VINDE A MIM, TODOS OS QUE SOFREIS

VINDE A MIM, TODOS OS QUE SOFREIS

 

Voz das almas – O isolamento em que estais, Jesus, o silêncio glacial e a solidão que envolveu o vosso Tabernáculo esquecido, acusam o mundo do pecado mais sensível ao vosso Coração: o pecado da ingratidão.

 

Amar, Jesus, como só Vós amais, e não ser amado em troca!...

 

Abençoar e ser amaldiçoado!...

 

Espalhar benefícios, graças a mãos largas, e ser pago com desprezos e com injúrias... Que doloroso preço, Senhor, o do vosso sublime cativeiro no Tabernáculo!...

 

É assim que o vosso Getsémani se prolonga através dos séculos...

 

Mas queremos ter nele a nossa parte, Senhor, em reparação de tanta dor... Vós dissestes que «o discípulo não é mais do que o Mestre, nem o servo está acima do seu Senhor»: é por isso que também nós somos convidados às vezes a chegar à nossa boca o cálice das ingratidões... Aceitamos, Senhor, por amor de Vós, só por amor de Vós, uma tal bebida, porque é mais amarga que a morte...

 

Tende piedade, bom Mestre, daqueles que neste momento sucumbem ao peso de uma tal dor...

 

Tende piedade dos lares desfeitos, onde os filhos, outrora esperança e alegria da família, não são hoje mais do que a cruz e a coroa de espinhos dos pais...

 

Tende piedade das esposas, infelizes, cansadas de sofrer golpes que as ferem em pleno coração...

 

Tende piedade de tantos homens de alma leal, cheios de abnegação e devotados, traidos nas suas amizades, caidos do seu próprio lar, feridos por aqueles que lhes tinham solicitado favores, protecção, amparo...

 

O mundo é assim que paga sempre: - primeiro com lindas palavras e sorrisos, depois com deslealdade e perfídia...

 

Porque Vos amamos, ó Jesus Eucaristia, e só porque Vos amamos, bem hajais por este cálice de fel.

 

Aqui estamos a pedir-Vos perdão, Senhor, para estes que abrem no vosso Coração a mesma ferida que nós próprios abrimos n´Ele, tão larga e tão funda, pela nossa feia ingratidão...

 

Voz do Mestre – Filhos do meu amor, que doce e consolador para Mim esta oração durante a qual Me revelastes as chagas da vossa alma, e Eu vos fiz entrar dentro da que tenho a sangrar, no Coração...

 

É consoladora esta semelhança de dores! Como somos parecidos quando choramos juntos, as amargas decepções que a terra dá!...

 

Eis como o Getsémani se transforma, para vós como para Mim, num santuário de oração e de incessante redenção!...

 

Sim, filhos, amemo-nos como irmãos no sofrimento, amemo-nos como amigos cujos corações se fundem e, depois de se encontrarem na Via dolorosa, se amam na Cruz!

 

Vinde a Mim... vós todos os que sofreis pobreza e doença. Despi-vos das vossas aflições e lançai-as todas as meus pés e Eu vos aliviarei na piscina do meu Coração que vos ama tanto!...

 

Vinde a Mim... vós todos que sofreis de contradições das criaturas, vós a quem feriu a injustiça dos homens, vós que experimentastes as reveses da fortuna, as dolorosas provações de família..., vinde a Mim e Eu vos aliviarei no santuário do meu Coração que vos ama!...

 

Vinde a Mim... vós que chorais a ingratidão de amigos que tínheis por fiéis, talvez até de pessoas da vossa família... oh, não tardeis em chegar-vos a Mim, que Eu bem sei como essa dor pungente esmaga e gela a vossa alma, vinde e Eu vos aquecerei no calor do meu Coração que vos ama tanto!...

 

Vinde a Mim... vós que levais uma existência insuportável, vazia... que viveis enfadados, isolados...; vós, os esquecidos, vinde...; vinde a Mim todos os que na aurora da vida já sentis o cansaço do exílio; vinde lançar-vos nos meus braços e Eu vos reconfortarei no meu amor, no jardim perfumado do meu Coração que vos ama...

 

Vinde a Mim..., vós que sois os desprezados os incompreendidos até de homens bons e virtuosos... vós cujos esforços em procura da minha glória são censurados, vaiados... vinde, meus amigos, e Eu vos confortarei no cálice do meu coração que vos ama...

 

Vinde a Mim... vós que arrastais uma vida difícil, vós que tendes lutos, vinde, vós que chorais a perda de um filho, de uma mãe, de um marido, de um irmão..., vinde sem demora até ao meu Tabernáculo, vós todos os que tendes as vossas casas marcadas pela morte, com uma cruz de lágrimas...; vinde e Eu vos aliviarei na paz inefável do meu Coração que vos ama!

 

Vinde, corações ao alto! - que o tempo não é mais do que sombra que se esvai e o Céu é eterno! Vinde vós os que tendes sede de amor e de justiça, vinde, que Eu sou o vosso Deus e foi só por vós que Me debati no estertor da mais cruel agonia...

 

Vamos, coragem! erguei-vos, e para poderdes continuar a luta, aproximai-vos mais de Mim, tomai o Pão vivo, a minha Eucaristia; vinde e Eu vos consolarei no paraíso do Coração que vos ama!...

 

 

VOLTAR AO ÍNDICE DO LIVRO - EM LOUVOR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS