozes que estavam a crucificar-Me? Podes salvar muitas almas com as tuas dores".
A partir desse momento, e mediante a sua plena aceitação, passou a sofrer a Paixão do Senhor com muita frequência. Transcreve-se a seguir alguns excertos do que lhe foi dado a ver. 
18 de Dezembro de 1981
Vejo o Senhor no Horto das Oliveiras. O Senhor está muito triste, de joelhos, todo nervoso; levanta-Se uma vez, outra vez, outra, até três vezes. Está a olhar para o céu, a implorar ao seu Pai Celestial. Há três discípulos ao lado d´Ele. Vê-se pela cara deles que também sofrem ao verem o Senhor tão nervoso e a sofrer tanto. O Senhor pôs-Se de joelhos com as mãos juntas e ora ao Céu. O sol começa a desaparecer. O Senhor continua a rezar e vê-se cair sangue da testa e do rosto. Tem uma túnica branca até aos pés. Vê-se que Lhe cai sangue até por baixo da túnica. 
Há vários soldados, agarram-n´O, ameaçando-n´O  com uma espada. O Senhor olha para eles com dor e, entre os soldados, está Judas. O Senhor volta a fixa-lo com um olhar de pena. Judas coloca-se  na frente de todos os soldados [...]. São Pedro está do lado de Jesus e com a espada corta a orelha de um soldado. O Senhor diz-lhe: "Que fizestes? Eu roguei a Deus, e é por eles. Mete a espada na tua bainha. Não sabes que quem com ferros mata, com ferros morre?". São Pedro diz-Lhe: "Rabi, então se Te ameaçaram e Te deram com uma espada...".
- Kefas, põe-te de joelhos; sê pedra. 
Há muitos soldados com Jesus. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze... [...] dezasseis, dezassete, dezoito, dezanove, vinte. Depois vêm atrás d´Ele muitos mais, com umas túnicas muito pouco comuns, com faixas muito brilhantes. As faixas servem para tornar as túnicas mais longas e são muito brilhantes. Também neste momento há quatro verdugos; estão a atar o Senhor a uma trave. Já estão a tirar-Lhe a roupa toda...
Descreve a cena da flagelação
É horrível! Ai! É horrível! No corpo, nas pernas, no peito, está todo ensanguentado. Está no chão, maltratado, ensanguentado. Põem-Lhe um ferro... em brasa sobre as suas partes. Dão-Lhe pontapés, estão a cuspir-Lhe na boca. Urinam em cima d´Ele. É horrível! Isto é horrível! Que dor tão grande que eu tenho! Ai que dor!
 
25 de Dezembro de 1981
Jesus segue por um caminho cheio de pedras, com a Cruz ao ombro. Ai, está todo cheio de sangue! Ai, ai, ai, Ai! Os verdugos voltam a agredi-l´O e empurram-n´O outra vez com a Cruz; o Senhor já não pode mais! Vai andando, mas tropeça e dão-Lhe chicotadas! Ai, como pesa! Ai, que não consegue levá-la! Tem o ombro direito todo ensanguentado. Puxaram-n´O pela roupa, rasgando-Lhe a túnica; caem-Lhe jorros de suor com sangue por todo o rosto. Como sofre o Senhor! Olha para todos, mas ninguém se compadece d´Ele. Faz um esgar de dor, mas ninguém tem compaixão do seu sofrimento. Ai, como O olham com raiva! Está muito fatigado. Cai, cai debaixo do madeiro; uns homens fortes levantam-n´O; com puxões rasgam-Lhe a roupa , vendo-se-Lhe as costas cheias de sangue e com falta de pedaços de carne. Dão-Lhe pontapés para que Se levante. Os vestidos estão colados às feridas! Agarram-n´O pelo pescoço, puxam-Lhe pelo cabelo, dão-Lhe com um chicote sobre o corpo e murros na cara com os punhos cerrados; voltam a dar-Lhe pontapés e a Cruz volta a cair em cima d´Ele. Começa outra vez a sangrar a jorros e cai com o rosto sobre a terra e as pedras. Ai, como sangra, como tem a cara cheia de pó e de lama. Nem parece Jesus! 
Entretanto, chega a Virgem Maria que O vê neste estado. A Virgem agarra-Se-Lhe ao peito; desfalece a Santíssima Virgem. É amparada entre duas mulheres; está a sofrer muito. Também a empurram  e cai sobre uma das mulheres. O Senhor olha para Ela e diz-Lhe: "Minha Mãe, não sofras". Que dor tão grande! Ai, que dor! Ai, a Virgem fixa-O com os olhos muito abertos, mas o Senhor não a pode ver, pois não consegue abrir os olhos por estarem cobertos de sangue. Como Ele tem o rosto! Ai, Senhor! Que dor tão grande que eu sinto! O Senhor continua a caminhar com a Cruz, a Mãe segue atrás d´Ele. "Não pode mais" dizem os verdugos; "este homem vai morrer antes de chegar ao Calvário". Então chamam um homem que sai do meio de todos os que ali estão e dizem-lhe: "Quanto nos cobras por levar a Cruz, por ajudares o Nazareno a levar a Cruz?". Ai, Senhor! Chama-se Simão e pegou na Cruz do Senhor que, entretanto, voltou a cair. Cospem-Lhe outra vez, dão-Lhe murros. O Senhor olha uma vez mais para a sua Mãe, que continua a chorar agarrada às duas mulheres. Ai, tem o ombro destroçado! Olha para todos, mas todos se riem d´Ele. Meu Deus, que suplício tão grande estão a dar-Lhe! Dizem-Lhe: "Olha, que Rei que nem sequer pode com um madeiro". Ai, ai, que eu não posso ver mais isto! Não posso vê-l´O mais! Não posso Senhor. 
8 de Janeiro de 1982
Vejo o Senhor que já não leva a Cruz. Está no meio de muita gente, há muitíssima gente, vai tropeçando, vão-n´O empurrando. Vejo uma mulher que sai do meio da multidão, pega num pano, dá-o ao Senhor, que tem o rosto todo ensanguentado. O Senhor limpa todo o seu rosto com esse pano. Enxugou o rosto e devolve-o a essa senhora; ela pega no pano e guarda-o. 
Lançam-Lhe todos muitos gritos: "Olha, um rei cobarde! Pede ao teu Pai que Te salve". Insultam-n´O e dizem-Lhe palavras muito feias. Há muitas mulheres que levam as crianças para onde o Senhor vai passar. O Senhor põe as mãos sobre a cabeça das crianças. Aperta algumas contra Si, assim... contra um lado. As pessoas põem-se no meio do caminho, impedindo a passagem do Senhor. Então, os verdugos empurram as pessoas e começam outra vez a dar encontrões ao Senhor. O Senhor passa o seu olhar por todos e, com a mão, faz-lhes o sinal da cruz. Então, um bate-Lhe na mão com um pau.
Empurram outra vez o Senhor, puxam-n´O e  voltam a dar-Lhe pontapés, uns por um lado e outros por outro. Ouço-os dizer umas palavras que não entendo. Senhor, faz com que eu entenda. Ai, não entendo o que estão a dizer!
O Senhor está agora sentado numa grande rocha, uma pedra. Olha para cima, para o céu, e implora a seu Pai dizendo:"Meu Pai, Meu Pai!" Olha depois para toda a gente que está ali, olha para todos com um olhar de pena. Volta a olhar para o céu e diz: "Ajuda-Me!". 
Começam então a rir-se d´Ele e dizem-Lhe: "Olhem para Ele, o dos milagres, a pedir ajuda. Faz um milagre e deixar-Te-emos ir em liberdade"
Seguem quatro soldados; os mesmos verdugos que O foram chicoteando. Puxam-Lhe a roupa, açoitam-n´O ... a carne é arrancada. Faltam-Lhe pedaços nas costas. 
Agora tiram-Lhe a coroa de espinhos com um esticão. Voltam a pôr-Lhe outra vez uma roupa branca, põem-Lhe a coroa e empurram-na para baixo com força. Começa novamente a correr-Lhe sangue por toda a cara. Ai, Meu Deus. Ai! Tem mais uma vez a roupa ensopada em sangue. Empurraram-n´O outra vez, outra vez. O Senhor está cansado e não pode mais. Vai pela encosta acima, tropeçando nas pedras. Chegam acima, ao monte. Ali tem a Cruz estendida no chão. Não é uma cruz como a que nós vemos, tem os paus para cima, dois paus. Mandam ao Senhor que Se estenda sobre a Cruz. O Senhor olha para o céu, caem-Lhe lágrimas dos olhos com sangue. Atam-n´O com umas cordas à madeira. Agora cravam-Lhe a mão direita. Começam a esticar o braço esquerdo, mas o pau é mais cumprido que o braço e não chega  onde está o furo. Um dos verdugos põe-se em cima do Senhor, aperta-O, aperta-O e puxa o braço com força. O Senhor contorce-Se de dores; o do lado esquerdo começa outra vez a puxar o braço. Ai, Meu Deus! Quando estão a pregá-l´o ouvem-se as marteladas e brota sangue das mãos. Ai, o Senhor contorce-Se de dores. O Senhor dobra as pernas; contorce-Se para um lado e para o outro. Esticam-Lhe as pernas outra vez com cordas, atam-Lhe a cintura e apertam-na. Atam os pés à madeira com uma corda. 
Começo de novo a sentir as marteladas nos pés. O Senhor olha para cima, para o céu. Tem o rosto todo ensanguentado. O Senhor está a falar, olha para o céu e pede ao Pai que O socorra.
Ai, meu Deus, isto é horrível, isto é horrível! Ai, Senhor!
5 de Fevereiro de 1982
Jesus está na Cruz a contorcer-Se. Há muitos soldados montados a cavalo. Um deles tem um papel, estende-o e toca uma trombeta para que se calem e escutem. As pessoas calam-se e o home lê-o. O papel diz: "Jesus Nazareno, Rei dos Judeus". E ele diz; "Este letreiro vai ser posto sobre a Cruz do Nazareno".
Começam todos a gritar. Que gritos! Estão a dizer: "Nós não temos outro rei senão o imperador de Roma". "Não ponhas esse letreiro". Todos gritam; estão a gritar. Quanto grita esta gente! E dizem: "Pilatos, nós não queremos esse Rei. Esse não é rei do judeus. Escreve antes: "Este homem blasfemou dizendo que é Rei dos judeus." Escreve nesse letreiro que Ele disse que é Rei dos judeus". Pilatos diz-lhes muito aborrecido: "O escrito, escrito está". 
Há muitos soldados com espadas. Há dois homens com Jesus. Vão crucificá-los com Ele. Estão amarrados. As pessoas olham para Jesus. Zombam d´Ele, zombam d´Ele, deitam a língua de fora, cospem-Lhe, riem-se d´Ele. O Senhor olha-os. Já não pode abrir os olhos. Inclina a cabeça para baixo, está a morrer. Meu Deus, está a morrer! Que dores horríveis eu sinto! Ai, que dores em todo o corpo! 
O Senhor levanta a cabeça outra vez. Uns que têm umas túnicas brancas e verdes até aos joelhos estão a insultá-l´O. Riem-se. Estão a rir-se: "Olha o milagreiro, o que cura os doentes, o que destrói o Templo e o constrói em três dias. Desce da Cruz, salva-Te. Farsante." Estão a chamar-Lhe hipócrita. Olham para Ele novamente e riem-se mais uma vez. Estão a dizer-Lhe: "Olhai, é o vosso Salvador, mas não se salva a Ele mesmo. Com que então, um rei de Israel! Salva-Te, salva-Te a Ti mesmo e acreditaremos em Ti. E se não conseguires, que Te salve o teu Pai, que é tão poderoso e que tanto Te ama! Hipócrita farsante!". Os dois que foram crucificados com Ele também estão a insultá-l´O e a dizer-Lhe: "Porque não Te salvas a Ti e a nós também?" Não dizem que és o Cristo? Então salva-Te. Não nos salvas porque és um malfeitor". 
O Senhor olha para o céu e diz: "Meu Pai, meu Pai, não os condenes, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão a fazer". Um dos dois que estavão crucificados diz ao Senhor: "Tu és o verdadeiro Filho de Deus, Jesus Nazareno. Lembra-Te de mim quando estiveres diante do teu Pai. Peço-te perdão de todos os meus pecados". 
O Senhor diz-lhe, olha-o com um rosto muito triste, não pode abrir os olhos. Não entende o que lhe diz, está a olhar para ele. Olha-o outra vez e diz-lhe: "Os teus pecados são-te perdoados, hoje virás comigo ao Paraíso". 
Ai, meu Deus, como o Senhor está! Ai, como está, ai! Ai, como sofre, meu Deus! Como Se contorce! Ai, como Ele tem um rosto tão arroxeado! Ai, meu Deus!
12 de Fevereiro de 1982
Jesus está a contorcer-Se na Cruz. Como está! Está todo ensanguentado, pois tiraram-Lhe a roupa aos esticões. Estão a reparti-la. Há quatro homens. Os quatro querem a túnica, estão a debater-se por ela. 
Um pega numa moeda e diz-lhes: "A ver se adivinhais que face sai". Um adivinhou, o mais gordo. Tocou-lhe a túnica e ficou com ela. Os outros também a querem, mas um, rindo-se, diz-lhe: "Fica com ela, veste-te de rei". Ele veste-a e os outros riem-se. "Olha - diz um - parece-se com o Nazareno Também fazes milagres?". E riem-se os quatro. Ai, como Jesus está! Meu Deus está a morrer, ai, ai, meu Deus, que dores tão grandes eu sinto! Ai, que dores, minha Mãe! Que negro está o corpo do Senhor! Que dores tão horríveis que eu sinto! Ai, ai, ai, que dor! Ai, que dor! Ai, como queima o sol, que dor tão horrível!... As nuvens estão a tapar o sol! Parece que vai chover. Que escuro está a ficar, que trovões! Não se vê nada, há muita névoa! As pessoas correm; como elas correm! Há muitos trovões; o Senhor está a ficar só, ninguém Lhe faz caso. Oh, meu Deus! O Senhor diz: "Todos Me abandonaram". A Santíssima Virgem agarra-Se à Cruz e chora amargamente. Ai, que dor! Está a chorar!
O Senhor olha para Ela. Há mais duas mulheres. Abraçam-se à Cruz. Há também um homem com o cabelo muito comprido. Não sei quem é. Agarra a Santíssima Virgem pelos ombros e abraça-a. Dizem que é João! O Senhor diz à Santíssima Virgem: "Mulher, eis aí os teus filhos". E diz logo a seguir: "Filhos, aí está a vossa Mãe, cuidai d´Ela".
O Senhor está a morrer. Agora está mesmo a morrer. Que dor! Sinto muita sede. Ele também tem muita sede. Por isso diz: "Tenho sede". Com o pau do chicote molham um trapo num vaso que tem um líquido que parece vinho. Molham-no e põem-no na boca. Ai, como está mal! Como está mal! Mas, por que Lhe dão isto? Como são maus! Por que Lhe dão isso? O gordo, que mau que ele é! Nem Lhe dá sequer um pouquinho de água! ... Ai, meu Deus, que pena! O Senhor abre a boca, está muito cansado, está a morrer! Ai que cansado! O Senhor diz: "Tudo está consumado. Meu Pai, meu Pai, porque Me abandonastes? Nas tuas mãos entrego o meu espírito."
Jesus a Luz Amparo:
Sim, minha filha, todos Me abandonaram, todos, até os meus discípulos Me deixaram só nesse momento. Eu gritava, mas, apesar dos meus gritos, ninguém Me ouvia nesses momentos tão terríveis. Riam-se de Mim, zombavam, chamavam-Me farsante, não tinham compaixão de Mim. Os meus ossos estavam desconjuntados, o meu coração derretia-se no meu peito por causa do fogo do sol, a minha garganta estava seca, a língua prendia-se, a morte chegava. Mas ninguém sentia compaixão. Perfuraram-Me os pés e as mãos. Olhavam-Me zombando, riam-se da minha dor. Até onde chegou a ingratidão dos homens! Não tiveram compaixão, foram cruéis. Viram-Me em agonia e continuaram a zombar [...] Não esqueças que a dor é o dom da salvação. Ajuda-Me, minha filha, dá-Me provas de amor com a tua dor, com o teu sofrimento, com a tua humildade [...] Lembra-te sempre: que vale ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?
5  de Fevereiro de 1994
Jesus:
Minha filha, olha a minha imagem, vê o que a crueldade dos homens faz a Jesus.
Luz Amparo:
Vejo Jesus suspenso no ar com os braços em forma de Y. Das suas Cinco Chagas saem grandes raios de luz... Ai, Ai que potência!
Nossa Senhora:
Esses cinco raios caem sobre os homens de boa vontade; são graças que o Senhor derrama neste lugar. 
Luz Amparo:
Ai, Senhor, que exército de anjos! Ai, ai, a tua Mãe! Ai, que beleza, minha Mãe!
Jesus: 
Minha filha, olha: nem o tormento da Cruz, nem os espinhos na minha fronte, nem o ferimento do meu peito, nem os cravos nas minhas mãos, nem o caminho do Calvário Me doeu tanto como o escárnio e a troça que os homens faziam e continuam a fazer da minha divina Paixão. Os homens escarnecem da minha Paixão. A dor mais imensa que senti na minha alma foi provocada pelos homens de má vontade que iriam troçar do Divino Sangue do Cordeiro Divino. Nem a negação dos sacerdotes, nem o desprezo dos ímpios, nem a dissimulação de Pilatos e de Caifás, nem a negação de Pedro, nem a traição de Judas fariam uma marca tão profunda e tanta dor no mais íntimo do meu ser, como não o fez a perversão nem a corrupção que vi antes e depois, mas tão só o escárnio feito à Divina Majestade de Deus. Essa é a dor que sentiu a minha alma, a irreverência para com a Divina Majestade de Deus da parte dos homens e o Sangue espezinhado do Verbo humanado; e nem por esse Sangue os homens quereriam salvar-se.  Que crueldade a dos homens! Foi essa a maior dor que sentiu a alma do Filho de Deus que Se tornou homem para redimir o homem, e o homem escarnecia e troçava da Redenção. Nem sequer o meu Pai teve compaixão de Mim, para que se cumprisse a obra da Redenção. A Divina Majestade de Deus fechou os Céus e não teve compaixão do seu próprio Filho. Deus quis que o Verbo Encarnado descesse à terra e fosse gerado no seio de uma donzela humilde e virgem, para o bem da Humanidade. Nem perante tudo isso, minha filha, os homens tiveram compaixão do Filho de Deus, só a humildade de Maria e a virgindade de Maria fizeram que Deus enviasse o seu Filho e fosse gerado no seu seio por obra e graça do Espírito Santo. Deus já tinha na sua mente o pensamento de Maria para Mãe do Redentor. Porque é que os homens ingratos e cruéis querem fazer desaparecer o nome da minha santa e pura Mãe? Quero que a minha Mãe seja venerada e quero que a imagem de minha Mãe saia em procissão e que todos os homens cantem hinos de louvor a Maria. Ela foi Corredentora do género humano, e como os seres humanos são ingratos para com Ela! Quero que seja venerada em todos os lugares, que seja levada a todos os povos crentes e não crentes - maometanos, budistas, jovens, crianças, adultos - e que venerem a imagem de minha Mãe. Quero que todos vejam o seu rosto doloroso e as lágrimas que derrama  por toda a Humanidade; quero que a minha Mãe seja honrada como Lhe é devido. Quantas vezes já te disse que nos tempos do meu nascimento e da minha vida oculta a minha Mãe escondeu-Se pela sua humildade; agora é o tempo de Maria e quero que em todas as igrejas e em todos os lares haja um trono do Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria. 
 
 

 

Em Novembro de  1980, uma mãe de família, Amparo Cuevas, com 49 anos, a viver em S. Lourenço do Escorial (Madrid), começou a sentir dores terríveis no seu corpo, ao mesmo tempo que via Jesus na Cruz.  Face a este quadro ela exclamou: "Mas o que é isto?", ao que o Senhor respondeu: "É a Paixão de Cristo, tens de a suportar toda". "Mas eu não resisto" respondeu ela.  "Se tu não consegues resistir apenas uns segundos, quanto não sofria Eu, horas inteiras na Cruz, a morrer pelos próprios algozes que estavam a crucificar-Me? Podes salvar muitas almas com as tuas dores".

A partir desse momento, e mediante a sua plena aceitação, passou a sofrer a Paixão do Senhor com muita frequência. Transcreve-se a seguir alguns excertos do que lhe foi dado a ver. 

18 de Dezembro de 1981

Vejo o Senhor no Horto das Oliveiras. O Senhor está muito triste, de joelhos, todo nervoso; levanta-Se uma vez, outra vez, outra, até três vezes. Está a olhar para o céu, a implorar ao seu Pai Celestial. Há três discípulos ao lado d´Ele. Vê-se pela cara deles que também sofrem ao verem o Senhor tão nervoso e a sofrer tanto. O Senhor pôs-Se de joelhos com as mãos juntas e ora ao Céu. O sol começa a desaparecer. O Senhor continua a rezar e vê-se cair sangue da testa e do rosto. Tem uma túnica branca até aos pés. Vê-se que Lhe cai sangue até por baixo da túnica. 

Há vários soldados, agarram-n´O, ameaçando-n´O  com uma espada. O Senhor olha para eles com dor e, entre os soldados, está Judas. O Senhor volta a fixa-lo com um olhar de pena. Judas coloca-se  na frente de todos os soldados [...]. São Pedro está do lado de Jesus e com a espada corta a orelha de um soldado. O Senhor diz-lhe: "Que fizestes? Eu roguei a Deus, e é por eles. Mete a espada na tua bainha. Não sabes que quem com ferros mata, com ferros morre?". São Pedro diz-Lhe: "Rabi, então se Te ameaçaram e Te deram com uma espada...".

- Kefas, põe-te de joelhos; sê pedra. 

Há muitos soldados com Jesus. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze... [...] dezasseis, dezassete, dezoito, dezanove, vinte. Depois vêm atrás d´Ele muitos mais, com umas túnicas muito pouco comuns, com faixas muito brilhantes. As faixas servem para tornar as túnicas mais longas e são muito brilhantes. Também neste momento há quatro verdugos; estão a atar o Senhor a uma trave. Já estão a tirar-Lhe a roupa toda...

Descreve a cena da flagelação

É horrível! Ai! É horrível! No corpo, nas pernas, no peito, está todo ensanguentado. Está no chão, maltratado, ensanguentado. Põem-Lhe um ferro... em brasa sobre as suas partes. Dão-Lhe pontapés, estão a cuspir-Lhe na boca. Urinam em cima d´Ele. É horrível! Isto é horrível! Que dor tão grande que eu tenho! Ai que dor!

 

25 de Dezembro de 1981

Jesus segue por um caminho cheio de pedras, com a Cruz ao ombro. Ai, está todo cheio de sangue! Ai, ai, ai, Ai! Os verdugos voltam a agredi-l´O e empurram-n´O outra vez com a Cruz; o Senhor já não pode mais! Vai andando, mas tropeça e dão-Lhe chicotadas! Ai, como pesa! Ai, que não consegue levá-la! Tem o ombro direito todo ensanguentado. Puxaram-n´O pela roupa, rasgando-Lhe a túnica; caem-Lhe jorros de suor com sangue por todo o rosto. Como sofre o Senhor! Olha para todos, mas ninguém se compadece d´Ele. Faz um esgar de dor, mas ninguém tem compaixão do seu sofrimento. Ai, como O olham com raiva! Está muito fatigado. Cai, cai debaixo do madeiro; uns homens fortes levantam-n´O; com puxões rasgam-Lhe a roupa , vendo-se-Lhe as costas cheias de sangue e com falta de pedaços de carne. Dão-Lhe pontapés para que Se levante. Os vestidos estão colados às feridas! Agarram-n´O pelo pescoço, puxam-Lhe pelo cabelo, dão-Lhe com um chicote sobre o corpo e murros na cara com os punhos cerrados; voltam a dar-Lhe pontapés e a Cruz volta a cair em cima d´Ele. Começa outra vez a sangrar a jorros e cai com o rosto sobre a terra e as pedras. Ai, como sangra, como tem a cara cheia de pó e de lama. Nem parece Jesus! 

Entretanto, chega a Virgem Maria que O vê neste estado. A Virgem agarra-Se-Lhe ao peito; desfalece a Santíssima Virgem. É amparada entre duas mulheres; está a sofrer muito. Também a empurram  e cai sobre uma das mulheres. O Senhor olha para Ela e diz-Lhe: "Minha Mãe, não sofras". Que dor tão grande! Ai, que dor! Ai, a Virgem fixa-O com os olhos muito abertos, mas o Senhor não a pode ver, pois não consegue abrir os olhos por estarem cobertos de sangue. Como Ele tem o rosto! Ai, Senhor! Que dor tão grande que eu sinto! O Senhor continua a caminhar com a Cruz, a Mãe segue atrás d´Ele. "Não pode mais" dizem os verdugos; "este homem vai morrer antes de chegar ao Calvário". Então chamam um homem que sai do meio de todos os que ali estão e dizem-lhe: "Quanto nos cobras por levar a Cruz, por ajudares o Nazareno a levar a Cruz?". Ai, Senhor! Chama-se Simão e pegou na Cruz do Senhor que, entretanto, voltou a cair. Cospem-Lhe outra vez, dão-Lhe murros. O Senhor olha uma vez mais para a sua Mãe, que continua a chorar agarrada às duas mulheres. Ai, tem o ombro destroçado! Olha para todos, mas todos se riem d´Ele. Meu Deus, que suplício tão grande estão a dar-Lhe! Dizem-Lhe: "Olha, que Rei que nem sequer pode com um madeiro". Ai, ai, que eu não posso ver mais isto! Não posso vê-l´O mais! Não posso Senhor. 

8 de Janeiro de 1982

Vejo o Senhor que já não leva a Cruz. Está no meio de muita gente, há muitíssima gente, vai tropeçando, vão-n´O empurrando. Vejo uma mulher que sai do meio da multidão, pega num pano, dá-o ao Senhor, que tem o rosto todo ensanguentado. O Senhor limpa todo o seu rosto com esse pano. Enxugou o rosto e devolve-o a essa senhora; ela pega no pano e guarda-o. 

Lançam-Lhe todos muitos gritos: "Olha, um rei cobarde! Pede ao teu Pai que Te salve". Insultam-n´O e dizem-Lhe palavras muito feias. Há muitas mulheres que levam as crianças para onde o Senhor vai passar. O Senhor põe as mãos sobre a cabeça das crianças. Aperta algumas contra Si, assim... contra um lado. As pessoas põem-se no meio do caminho, impedindo a passagem do Senhor. Então, os verdugos empurram as pessoas e começam outra vez a dar encontrões ao Senhor. O Senhor passa o seu olhar por todos e, com a mão, faz-lhes o sinal da cruz. Então, um bate-Lhe na mão com um pau.

Empurram outra vez o Senhor, puxam-n´O e  voltam a dar-Lhe pontapés, uns por um lado e outros por outro. Ouço-os dizer umas palavras que não entendo. Senhor, faz com que eu entenda. Ai, não entendo o que estão a dizer!

O Senhor está agora sentado numa grande rocha, uma pedra. Olha para cima, para o céu, e implora a seu Pai dizendo:"Meu Pai, Meu Pai!" Olha depois para toda a gente que está ali, olha para todos com um olhar de pena. Volta a olhar para o céu e diz: "Ajuda-Me!". 

Começam então a rir-se d´Ele e dizem-Lhe: "Olhem para Ele, o dos milagres, a pedir ajuda. Faz um milagre e deixar-Te-emos ir em liberdade"

Seguem quatro soldados; os mesmos verdugos que O foram chicoteando. Puxam-Lhe a roupa, açoitam-n´O ... a carne é arrancada. Faltam-Lhe pedaços nas costas. 

Agora tiram-Lhe a coroa de espinhos com um esticão. Voltam a pôr-Lhe outra vez uma roupa branca, põem-Lhe a coroa e empurram-na para baixo com força. Começa novamente a correr-Lhe sangue por toda a cara. Ai, Meu Deus. Ai! Tem mais uma vez a roupa ensopada em sangue. Empurraram-n´O outra vez, outra vez. O Senhor está cansado e não pode mais. Vai pela encosta acima, tropeçando nas pedras. Chegam acima, ao monte. Ali tem a Cruz estendida no chão. Não é uma cruz como a que nós vemos, tem os paus para cima, dois paus. Mandam ao Senhor que Se estenda sobre a Cruz. O Senhor olha para o céu, caem-Lhe lágrimas dos olhos com sangue. Atam-n´O com umas cordas à madeira. Agora cravam-Lhe a mão direita. Começam a esticar o braço esquerdo, mas o pau é mais cumprido que o braço e não chega  onde está o furo. Um dos verdugos põe-se em cima do Senhor, aperta-O, aperta-O e puxa o braço com força. O Senhor contorce-Se de dores; o do lado esquerdo começa outra vez a puxar o braço. Ai, Meu Deus! Quando estão a pregá-l´o ouvem-se as marteladas e brota sangue das mãos. Ai, o Senhor contorce-Se de dores. O Senhor dobra as pernas; contorce-Se para um lado e para o outro. Esticam-Lhe as pernas outra vez com cordas, atam-Lhe a cintura e apertam-na. Atam os pés à madeira com uma corda. 

Começo de novo a sentir as marteladas nos pés. O Senhor olha para cima, para o céu. Tem o rosto todo ensanguentado. O Senhor está a falar, olha para o céu e pede ao Pai que O socorra.

Ai, meu Deus, isto é horrível, isto é horrível! Ai, Senhor!

5 de Fevereiro de 1982

Jesus está na Cruz a contorcer-Se. Há muitos soldados montados a cavalo. Um deles tem um papel, estende-o e toca uma trombeta para que se calem e escutem. As pessoas calam-se e o home lê-o. O papel diz: "Jesus Nazareno, Rei dos Judeus". E ele diz; "Este letreiro vai ser posto sobre a Cruz do Nazareno".

Começam todos a gritar. Que gritos! Estão a dizer: "Nós não temos outro rei senão o imperador de Roma". "Não ponhas esse letreiro". Todos gritam; estão a gritar. Quanto grita esta gente! E dizem: "Pilatos, nós não queremos esse Rei. Esse não é rei do judeus. Escreve antes: "Este homem blasfemou dizendo que é Rei dos judeus." Escreve nesse letreiro que Ele disse que é Rei dos judeus". Pilatos diz-lhes muito aborrecido: "O escrito, escrito está". 

Há muitos soldados com espadas. Há dois homens com Jesus. Vão crucificá-los com Ele. Estão amarrados. As pessoas olham para Jesus. Zombam d´Ele, zombam d´Ele, deitam a língua de fora, cospem-Lhe, riem-se d´Ele. O Senhor olha-os. Já não pode abrir os olhos. Inclina a cabeça para baixo, está a morrer. Meu Deus, está a morrer! Que dores horríveis eu sinto! Ai, que dores em todo o corpo! 

O Senhor levanta a cabeça outra vez. Uns que têm umas túnicas brancas e verdes até aos joelhos estão a insultá-l´O. Riem-se. Estão a rir-se: "Olha o milagreiro, o que cura os doentes, o que destrói o Templo e o constrói em três dias. Desce da Cruz, salva-Te. Farsante." Estão a chamar-Lhe hipócrita. Olham para Ele novamente e riem-se mais uma vez. Estão a dizer-Lhe: "Olhai, é o vosso Salvador, mas não se salva a Ele mesmo. Com que então, um rei de Israel! Salva-Te, salva-Te a Ti mesmo e acreditaremos em Ti. E se não conseguires, que Te salve o teu Pai, que é tão poderoso e que tanto Te ama! Hipócrita farsante!". Os dois que foram crucificados com Ele também estão a insultá-l´O e a dizer-Lhe: "Porque não Te salvas a Ti e a nós também?" Não dizem que és o Cristo? Então salva-Te. Não nos salvas porque és um malfeitor". 

O Senhor olha para o céu e diz: "Meu Pai, meu Pai, não os condenes, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão a fazer". Um dos dois que estavão crucificados diz ao Senhor: "Tu és o verdadeiro Filho de Deus, Jesus Nazareno. Lembra-Te de mim quando estiveres diante do teu Pai. Peço-te perdão de todos os meus pecados". 

O Senhor diz-lhe, olha-o com um rosto muito triste, não pode abrir os olhos. Não entende o que lhe diz, está a olhar para ele. Olha-o outra vez e diz-lhe: "Os teus pecados são-te perdoados, hoje virás comigo ao Paraíso". 

Ai, meu Deus, como o Senhor está! Ai, como está, ai! Ai, como sofre, meu Deus! Como Se contorce! Ai, como Ele tem um rosto tão arroxeado! Ai, meu Deus!

12 de Fevereiro de 1982

Jesus está a contorcer-Se na Cruz. Como está! Está todo ensanguentado, pois tiraram-Lhe a roupa aos esticões. Estão a reparti-la. Há quatro homens. Os quatro querem a túnica, estão a debater-se por ela. 

Um pega numa moeda e diz-lhes: "A ver se adivinhais que face sai". Um adivinhou, o mais gordo. Tocou-lhe a túnica e ficou com ela. Os outros também a querem, mas um, rindo-se, diz-lhe: "Fica com ela, veste-te de rei". Ele veste-a e os outros riem-se. "Olha - diz um - parece-se com o Nazareno Também fazes milagres?". E riem-se os quatro. Ai, como Jesus está! Meu Deus está a morrer, ai, ai, meu Deus, que dores tão grandes eu sinto! Ai, que dores, minha Mãe! Que negro está o corpo do Senhor! Que dores tão horríveis que eu sinto! Ai, ai, ai, que dor! Ai, que dor! Ai, como queima o sol, que dor tão horrível!... As nuvens estão a tapar o sol! Parece que vai chover. Que escuro está a ficar, que trovões! Não se vê nada, há muita névoa! As pessoas correm; como elas correm! Há muitos trovões; o Senhor está a ficar só, ninguém Lhe faz caso. Oh, meu Deus! O Senhor diz: "Todos Me abandonaram". A Santíssima Virgem agarra-Se à Cruz e chora amargamente. Ai, que dor! Está a chorar!

O Senhor olha para Ela. Há mais duas mulheres. Abraçam-se à Cruz. Há também um homem com o cabelo muito comprido. Não sei quem é. Agarra a Santíssima Virgem pelos ombros e abraça-a. Dizem que é João! O Senhor diz à Santíssima Virgem: "Mulher, eis aí os teus filhos". E diz logo a seguir: "Filhos, aí está a vossa Mãe, cuidai d´Ela".

O Senhor está a morrer. Agora está mesmo a morrer. Que dor! Sinto muita sede. Ele também tem muita sede. Por isso diz: "Tenho sede". Com o pau do chicote molham um trapo num vaso que tem um líquido que parece vinho. Molham-no e põem-no na boca. Ai, como está mal! Como está mal! Mas, por que Lhe dão isto? Como são maus! Por que Lhe dão isso? O gordo, que mau que ele é! Nem Lhe dá sequer um pouquinho de água! ... Ai, meu Deus, que pena! O Senhor abre a boca, está muito cansado, está a morrer! Ai que cansado! O Senhor diz: "Tudo está consumado. Meu Pai, meu Pai, porque Me abandonastes? Nas tuas mãos entrego o meu espírito."

Jesus a Luz Amparo:

Sim, minha filha, todos Me abandonaram, todos, até os meus discípulos Me deixaram só nesse momento. Eu gritava, mas, apesar dos meus gritos, ninguém Me ouvia nesses momentos tão terríveis. Riam-se de Mim, zombavam, chamavam-Me farsante, não tinham compaixão de Mim. Os meus ossos estavam desconjuntados, o meu coração derretia-se no meu peito por causa do fogo do sol, a minha garganta estava seca, a língua prendia-se, a morte chegava. Mas ninguém sentia compaixão. Perfuraram-Me os pés e as mãos. Olhavam-Me zombando, riam-se da minha dor. Até onde chegou a ingratidão dos homens! Não tiveram compaixão, foram cruéis. Viram-Me em agonia e continuaram a zombar [...] Não esqueças que a dor é o dom da salvação. Ajuda-Me, minha filha, dá-Me provas de amor com a tua dor, com o teu sofrimento, com a tua humildade [...] Lembra-te sempre: que vale ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?

5  de Fevereiro de 1994

Jesus:

Minha filha, olha a minha imagem, vê o que a crueldade dos homens faz a Jesus.

Luz Amparo:

Vejo Jesus suspenso no ar com os braços em forma de Y. Das suas Cinco Chagas saem grandes raios de luz... Ai, Ai que potência!

Nossa Senhora:

Esses cinco raios caem sobre os homens de boa vontade; são graças que o Senhor derrama neste lugar. 

Luz Amparo:

Ai, Senhor, que exército de anjos! Ai, ai, a tua Mãe! Ai, que beleza, minha Mãe!

Jesus: 

Minha filha, olha: nem o tormento da Cruz, nem os espinhos na minha fronte, nem o ferimento do meu peito, nem os cravos nas minhas mãos, nem o caminho do Calvário Me doeu tanto como o escárnio e a troça que os homens faziam e continuam a fazer da minha divina Paixão. Os homens escarnecem da minha Paixão. A dor mais imensa que senti na minha alma foi provocada pelos homens de má vontade que iriam troçar do Divino Sangue do Cordeiro Divino. Nem a negação dos sacerdotes, nem o desprezo dos ímpios, nem a dissimulação de Pilatos e de Caifás, nem a negação de Pedro, nem a traição de Judas fariam uma marca tão profunda e tanta dor no mais íntimo do meu ser, como não o fez a perversão nem a corrupção que vi antes e depois, mas tão só o escárnio feito à Divina Majestade de Deus. Essa é a dor que sentiu a minha alma, a irreverência para com a Divina Majestade de Deus da parte dos homens e o Sangue espezinhado do Verbo humanado; e nem por esse Sangue os homens quereriam salvar-se.  Que crueldade a dos homens! Foi essa a maior dor que sentiu a alma do Filho de Deus que Se tornou homem para redimir o homem, e o homem escarnecia e troçava da Redenção. Nem sequer o meu Pai teve compaixão de Mim, para que se cumprisse a obra da Redenção. A Divina Majestade de Deus fechou os Céus e não teve compaixão do seu próprio Filho. Deus quis que o Verbo Encarnado descesse à terra e fosse gerado no seio de uma donzela humilde e virgem, para o bem da Humanidade. Nem perante tudo isso, minha filha, os homens tiveram compaixão do Filho de Deus, só a humildade de Maria e a virgindade de Maria fizeram que Deus enviasse o seu Filho e fosse gerado no seu seio por obra e graça do Espírito Santo. Deus já tinha na sua mente o pensamento de Maria para Mãe do Redentor. Porque é que os homens ingratos e cruéis querem fazer desaparecer o nome da minha santa e pura Mãe? Quero que a minha Mãe seja venerada e quero que a imagem de minha Mãe saia em procissão e que todos os homens cantem hinos de louvor a Maria. Ela foi Corredentora do género humano, e como os seres humanos são ingratos para com Ela! Quero que seja venerada em todos os lugares, que seja levada a todos os povos crentes e não crentes - maometanos, budistas, jovens, crianças, adultos - e que venerem a imagem de minha Mãe. Quero que todos vejam o seu rosto doloroso e as lágrimas que derrama  por toda a Humanidade; quero que a minha Mãe seja honrada como Lhe é devido. Quantas vezes já te disse que nos tempos do meu nascimento e da minha vida oculta a minha Mãe escondeu-Se pela sua humildade; agora é o tempo de Maria e quero que em todas as igrejas e em todos os lares haja um trono do Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria.