INTRODUÇÃO
O texto deste Apêndice não é um documento manuscrito pela Irmã
Lúcia, mas tem todas as garantias de autenticidade, visto que foi o próprio director espiritual, nessa altura o Rev. P. José Bernardo Gonçalves,
S. J. que o transcreveu directa e literalmente dos apontamentos da Vidente.
A visão a que se refere o texto tem-na a Irmã Lúcia no dia 13 de
Junho de 1929, na capela da casa de Tuy (Espanha).
Começa por narrar a visão da Santíssima Trindade que acompanha
a da presença da Virgem Maria, mostrando o Seu Coração, como nas
aparições de Junho e Julho de 1917. A promessa feita então torna-se
agora realidade. E a Irmã Lúcia ouve a Virgem Maria que pede a consagração da Rússia ao Seu Coração Imaculado em circunstâncias bem
determinadas.
TEXTO DO PEDIDO DA CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA
«Veio algumas vezes confessar à nossa Capela o Sr. P. Gonçalves. Confessei-me com Sua Rev.a
e, como me entendia bem
com Sua Rev.a
, continuei por espaço de 3 anos que aqui esteve de
Sócio.
Foi nesta época que Nossa Senhora me avisou de que era
chegado o momento em que queria participasse à Santa Igreja o
Seu desejo da consagração da Rússia e a Sua promessa de a
converter... A comunicação foi assim:
13-6-1929 – Eu tinha pedido e obtido licença das minhas Superioras e Confessor para fazer a Hora-Santa das 11 à meia-noite,
de quintas para sextas-feiras. Estando uma noite só, ajoelhei-me
entre a balaustrada, no meio da capela, a rezar, prostrada, as Orações do Anjo. Sentindo-me cansada, ergui-me e continuei a rezá-las
com os braços em cruz. A única luz era a da lâmpada. De repente
iluminou-se toda a Capela com uma luz sobrenatural e sobre o
Altar apareceu uma Cruz de luz que chegava até ao tecto. Em uma
luz mais clara via-se, na parte superior da cruz, uma face de homem com corpo até à cinta, sobre o peito uma pomba também de
luz e, pregado na cruz, o corpo de outro homem. Um pouco abaixo
da cinta, suspenso no ar, via-se um cálix e uma hóstia grande,
sobre a qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas
faces do Crucificado e duma ferida do peito. Escorregando pela
Hóstia, essas gotas caíam dentro do Cálix. Sob o braço direito da
cruz estava Nossa Senhora («era Nossa Senhora de Fátima com
o Seu Imaculado Coração... na mão esquerda, ... sem espada,
nem rosas, mas com uma Coroa de espinhos e chamas...»), com o
Seu Imaculado Coração na mão... Sob o braço esquerdo, umas
letras grandes, como se fossem de água cristalina que corresse
para cima do Altar, formavam estas palavras: «Graça e Misericórdia».
Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima
Trindade e recebi luzes sobre este mistério que não me é permitido revelar.
Depois Nossa Senhora disse-me:
– É chegado o momento em que Deus pede para o Santo
Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la
por este meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos que venho pedir reparação:
sacrifica-te por esta intenção e ora.
Dei conta disto ao Confessor que me mandou escrever o que
Nossa Senhora queria se fizesse.
Mais tarde, por meio duma comunicação íntima, Nossa Senhora disse-me, queixando-se:
– Não quiseram atender ao Meu pedido!... Como o rei de França*, arrepender-se-ão e fá-la-ão, mas será tarde. A Rússia terá já
espalhado os seus erros pelo mundo, provocando guerras, perseguições à igreja: O Santo Padre terá muito que sofrer.
* Em 1689, um ano antes de morrer, Santa Margarida Maria tentou,
por vários meios e iniciativas, fazer chegar ao «Rei Sol», Luís XIV da
França, uma mensagem do Sagrado Coração de Jesus, com quatro
pedidos: gravar o Sagrado Coração de Jesus nas bandeiras reais;
construir um templo em Sua honra, onde devia receber as homenagens da Corte; o Rei deveria fazer a sua consagração ao Sagrado
Coração; e deveria empenhar a sua autoridade perante a Santa Sé
para obter uma missa em honra do Sagrado Coração de Jesus.
No entanto, nada se conseguiu. Parece mesmo que esta mensagem
nem sequer chegou ao conhecimento do Rei.
Só um século mais tarde, a família real responderia, na medida do
possível, a esta mensagem. Luís XVI, em 1792, concebe a ideia do
seu voto ao Coração de Jesus, mas já só o realiza na prisão do Templo, prometendo cumprir, após a sua libertação, todos os pedidos
comunicados por Santa Margarida Maria.
Mas, para a Providência Divina, era já tarde: Luís XVI foi guilhotinado
em 21 de Janeiro de 1793.
INTRODUÇÃO
O texto deste Apêndice não é um documento manuscrito pela Irmã
Lúcia, mas tem todas as garantias de autenticidade, visto que foi o próprio director espiritual, nessa altura o Rev. P. José Bernardo Gonçalves,
S. J. que o transcreveu directa e literalmente dos apontamentos da Vidente.
A visão a que se refere o texto tem-na a Irmã Lúcia no dia 13 de
Junho de 1929, na capela da casa de Tuy (Espanha).
Começa por narrar a visão da Santíssima Trindade que acompanha
a da presença da Virgem Maria, mostrando o Seu Coração, como nas
aparições de Junho e Julho de 1917. A promessa feita então torna-se
agora realidade. E a Irmã Lúcia ouve a Virgem Maria que pede a consagração da Rússia ao Seu Coração Imaculado em circunstâncias bem
determinadas.
TEXTO DO PEDIDO DA CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA
«Veio algumas vezes confessar à nossa Capela o Sr. P. Gonçalves. Confessei-me com Sua Rev.a
e, como me entendia bem com Sua Rev.a, continuei por espaço de 3 anos que aqui esteve de Sócio.
Foi nesta época que Nossa Senhora me avisou de que era
chegado o momento em que queria participasse à Santa Igreja o
Seu desejo da consagração da Rússia e a Sua promessa de a
converter... A comunicação foi assim:
13-6-1929 – Eu tinha pedido e obtido licença das minhas Superioras e Confessor para fazer a Hora-Santa das 11 à meia-noite,
de quintas para sextas-feiras. Estando uma noite só, ajoelhei-me
entre a balaustrada, no meio da capela, a rezar, prostrada, as Orações do Anjo. Sentindo-me cansada, ergui-me e continuei a rezá-las
com os braços em cruz. A única luz era a da lâmpada. De repente
iluminou-se toda a Capela com uma luz sobrenatural e sobre o
Altar apareceu uma Cruz de luz que chegava até ao tecto. Em uma
luz mais clara via-se, na parte superior da cruz, uma face de homem com corpo até à cinta, sobre o peito uma pomba também de
luz e, pregado na cruz, o corpo de outro homem. Um pouco abaixo
da cinta, suspenso no ar, via-se um cálix e uma hóstia grande,
sobre a qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas
faces do Crucificado e duma ferida do peito. Escorregando pela
Hóstia, essas gotas caíam dentro do Cálix. Sob o braço direito da
cruz estava Nossa Senhora («era Nossa Senhora de Fátima com
o Seu Imaculado Coração... na mão esquerda, ... sem espada,
nem rosas, mas com uma Coroa de espinhos e chamas...»), com o
Seu Imaculado Coração na mão... Sob o braço esquerdo, umas
letras grandes, como se fossem de água cristalina que corresse
para cima do Altar, formavam estas palavras: «Graça e Misericórdia».
Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima
Trindade e recebi luzes sobre este mistério que não me é permitido revelar.
Depois Nossa Senhora disse-me:
– É chegado o momento em que Deus pede para o Santo
Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la
por este meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos que venho pedir reparação:
sacrifica-te por esta intenção e ora.
Dei conta disto ao Confessor que me mandou escrever o que
Nossa Senhora queria se fizesse.
Mais tarde, por meio duma comunicação íntima, Nossa Senhora disse-me, queixando-se:
– Não quiseram atender ao Meu pedido!... Como o rei de França*, arrepender-se-ão e fá-la-ão, mas será tarde. A Rússia terá já
espalhado os seus erros pelo mundo, provocando guerras, perseguições à igreja: O Santo Padre terá muito que sofrer.
* Em 1689, um ano antes de morrer, Santa Margarida Maria tentou,
por vários meios e iniciativas, fazer chegar ao «Rei Sol», Luís XIV da
França, uma mensagem do Sagrado Coração de Jesus, com quatro
pedidos: gravar o Sagrado Coração de Jesus nas bandeiras reais;
construir um templo em Sua honra, onde devia receber as homenagens da Corte; o Rei deveria fazer a sua consagração ao Sagrado
Coração; e deveria empenhar a sua autoridade perante a Santa Sé
para obter uma missa em honra do Sagrado Coração de Jesus.
No entanto, nada se conseguiu. Parece mesmo que esta mensagem
nem sequer chegou ao conhecimento do Rei.
Só um século mais tarde, a família real responderia, na medida do
possível, a esta mensagem. Luís XVI, em 1792, concebe a ideia do
seu voto ao Coração de Jesus, mas já só o realiza na prisão do Templo, prometendo cumprir, após a sua libertação, todos os pedidos
comunicados por Santa Margarida Maria.
Mas, para a Providência Divina, era já tarde: Luís XVI foi guilhotinado
em 21 de Janeiro de 1793.